O ano do Borja? Palmeiras tem cinco motivos para acreditar que é possível
Colombiano começa a temporada participando de gols e mostrando postura que agrada ao técnico Roger Machado. LANCE! lista motivos que podem fazer o torcedor confiar
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A temporada tem apenas dois jogos disputados, mas Miguel Borja já dá alguns sinais de que 2018 pode ser melhor do que 2017. Autor do gol da vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo-SP, no domingo, o colombiano já havia participado de dois gols no triunfo por 3 a 1 sobre o Santo André, na primeira rodada.
Abaixo, o LANCE! lista cinco motivos para o palmeirense acreditar que este pode ser "o ano do Borja".
1) INÍCIO ANIMADOR
Roger Machado repetiu o discurso de Eduardo Baptista, Cuca e Alberto Valentim: quer Borja "participando mais das ações ofensivas e defensivas da partida". Contra Santo André e Botafogo-SP, isso aconteceu.
No jogo de estreia do Paulistão, foi possível notar Borja bem atento para preencher espaços. Quando Willian ou Dudu saíam das pontas e apareciam na área, o colombiano rapidamente ocupava o setor deixado pelo companheiro. Não à toa, suas principais jogadas nesta partida foram longe da área. No primeiro gol, ele apareceu do lado esquerdo para receber lançamento de Felipe Melo, dominar e acionar Dudu dentro da área. O camisa 7 finalizou na trave e Willian, também dentro da área, conferiu no rebote.
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O segundo gol do time diante do Santo André começou com uma roubada de bola de Willian perto do meio de campo. Borja estava praticamente ao lado dele, algo importante para compactar a equipe, e rapidamente apresentou-se para receber. O chute de fora da área parou no zagueiro, mas Lucas Lima aproveitou o rebote para marcar.
O gol que decidiu o jogo contra o Botafogo-SP aconteceu em um lance parecido. Willian recuperou a posse de bola e logo encontrou Borja, desta vez de costas para o gol, no pivô. O colombiano devolveu a bola e posicionou-se para concluir o cruzamento do colega como legítimo centroavante.
2) EM FORMA
Por um compromisso na Colômbia, Borja foi autorizado pela diretoria a se apresentar dois dias após o início da pré-temporada. A condição física do centroavante nas primeiras semanas do ano era motivo de preocupação.
O clube chegou a cogitar que ele, a exemplo de Edu Dracena e Moisés, tivesse uma pré-temporada individualizada, mais extensa que a do restante do elenco. Mas os testes físicos de Borja rapidamente se igualaram aos dos demais, o que permitiu que ele não só ficasse disponível logo no início do Paulistão como também fosse escalado como titular nos dois primeiros jogos.
Ainda há margem para melhora. No calor de Ribeirão Preto, por exemplo, Roger Machado substituiu o camisa 9 por Keno aos 25 minutos do segundo tempo. Contra o Santo André, ele atuou os 90 minutos.
3) SEQUÊNCIA DE JOGOS
Uma das maiores reivindicações de Borja em 2017 era uma sequência de jogos.
Com Cuca, ele chegou a ficar dois meses e meio sem iniciar uma partida, entre os dias 6 de agosto e 22 de outubro. Sua maior série de partidas como titular aconteceu entre março e abril do ano passado e durou oito jogos, mas ele foi substituído em cinco.
O colombiano só conseguiu uma série de jogos completos no fim da temporada, com Alberto Valentim, quando jogou por 90 minutos quatro vezes consecutivas. Das 43 partidas do atacante em 2017, 22 foram como titular e apenas 11 completas. Ele anotou dez gols.
O início de 2018 mostra que a situação pode ser diferente. Embora não descarte utilizar um ataque de mais mobilidade, como nos 20 minutos finais do jogo contra o Botafogo-SP (Willian, Dudu e Keno), Roger Machado escolheu Borja para ser titular e tem gostado de seu desempenho. Deyverson, seu concorrente direto, sofreu uma fissura no pé direito e pode levar até oito semanas em recuperação.
4) MEIO DE CAMPO FORTE
"A bola não chega" dificilmente será uma justificativa válida para Borja ou qualquer atacante do Palmeiras que não esteja marcando gols em 2018. O clube reúne três dos maiores garçons do país, se considerados os números das últimas duas temporadas.
Gustavo Scarpa foi o líder de assistências do Brasileirão-2017, com 12 passes para gol, e dividiu o posto com Dudu em 2016: 10 para cada um. Em 2017, Dudu também fez dez assistências.
Somados os dois últimos Brasileiros, Scarpa deu 211 passes para finalizações (22 viraram gols), Dudu deu 165 (15 viraram gols) e Lucas Lima deu 131 (9 viraram gols). Cueva, do São Paulo, também deu 131, mas leva vantagem sobre Lucas Lima porque 12 viraram gols.
É uma constatação do clube que jogadores com características de enfiar a bola para os companheiros podem influenciar positivamente no desempenho de Borja. Roger Machado já declarou que as "diagonais curtas" (deslocamento para receber a bola em velocidade atrás do zagueiro) são o ponto forte do colombiano.
5) ELE QUER VENCER NO PALMEIRAS
- Borja está muito, muito feliz no Palmeiras. Outros clubes podem perguntar por ele, mas ele não tem interesse de ir. Ele tem interesse em triunfar no Palmeiras.
A frase é de Ignacio Martan, empresário de Borja, em dezembro, ao ser questionado sobre a possibilidade de o atacante se transferir para o futebol colombiano (Junior Barranquilla e Atlético Nacional) demonstraram interesse ou para a Europa.
Borja já declarou que pensou em deixar o Palmeiras quando Cuca estava no comando. Ele temia que, por ficar tanto tempo fora da equipe titular, poderia perder espaço na seleção colombiana e colocar em risco sua participação na Copa. Desde a saída do técnico campeão brasileiro, no entanto, o discurso é de que o Palmeiras é o melhor lugar para que ele consiga chamar a atenção de José Pekerman, que o tem convocado com frequência.
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