ANÁLISE: Palmeiras precisou de ‘cabeça fria e coração quente’ para vencer o Santos, na Vila
Verdão soube usar da pilha santista para sair do clássico com os três pontos
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O palmeirense já está cansado de saber que para ter "espírito de porco" precisa ter "cabeça fria e coração quente". E isso o Palmeiras mostrou na vitória por 1 a 0 no clássico contra o Santos, na Vila Belmiro, no último domingo (29), pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro.
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É fato que o Verdão passou longe da sua melhor atuação. Foi um time pouco efetivo no primeiro tempo e raramente construtivo no segundo. Porém, mais que do que jogar um clássico, o Palestra soube ganhá-lo, e justamente com esta alma de palmeirense. A vitória contra o Peixe passou exatamente em saber jogar o clássico e trazer para si tudo o que o jogo oferecia.
Nos primeiros 45 minutos, o Verdão viu o Santos trazer o jogo para o seu campo. Com três volantes (Rodrigo Fernández, Zanocelo e Sandry), a equipe da Vila Belmiro abaixou as suas linhas de passes, deu a bola para o Alviverde, que pouco soube fazer com ela. Por sua vez, o Alvinegro praiano construiu as melhores oportunidades da etapa inicial com as suas constantes escapadas em velocidade pelos lados, principalmente o esquerdo.
Qualquer semelhança foi longe de mera coincidência. O Santos de Fabián Bustos adotou uma estratégia comumente usada pelo Palmeiras de Abel Ferreira, que contra o Peixe não esteve no banco de reservas por conta de uma suspensão, mas que construiu o trabalho visando o confronto deste fim de semana.
Do lado palmeirense, as melhores chances surgiram de erros individuais do adversário, em falhas nas saídas de bola.
Só que na etapa final, a postura do Verdão foi diferente. O Palestra se postou mais atrás, dando ao Santos a possibilidade de propor o jogo, mas com o intuito de ser mais agressivo verticalmente.
O Palmeiras demorou para chegar à meta adversária, é bem verdade, mas deixou de sofrer na parte defensiva, como foi no primeiro tempo. E quando chegou na frente, conseguiu o que queria e precisava, o gol. Que quase veio no pênalti perdido por Raphael Veiga, aos 27 minutos, mas saiu aos 34' com Gustavo Gómez, de cabeça, após escanteio cobrado por Gustavo Scarpa.
O Verdão começou a ganhar o jogo quando o Peixe passou a se perder. Ver um pênalti assinalado após consulta do VAR, mesmo com ele tendo sido perdido, começou a desequilibrar o emocional santista, que se mostrava no primeiro tempo mais pilhado na partida do que o Palmeiras e que também teve um gol bem anulado após consulta arbitragem de vídeo na etapa inicial.
O que era uma virtude para o Santos, que parecia competir mais em um clássico do porte contra os palmeirenses, acabou sendo o ‘calcanhar de Aquiles’ da equipe alvinegra. Quando a vontade se transformou em pilha, que o Peixe caiu, o Verdão pintou e bordou.
No final, a entrega palmeirense existiu, mas com um espírito de porco que precisou mais de cabeça fria e deixou quente o coração do alviverde inteiro.
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