ANÁLISE: Especialista, Palmeiras não precisa ser sempre o ‘time da virada’
Capacidade do Verdão para sair de um cenário negativo para o positivo é muito louvável, porém, evitar que seja necessário esse artifício parece ser menos trabalhoso
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Final do Paulistão, Copa do Brasil e agora Copa Libertadores. Três competições em que o Palmeiras precisou virar o placar adverso para conquistar uma vitória, tudo isso em pouco menos de duas semanas. Está mais do que provado que esse time de Abel Ferreira tem essa capacidade de reagir a um resultado negativo. No entanto, após vencer o Cerro Porteño por 2 a 1, na última quinta-feira, será que não é possível evitar de vez ter que usar tão frequentemente esse "modo time da virada"?
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Não é difícil perceber que nesses três momentos citados acima, os méritos dos adversários foram facilitados por uma certa indolência da equipe alviverde. Foi assim no primeiro jogo da final do Paulistão, depois na primeira metade da etapa inicial contra o Tombense, e agora todo o primeiro tempo diante do Cerro. Claramente o time não competiu como deveria nesses duelos. Tanto Abel Ferreira quanto Dudu chegaram a citar essa falta de "pegada" no Morumbi na última quinta.
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- Tem um momento em que a gente não vai conseguir a virada, se a gente ficar dando essas bobeadas, esses vacilos, mas que sirva de lição para todos e para entrarmos focados desde o primeiro tempo para buscar a vitória - avisou o camisa 7 na zona mista do estádio são-paulino.
Quem assistiu ao jogo, certamente viu um Palmeiras bem diferente do que tem sido nesses últimos vitoriosos anos. Como o próprio técnico português costuma dizer, se o Verdão não igualar os adversários na vontade, haverá um sério problema. E isso tem acontecido corriqueiramente, mais do que o esperado para uma equipe tão organizada e tão acima das outras nesse aspecto coletivo.
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Falta de capricho em passes, erro em saída de bola, desatenção no posicionamento, pique a menos, individualismo exacerbado, "pé mole" em dividida... Todos fatores que têm sido vistos nesses jogos recentes do Alviverde e por parte de jogadores diversos, alguns que não costumam apresentar esses problemas. Acontece que esse time funciona tanto como uma engrenagem, que se uma peça estiver em descompasso, vai comprometer todas as outras. Nesse alto nível, o futebol não perdoa.
É louvável a capacidade que esse Palmeiras tem para sair de um resultado adverso para uma vitória. Time sabe reagir, consegue manter uma mentalidade forte e transforma esse ímpeto em gols. No entanto, a que preço isso acontece? Desgaste a mais, risco maior de perder um jogador por lesão, exposição ao contra-ataque adversário e por aí vai. Em meio a um calendário apertado e exigente fisicamente, será que o Verdão pode se dar esse luxo de ser o "time da virada" sempre?
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Não parece que seja o caso. Dessa forma, Abel Ferreira e seu elenco precisam encontrar um jeito de diminuir ao máximo a necessidade de virar as partidas. Embora o técnico valorize o que o adversário fez para complicar a vida palmeirense, não dá para excluir a facilidade que esses rivais têm encontrado para furar essa tão sólida defesa. Como Dudu falou acima, nem sempre será possível virar o jogo. Viver nesse limite tende a trazer consequências ruins a médio e longo prazo.
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