ANÁLISE: Calendário apertado, elenco curto… Abel precisa ‘trocar pneu’ com o Palmeiras jogando
Técnico do Verdão possivelmente observou mudanças e estratégias a serem usadas no futuro, mas torcida não gostou
O Palmeiras teve uma atuação para esquecer na Libertadores. Apesar de ter garantido vaga na semifinal da competição pela quarta vez consecutiva, o Verdão apenas empatou em 0 a 0 com o modesto Deportivo Pereira-COL e se valeu da goleada por 4 a 0 na ida para ficar tranquilo na busca pela vaga. A apresentação ruim se deu por mudanças promovidas por Abel Ferreira, que claramente não deram certo. No entanto, por conta de uma série de fatores, o técnico não tem muito como fugir dessas "invenções".
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A surpresa na escalação palmeirense foi a presença de Luan como um terceiro zagueiro, além de um ataque com apenas dois jogadores e sem os tradicionais pontas abertos. Com vantagem de quatro gols, o jogo permitia algumas mudanças fora do "comum", e a verdade é que elas não tiveram efeito positivo.
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Atrás, a saída de três que Abel normalmente faz com dois zagueiros e um lateral, foi feita com três defensores, algo que deixou a circulação da bola muito lenta. Além disso, os laterais não encontraram espaços e os meio-campistas foram engolidos pela dura marcação colombiana.
Outro fator que prejudicou foi a dupla Rony e Flaco López no ataque. Eles eram apenas dois contra os praticamente cinco defensores do Pereira. Veiga não encontrou seu espaço e não conseguiu municiar os atacantes, sem contar que não teve com quem tabelar. Ríos até que se mexeu bastante, mas Zé Rafael ficou sem função.
No segundo tempo houve uma pequena evolução com a entrada de Mayke e Vanderlan nos lugares de Marcos Rocha e Piquerez, respectivamente. Os novos laterais foram mais incisivos, mas o restante do time não acompanhou. Endrick foi outro que entrou brigando mais pelos espaços, enquanto Artur perdeu gols de novo. Kevin, por sua vez, teve pouco tempo.
A verdade é que Abel Ferreira pareceu querer testar alguma coisa em campo que quer utilizar no futuro, como admitiu ter feito diante do Cuiabá, antes de enfrentar o Deportivo Pereira na Colômbia. Com o desfalque de Dudu por um longo tempo e com Gabriel Menino suspenso, além da falta de tempo para treinar e do elenco curto, é preciso inovar.
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Como o próprio Abel diz constantemente, a função do treinador é encontrar soluções para os problemas e, de fato, a ausência de Dudu é um grande problema. Ele mesmo admitiu que não há um substituto para o Baixola, mas também sabe que será preciso arrumar uma forma de amenizar o impacto dessa perda.
Diante dos obstáculos do calendário e do elenco enxuto, não resta alternativa para Abel Ferreira a não ser fazer testes e buscar novas estratégias durante os jogos, especialmente aqueles com um grau de dificuldade menor e com baixo risco de "tragédia". Então é possível criticar as opções, mas ao mesmo tempo é o que se tem para hoje, ou seja, "trocar o pneu com o carro andando", como diz a expressão popular.