Crescimento olímpico chinês fez imprensa dos EUA mudar critério para quadro de medalhas; entenda!
Em 2008, quando China foi líder em medalhas de ouro, veículos americanos adotaram total de pódios como definidor do ranking; critério foi mantido nas edições seguintes
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Finalizado mais um dia dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a China lidera o quadro de medalhas, seguida dos Estados Unidos e do Japão, segundo o site oficial do evento. Porém, para os veículos americanos de imprensa é a delegação do país que ocupa a primeira colocação do ranking. O critério dos meios de comunicação norte-americanos toma a classificação pelo total de medalhas conquistadas e não pela quantidade de ouros.
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O modelo começou a vigorar nos Estados Unidos em 2008. Jornais locais, como "NY Times", "Washignton Post", "Fox News" e "Yahoo!", e emissoras que exibem a competição no país, como a NBC, adotaram o quadro diferente nos Jogos de Pequim, quando a China assumiu a liderança na quantidade de medalhas de ouro e os Estados Unidos seguiram sendo hegemônicos quanto ao número de pódios.
Em Londres, 2012, e Rio de Janeiro, 2016, os norte-americanos terminaram na ponta em ambos os critérios - total de pódios e medalhas douradas -, mas o novo critério seguiu prevalecendo na mídia local.
Embora a Carta Olímpica do Comitê Olímpico Internacional vede um ranking de medalhas de países, o site oficial de Tóquio 2020 possui uma contagem de medalhas olímpicas que aponta a China em primeiro lugar, os Estados Unidos em segundo e o Japão em terceiro. Clique aqui e veja o ranking do site oficial.
Pode ser visto ainda que o ranking é ordenado pelo ouro, como é tradicionalmente feito, mas ainda existe, na ponta, um ranking em que indica a posição de cada país a partir do total de medalhas. Na Grã-Bretanha, por exemplo, jornais como o "The Guardian" e a "BBC" seguem o critério da quantidade de ouro.
CRITÉRIO LANCE!
O LANCE! tem seu próprio critério para o quadro de medalhas. Ele passou a ser adotado nos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara, no México, em 2011, e é usado até hoje. Clique aqui e confira como está a classificação LANCE! nos Jogos de Tóquio 2020.
Em vez do sistema de classificação por total de pódios, que era mantido pelo veículo desde 2000, a organização passou a ser feita por pontos. O L! estudava implementar o modelo há anos e definiu o Parapan de 2011 como evento ideal para lançá-lo. O critério estabelece que o ouro tem peso três, a prata tem peso dois e o bronze, um. Após ouvir críticas e sugestões, o LANCE! concluiu que esse seria o seu modelo definitivo, por dar pesos distintos.
À época do estabelecimento desse critério, o LANCE! ouviu a opinião de atletas com experiência olímpica. Veja abaixo:
Gustavo Borges, ex-nadador, prata nas Olimpíadas de 1992 e 1996:
- Acho injusto o critério atual, contando as medalhas de ouro. O valor do ouro é, sim, muito maior. Mas é uma boa ideia dar pesos às medalhas. Acho legal, a ideia."
Kaio Márcio, finalista olímpico dos 200m borboleta em 2008:
- Essa proposta dos pesos distintos tem lógica. Nos moldes atuais, valoriza-se apenas o ouro, e não as outras medalhas. Eu optaria por essa ideia.
Leandro Guilheiro, judoca, bronze nas Olimpíadas de 2004 e 2008:
- Acho que, para medir evolução, vale dar peso a cada medalha. Até porque um ouro pode não sair por detalhe, mas não significa que não houve evolução.
VEJA O QUADRO DE MEDALHAS DA OLIMPÍADA DE TÓQUIO
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