Cadê os reforços? Saiba os motivos da postura ‘lenta’ do Palmeiras no mercado de contratações

O Palmeiras está buscando a contratação do volante Wendel, do Zenit-RUS, mas tem encontrado dificuldades para fechar com o reforço. A situação parece até uma repetição de "novelas" anteriores que deixaram os torcedores irritados com uma suposta lentidão e ineficiência da diretoria nesses assuntos. Para completar, ainda é possível ver rivais se reforçando mesmo em condições financeiras bastante piores do que o Verdão. Há explicações para tal, que vão desde o comportamento do mercado com o clube, até a opção por investir na manutenção do elenco.

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Em conversas nos bastidores do Alviverde, o que mais se ouve é que não se trata de um clube rico, mas sim um clube saudável. Ou seja, não há dinheiro para esbanjar e gastar sem limites. O que existe, na verdade, é uma política de gastos que não estoure os valores de receita. Em resumo, não gastar mais do que arrecada. Recentemente, o clube até precisou adiantar uma parte do patrocínio da Crefisa para ter capital de giro para pagar despesas recorrentes. Para se ter noção de que não há sobras.

No entanto, a imagem do Palmeiras para o mercado é completamente diferente. Quando o clube se coloca para buscar uma peça, automaticamente os valores de transferências, de luvas e salários são inflacionados. A impressão é de que o Verdão é rico. Em recente entrevista, até mesmo Leila Pereira brincou com isso quando apresentou seu avião, quis deixar bem claro que a aeronave é dela e não do clube para evitar qualquer "olho grande". De fato, o Alviverde fatura muito, bem acima da média, mas também gasta muito para manter sua estrutura.

É aí nessa manutenção que entra outro ponto importante para explicar a postura palmeirense no mercado. Tanto a presidente, quanto diretoria e comissão técnica sempre bateram na tecla sobre manter o grupo vencedor. Sendo assim, o clube passou a investir em renovações de contrato, em especial com seus principais jogadores como Veiga, Dudu, Rony, Gómez, entre outros. Dessa forma, os salários e luvas se elevaram, deixando a conta mensal mais "gorda". Leila não esconde que o maior reforço que trouxe foi exatamente "segurar" esses atletas até o momento.

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Aliás, com jogadores ganhando salários altos no clube, é natural que quando um reforço seja buscado, a pedida salarial irá se basear naqueles que já vestem a camisa alviverde. Dessa forma, é preciso ter cautela ao contratar um atleta que já chegará com vencimentos mensais bastante elevados. Pegando a experiência das contratações de 2022, quando apenas Murilo se firmou, o objetivo é dar o tiro certeiro, que não deixe margem de dúvidas e que não prejudique os cofres pelos próximos anos.

Wendel entra nessa equação. Trata-se de um jogador muito bem avaliado pelo departamento de futebol, que chegaria para jogar e teria uma posição no time titular de Abel Ferreira. No entanto, os valores envolvidos são muito acima da realidade do Palmeiras e até mesmo do país. Nos bastidores, a informação é de que as cifras atuais do "pacote Wendel" (transferência, salários e luvas) chegariam aos R$ 150 milhões facilmente.

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Para completar, outra alegação é o fato de ser difícil encontrar jogadores "prontos" para as necessidades atuais do clube. Um camisa 5, por exemplo, tem sido artigo raro de encontrar no mercado de forma que possa estar dentro da realidade palmeirense, tanto no sentido de precisar ser um jogador "top", quanto de haver a necessidade de se encaixar no orçamento. As duas situações normalmente não costumam andar juntas. E como não encontram peças, a opção é dar chances para os jovens que saem da base.

Com apenas Artur, do Bragantino, e Richard Ríos, do Guarani, contratados neste ano, o Palmeiras tem até o dia 2 de agosto para trazer reforços para esta temporada. Se quiser contar com eles para a Libertadores, será preciso fechar o negócio antes do dia 29 de julho, prazo final para enviar para a Conmebol a lista com as cinco substituições na lista de 50 nomes inscritos para a competição continental.