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Breaking: conheça a modalidade que será novidade na Olimpíada de Paris

Popular estilo de dança agora se torna chance de medalha para o Brasil nos próximos Jogos

Paris 2024
imagem cameraParis vai receber os Jogos Olímpicos em 2024 com o breaking como novidade entre as modalidades (Foto: Divulgação)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 09/08/2021
09:55
Atualizado em 10/08/2021
07:00

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Vai ser preciso ter jogo de cintura na Olímpiada da França, em 2024. Isso porque o breaking, estilo de dança mais conhecido como break dance, será incluído como uma das modalidades nos Jogos Olímpicos que serão realizados na capital da França. Um dos precursores do break dance, que na época inovou com suas músicas e danças no estilo Soul, James Brown estaria feliz com a novidade se estivesse vivo hoje em dia.

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A ideia de incorporar o breaking nos Jogos de Paris é uma iniciativa do Comitê Olímpico Internacional (COI) de trazer a audiência dos jovens para a competição. Na edição de Tóquio, o surfe e o skate tiveram esse papel.

Essa dança de rua foi criada nos anos 1970, no Bronx, na cidade de Nova York. Mas chegou ao Brasil nos anos 1980. O interessante é que cada país tem um estilo próprio, desta forma, os brasileiros agregam algumas influências, como a da capoeira. E da mesma forma que os estreantes olímpicos em Tóquio-2020, o surfe e o skate, que têm uma comunidade e estilo de vida característicos, o breaking também tem suas particularidades. Como explica o diretor do Conselho Nacional de Dança Desportiva, Jose Bispo de Assis “Bispo SB”, em exclusiva ao LANCE!:

- O breaking é um dos elementos que compõe a Cultura Hip-Hop. Sendo assim carrega toda ideologia que permeia esta manifestação. Assim como o skate e o surfe definimos isso como nosso “Life Style”. Temos nossa música, nossa arte e nossa dança. Temos nosso estilo de roupas e nossos locais de encontro, confraternização e organização. Crews são como definimos nossos coletivos. Já temos eventos de alcance internacional e os nacionais - disse Bispo, que ainda completou:

- Temos muito mais a buscar do que somente medalhas visto que um dos nossos preceitos é melhorar o local em que vivemos através de atitudes positivas. A melhor vitória é aquela que é dividida com as comunidades de ondem viemos.

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REGRAS DA MODALIDADE
A vice-diretora do Conselho Nacional de Dança Desportiva, Lucimar “B.Girl Lú”, também contou ao LANCE! como a França escolheu a categoria que será disputada. Porém, revela que ainda não houve uma regulamentação oficial, que ainda deve estar sendo trabalhada:

- As regras olímpicas para a modalidade estão sendo criadas pela Word Dance Sport Federation (WDSF), entidade internacional que regulamenta a Dança Desportiva. No Brasil, nós do CNDD seguiremos essa regulamentação, bem como as do COB e Lei Pelé. Estamos aguardando a oficialização da regulamentação e junto a ela o Sistema de Arbitragem Trivium internacional oficial para podermos dar seguimento às ações por aqui - afirmou “B.Girl Lú”, garantindo que a modalidade vai seguir o caminho como outros esportes para a seleção dos representantes do Brasil nos Jogos Olimpícos.

- Haverá competições com etapas de ranqueamento, Campeonato Brasileiro. Apenas filiados podem participar dessas competições e como ainda não existem federações estaduais constituídas e filiadas, os b.boys e b.girls devem se filiar diretamente à entidade CNDD. A França escolheu a categoria 1x1 b.boys e 1x1 b.girls. Dezesseis b.boys e dezesseis b.girls serão classificados no circuito de ranqueamento internacional para representar seus respectivos países em Paris.

POSSÍVEIS REPRESENTANTES
O b-boy Lukas Galante, de 27 anos, já começou a praticar a dança com apenas 12 anos e não parou mais. Em 2018, competiu na final mundial da Red Bull BC Oneem em Zurich, na Suíça. Não apenas ele, mas vários dançarinos já estão sendo observados como possíveis medalhistas:

- Temos, no Brasil, alguns dos melhores b.boys e b.girls com destaque em vários campeonatos mundiais. Sim, temos grandes nomes, possíveis representantes do Brasil, vale citar alguns exemplos como os b.boys Bart, Ratin, Kley, Leony, Ruddy, e as b.girls como Minijapa, Nathana, Itsa, Maia, Nayara, entre outros - revelou a vice-diretora do Conselho Nacional de Dança Desportiva.

Ela ainda é otimista sobre a chance dos brasileiros de subirem ao pódio, e conta como é a trajetória pouco conhecida dos dançarinos que lutam, apesar de poucos incentivos e patrocínios.

- O Brasil já conseguiu primeiros, segundos e terceiros lugares nos grandes eventos internacionais como EuroBatlle (atual World Battle), Red Bull BC One, Notorius IBE por exemplo. Temos três anos pela frente e nosso maior desafio é conseguir apoios e patrocínios para esta modalidade. A maioria dos praticantes do breaking não tem essa arte como sua fonte de renda. Precisamos que estes futuros medalhistas possam se dedicar somente a isso, pois com certeza o resultado virá. Estamos acompanhando outros países como a França que já estão preparados com centros de treinamento, profissionais e patrocínios. Mas acreditamos que a Olimpíada do Japão tenha mostrado a força das modalidades novas em conseguir medalhas, auxiliando neste processo junto ao poder público e às grandes marcas no Brasil.

*Em colaboração ao LANCE!

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