Abel Ferreira sobre a Covid-19: ‘É um adversário que não tem dó’
Treinador ressaltou que, apesar de ser apaixonado pelo esporte, "a vida está acima do futebol"
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O técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, concedeu entrevista coletiva após o empate no Dérbi Paulista desta quarta-feira (03) e, ao ser questionado sobre o surto de Covid-19 no elenco do Corinthians, relatou ter medo que a sua equipe fosse contagiada novamente e comentou sobre a gravidade da situação.
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- Eu temo (que possa causar um surto no Palmeiras). Preferia jogar contra o Corinthians na máxima força, porque eu gosto de jogar assim contra os meus rivais. Mas mais do que falar do surto, eu gostaria de apelar para a responsabilidade de todos. - atentou o português.
Além da preocupação específica com o elenco palmeirense, o treinador aproveitou o momento para fazer uma fala contundente em relação à pandemia no país e à importância da preservação da vida.
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- Quando cheguei, fiquei espantado. Em Portugal tivemos duas vezes lockdown. Ficar em casa! Cheguei e vi que as regras tinha que ser mais apertadas. A quantidade de mortos assusta. Eu sou apaixonado por futebol, mas futebol sem vida não é nada. A vida está acima do futebol. Assusta quando ligo o jornal e vejo a quantidade de mortos, de como os hospitais estão lotados. Temos que esquecer o clubismo e lutar pela causa. O adversário não tem dó e mata quem for. Foi meu maior medo hoje.
Abel, que, assim como a maioria dos atletas do Palmeiras, foi infectado pelo novo coronavírus no ano passado, encerrou o apelo pedindo responsabilidade social de todos nesse momento de fragilidade do mundo.
- Não sei o que vai acontecer no futuro. Eu sei que o futebol é um negócio, e precisamos todos trabalhar, precisamos de dinheiro para pagar nossas contas, mas temos que ter responsabilidade social nesse momento, ser mais responsável dentro daquilo que nos compete, que é ficar mais em casa e ver se conseguimos eliminar esse adversário. - finalizou.
A mensagem do treinador coincide com o dia que o Brasil chega a maior quantidade de mortos em um dia, com 1.910 óbitos. Além disso, a superlotação das UTIs aponta para um novo colapso no sistema de saúde do país, concomitante ao inicio da temporada do futebol nacional.
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