Relembre o ouro de Rafaela Silva nas Olimpíadas do Rio
Brasileira entra em ação no judô em Paris nesta segunda (29), buscando o bi olímpico
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Rafaela Silva volta às Olimpíadas como uma das esperanças de medalha do Brasil em Paris. A judoca, que compete na categoria até 57kg, não pôde competir em Tóquio devido a uma suspensão de dois anos por doping, mas tem nos Jogos de 2016 a principal inspiração para uma nova história.
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Por isso, o Lance! relembra a você como foi a incrível jornada dourada da carioca oito anos atrás. E para isso, vamos precisar voltar até 2012.
Nos tatames de Londres, a brasileira despertava olhares de torcedores por sua boa trajetória nas categorias juvenis. Porém, em duelo contra a húngara Hedvig Karakas, nas oitavas de final, foi desclassificada por aplicar um golpe ilegal, e caiu em forte choro no solo. Alvo de xingamentos e racismo nas redes sociais, Rafaela aprendeu com apenas 20 anos que o esporte não era sempre justo.
Mas a tal justiça apareceria quatro anos depois. Um ciclo de altos e baixos, que mesmo assim, trouxe a vaga nas Olimpíadas de 2016. Tratada como incógnita, poucos acreditavam que o dia 8 de agosto daquele ano teria um desfecho histórico.
Nas duas primeiras lutas em busca do ouro, domínio absoluto. Primeiro, ao vencer a alemã Miryam Ropper com dois waza-aris em 45 segundos, sem dar sopa para o azar. Logo depois, nas oitavas, tomou pouco conhecimento da sul-coreana Jan-di Kim, então número 2 do mundo, ao forçar duas punições e encaixar novo waza-ari para administrar o triunfo.
Nas quartas, o destino reservaria a revanche contra Karakas. As palavras de Jorge Aragão falam por si: “sem pensar no que aconteceu, nada, nada é meu, nem o pensamento”. Rafaela Silva disse procurar esquecer o ocorrido em Londres, e assim entrou na luta. Entrou com os pés na porta, dominando. Entrou com um waza-ari na húngara, com 2:12 restando no relógio. Entrou na mente para administrar o avanço com garra.
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O desafio na semifinal foi descrito posteriormente pela esportista como o mais difícil no caminho. Prata em 2012, Corina Caprioriu, da Romênia, vestia o kimono azul que precisaria ser derrubado. Mas os golpes eram sempre defendidos pela europeia. Uma punição para cada lado, zero pontos: a definição seria no golden score. A Arena Carioca 2 pulsou. Rafa estava em casa. 203 longos segundos foram necessários: o primeiro waza-ari foi retirado pela mesa, o segundo valeu. Medalha já garantida.
Mas a prata não era o objetivo. A mira da judoca era o topo do pódio. Sumiya Dorjsuren, da Mongólia, queria impedir a história de ser finalizada. Mas não conseguiria. Logo no começo, o mesmo waza-ari - que mais pareceu um ippon - colocaria dez pontos de vantagem em favor do Brasil. Ainda faltavam três minutos, mas a carioca administrou o tempo. A Barra da Tijuca contava os segundos, que pareciam eternos, e de fato, levaram Rafaela Silva à eternidade.
Medalha de ouro que simbolizava a vitória da favela, em sua casa, sobre o racismo. A segunda na história do Brasil no judô feminino em Olimpíadas.
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