Análise: o que esperar de um possível Palmeiras de Miguel Ángel Ramírez?
Um dos principais desejos da diretoria do Verdão, treinador do Independiente Del Valle prioriza a ofensividade e utilização de jogadores das categorias de base<br>
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Após a demissão do técnico Vanderlei Luxemburgo, a diretoria do Palmeiras está em busca de alternativas no mercado sul-americano para assumir o comando técnico do clube.
Um dos nomes preferidos do presidente Maurício Galiotte é Miguel Ángel Ramírez, treinador espanhol que atualmente defende o Independiente Del Valle.
Com o intuito de destrinchar o modelo empregado pelo técnico campeão da última Sul-Americana, o NOSSO PALESTRA conversou com Pablo Campos, setorista do time equatoriano.
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Abaixo, entenda a filosofia do treinador:
– O Independiente Del Valle sempre foi uma equipe ofensiva ou depois da chegada dele que isso se tornou realidade?
PABLO CAMPOS: O Independiente sempre foi um time que optou pela formação de jovens que vêm de comunidades pobres, mas com muito talento para futebol. Aliado à academia Aspire, do Catar, o Del Valle definiu um modelo de jogo que consiste em ter a posse de bola, buscar sempre o ataque e ser vistoso. Com o último treinador, Ismael Rescalvo, a equipe já jogava com essa mentalidade.Em maio, quando Rescalvo foi para o Emelec, Miguel Ramírez, que era o coordenador técnico de formação, assume o primeiro time e passa a priorizar mais a ofensividade.
– Como você descreveria o estilo de jogo de Miguel Ángel Ramírez?
PABLO CAMPOS: Miguel é um treinador que opta por um estilo de jogo extremamente ofensivo. Seu sistema preferido é o 4-3-3, com dois extremos abertos para gerar amplitude. Me lembro de um jogo em que ele precisava do resultado e armou a equipe com apenas dois defensores. Por outro lado, ele tem alguns problemas com recomposição defensiva, pois o time joga linhas defensivas altas e oferece o contra-ataque para o adversário. Ele já entendeu essa deficiência e está tentando corrigir.
– Na sua opinião, qual o principal defeito de Miguel Ángel Ramírez?
PABLO CAMPOS: Seu principal defeito é insistir em um mesmo modelo e não abrir mão do que pensa. É um treinador ortodoxo e preso aos próprios conceitos.
– Por qual motivo, na sua opinião, Miguel Ángel Ramírez desperta interesse dos clubes sul-americanos?
De fato. o interesse do Brasil não é novo. Em outro momento foi o Flamengo. Outras equipes sondaram também. O Flamengo foi o primeiro. Ele é sondado constantemente para deixar o Independiente, inclusive a Europa.
Ramírez é um personagem que chama atenção. Ele é um treinador jovem e tem ideias ideias para implementar um estilo ofensivo. Consegue resultados em um espaço curtíssimo de tempo. Vale destacar que é um treinador jovem e, portanto, ainda tem muito o que aprender. Quem conseguir contar com o trabalho dele terá condições de desenvolver um projeto completo, que engloba o uso da base. Ele trabalha com jovens e explora esses talentos.
– O treinador, portanto, costuma promover jovens jogadores?
PABLO CAMPOS: A essência do Independiente é a promoção de jogadores das categorias de base, e o treinador é grande parte desse processo. O próprio Alan Franco, que defende o Atlético-MG, começou a surgir com o Miguel.
– Miguel Ángel Ramírez está pronto para assumir um time com pretensões de conquistar a América? Ou ainda é cedo?
PABLO CAMPOS: Miguel está preparado. No entanto, o clube que o contratar precisa entender que ele vai chegar com condições de montar um projeto nas categorias de base e não vai abrir mão do seu estilo de jogo.
– O treinador tem boa relação com a imprensa?
PABLO CAMPOS: Miguel Ángel não costuma desenvolver desafetos, mas também não concede entrevistas exclusivas. Suas coletivas sempre propõe reflexões, buscando dialogar com as questões teóricas do futebol.
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