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Genaro luta contra conselheiros ’embriagados’ pelo poder e promete Nobre próximo em seu mandato

Vice-presidente e candidato da oposição, Genaro Marino Neto diz já ter propostas de novos patrocinadores, mas quer priorizar Crefisa e FAM e aposta em pilares de Nobre em 2013

Genaro Marino
imagem cameraGenaro é vice-presidente do clube desde 2013, e agora se lança como candidato da oposição (Cesar Greco/Palmeiras)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 22/11/2018
21:22
Atualizado em 23/11/2018
07:00

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Vice-presidente do clube desde 2013, Genaro Marino Neto é o candidato da oposição do Palmeiras na eleição presidencial do clube neste sábado, e tendo como um dos objetivos acabar com o que chama de "embriaguez" de conselheiros pelo poder. Seu plano para o triênio 2019-2021 é baseado nos pilares de Paulo Nobre, ex-presidente que deve atuar de forma próxima caso o hoje opositor seja mais votado do que o atual presidente Maurício Galiotte.

Diretor de futebol no fim da década passada, Genaro foi o segundo vice-presidente nas duas gestões de Nobre, entre 2013 e 2016, e é o primeiro vice-presidente de Galiotte, eleito no fim de 2016. Mas rompeu com o presidente logo no primeiros meses por contestar o apoio à presença no Conselho Deliberativo (CD) de Leila Pereira e José Roberto Lamacchia, proprietários da Crefisa e da Faculdade das Américas (FAM), patrocinadores do clube.

Genaro lidera uma chapa que tem também José Carlos Tomaselli, atual quarto vice-presidente e também rompido com Galiotte, e conta também com o apoio de Antonino Jesse Ribeiro e Victor Fruges, outros vice-presidentes da atual gestão que partiram para a oposição. Ricardo Galassi, Luis Henrique Fronterotta e Guilherme Gomes Pereira, diretores enquanto Nobre era presidente, completam a chapa de Genaro.

Apesar de prometer até preferência a Crefisa e FAM, que desembolsam atualmente R$ 78 milhões anuais, Genaro diz ter patrocinadores dispostos a pagarem mais. Além disso, se eleito, solicitará ao departamento jurídico que analise novamente se a presença de Leila e Lamacchia no Conselho Deliberativo respeita o estatuto do clube.

Em entrevista exclusiva ao LANCE!, Genaro falou sobre como pretende contar com Nobre em sua gestão, prometeu foco novamente aos sócios-torcedores, comentou as recentes ações da chapa, como as críticas do ex-presidente ao acusar Galiotte de traição em carta enviada a sócios, contestou os comentários sobre sua proximidade com o ex-presidente Mustafá Contursi e negou qualquer ação que pudesse influenciar o time dentro de campo.

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VICE-PRESIDÊNCIA COM MAURÍCIO GALIOTTE
Fui sempre atencioso no que precisava. Não me sinto oposição, porque venho neste eixo desde 2013, mas preciso me posicionar de forma diferente. Que é não focar todos nossos recursos em benefício de uma patrocinadora que representa, hoje, 13,5% da nossa receita. Alguém precisa fazer algo. Imagina ser o primeiro vice, ver uma gestão fortalecida pela velha política, com o patrocinador forte... Precisa ter algum motivo (para um vice sair como oposição). Idiota ninguém é. (O motivo é que) Não seguem o estatuto, as regras do clube. Se sou gestor e fui eleito pelo sócio, minha obrigação é cumprir e fazer cumprir o estatuto. Com o Paulo (Nobre), todos trabalhavam muito, e cada um em um frente. Assim, o todo foi bom. Hoje, não tem todos nas várias frentes. Ele (Maurício) eliminou os vice-presidentes de ter uma atividade. O único que ficou do lado dele, até um mês e pouco atrás, foi o Jesse, que, também, no final, se sentiu traído também e veio concordar conosco.

IMPORTÂNCIA DE CREFISA E FAM
Temos uma previsão de faturamento de R$ 600 milhões, ela (Crefisa e FAM) colabora com R$ 78 milhões. A principal receita é TV, depois a bilheteria. Todos acham que o Palmeiras se transformou em 2015 pela patrocinadora, mas, se olhar o conjunto de receitas, eram mais de 120 mil sócios Avanti, hoje são 67 mil. Ninguém ligou para o Avanti. Ingressos estão dando problema, o sócio não consegue comprar, saem antes de vender. O Avanti pode ser melhorado. Tem muita coisa que podemos fazer em receita e manter o clube de forma saudável. Se amanhã eu ganho e ela diz que não continua, temos de ir no mercado. Se o mercado falar que é R$ 30 ou 40 (milhões), e as outras receitas melhorarem, você mantém o patamar, basta ver as receitas de forma geral. O Maurício virou as costas para o Paulo, para nós e não deixou o Palmeiras crescer como antes, usando só a Crefisa. Ela é importante, mas inibe outros interessados em investir no Palmeiras.

MUDANÇA DO CONTRATO COM CREFISA E FAM
O Maurício voltou de férias (em janeiro) e pediu ajuda a nós porque a patrocinadora tinha recebido uma multa da Receita Federal e ele achava que tinha sido delatado por alguém. Um dos tributaristas que conheço e bom é o (conselheiro Gilberto) Cipullo, e ele disse que, se tiver uma notificação da Receita, há três fases para se defender, não precisa já pagar a multa. Mas, para nossa surpresa, ela quis pagar a multa e mudar o contrato. O Maurício disse que mudaria o contrato para 2018, para o futuro, não para o passado. Então, aprovamos o balanço de 2017 por unanimidade. Constou nesta aprovação, feita inclusive pela Leila e pelo Lamacchia, o valor colocado como investimento e marketing. E ela apresentava jogadores na FAM, fazendo propaganda para as empresas dela. Depois, no COF (Conselho de Orientação e Fiscalização), alguém ouviu a notícia de que o contrato tinha sido alterado. O Maurício falou que desconhecia e autorizou o COF a investigar e viram que tinha um contrato para 2018 e outro retroativo para 2017. E este retroativo estava na data de 26 de dezembro, quando eu estava como presidente. Pedi a palavra no COF, disse que não sabia da alteração do tipo de investimento para dívida corrigida pelo CDI, com juros. O Maurício concordou, disse que eu não sabia e que tinha assinado quando voltou de férias, em janeiro. O COF questionou, e ele levou a Leila em maio no COF. Ela defendeu os interesses da empresa dela, foi como presidente de FAM e Crefisa, não como conselheira. Exigiu respeito pelo investimento feito, que paga mais do que o mercado, que não mudaria nada e deu uma dura. E o Maurício não alterou nada. Por isso, os balanços foram reprovados. Ele diz que não mudou nada, que o ativo segue aí. Mas já estava quando era investimento em marketing. Quem quis investir foram eles, mas, se não vai performar e não vai recuperar o valor era um risco que souberam quando entraram. Não querem mais ter o risco, transformou o valor em empréstimo corrigido, que dá R$ 780 mil por mês de juros, desde a origem, ano passado. Como um presidente de uma instituição age em benefício de outra? Encontre um meio para os dois. Belo trabalho feito para o patrocinador. Se amanhã tiver um problema ele sai, você deve R$ 150 milhões hoje, fica devendo e quem paga? Você? Eu não pago porque não concordei com isso. O estatuto fala que a responsabilidade é dos gestores. Ele fez sozinho. Agora que o COF recusou os balancetes, você leva para o CD. Mas esta alçada não é do CD.

FORÇA DE LEILA PEREIRA NO CONSELHO
Em maio, na votação de "sim" e "não" (mudança do mandato para três anos), tinha conselheiros sem cargos e afastados do clube e eles trouxeram 16 novos diretores em um mês. Ganharam por três votos, sendo dois irregulares. Mesmo com o Maurício falando para irmos juntos, não dava mais. Todos que não concordaram com a entrada da Leila, ilegal pelo nosso estatuto, ficaram à margem. Depois do "sim" e "não", vimos que os diretores e conselheiros estão envolvidos nesta gestão de forma cega, embriagada. O presidente do CD, da diretoria executiva, e os diretores e conselheiros que os cercam. Porque os que não concordam foram afastados. E os que vieram tiveram promessa de cargos, ingressos para jogos e shows. Nisso, eles aprenderam rápido a velha política. Pelo que soubemos, nesta política de barganhar cargos, foi o oferecido o mesmo cargo a vários conselheiros. Não ofereci cargo para ninguém.

APROXIMAÇÃO COM MUSTAFÁ CONTURSI
Quando teve o caso de cambismo, fui falar com o Mustafá para entender por que quem ele tinha colocado no clube estava o fuzilando. Queria entender como gestor, ele falou que tinham arrumado coisas irreais e que ia se defender. Alguém tirou foto do circuito interno e começou a divulgar que estava fazendo arranjo com ele. Tudo por uma foto. Não achei certo. Se for ver na diretoria dele, a maioria do grupo do Mustafá está lá aprovando o que eles querem. Não falo da pessoa, falo da ideia. O que eles querem colocar? Que nossa chapa está ligada ao Mustafá. Olha quanta gente do Mustafá está na atual diretoria. Se alguns do Mustafá votaram conosco, votaram por eles. Perguntem ao Mustafá em quem ele votou no filtrou, porque não fizemos acordo e não sei em quem ele iria votar.

CREFISA E FAM PODEM FICAR?
Daria preferência para manter o patrocinador, por eles serem palmeirenses, teriam preferência mais do que qualquer outro. Ela só sai se quiser. O trabalho é o mesmo. Se ela não quer apoiar o presidente, é porque tem alguma coisa. Para mim, não é instituição, é pessoal. Se ela só fica se for o Maurício, vou fazer o quê? Terei de ir ao mercado. As declarações de que não ficaria conosco despertaram interesse. Fomos sondados por empresas, perguntando se poderia conversar. Não posso ficar à mercê como gestor. Mandamos uma carta perguntado se ganhássemos a eleição se ela ficaria, ela não respondeu. Já faz uns 15 dias.

NOVO PATROCINADOR
Não digo que está encaminhado. Mas, como saiu na imprensa que, se a gente ganhasse, não teríamos a Crefisa, fomos procurados por dois grupos. Temos um contrato de intenções firmado e, pela confidencialidade, não divulgamos o nome. Um é um grupo multinacional, uma holding com várias empresas. Consultou o valor que tínhamos e o Paulo Nobre, junto comigo no almoço, disse: não seria adequado mudar de patrocínio pelo mesmo valor, se é para substituir melhor seria algo um pouco maior, como é característica dele. Com uma pessoa com este perfil próximo, a probabilidade de fazer melhores negócios é maior.

LEILA CONSELHEIRA X LEILA PATROCINADORA
Trabalho no mercado corporativo e o que mais recebemos é pedido de ética, para não dar brindes a funcionários da empresa, uma prática tradicional. Aqui, ninguém olha para isso. O conflito foi destacado por nós desde o início, que tinha de ser melhor trabalhado. Com o poder financeiro que ela tem, é claro que afeta de uma forma ou de outra. Por ela ser uma patrocinadora, deveríamos analisar como eles podem continuar como patrocinadores e como podem seguir na política do clube. (Se eleito) Eu conversaria com o departamento jurídico para que analisem melhor tudo que foi feito. No dia (da votação do CD para aprovar Leila e Lamacchia como conselheiros), ficou uma conotação se era verdade ou não o Mustafá ter dado a carta (em 1996). Entenderam que ele falava a verdade, mas daí ela poder ter este direito dependeria de ter registrado, o que ela não fez. Está no estatuto. Cabe analisar, não sou jurídico, mas ainda temos de conversar sobre isso.

PAULO NOBRE
O Paulo não precisa ter cargo, já é membro nato (do COF) por ser ex-presidente. Se entender que pode ser chamado de embaixador ou algo de relacionamento ou para consulta... Nosso relacionamento é de longa data. Será uma pessoa próxima. Teve uma vivência ímpar, pegou o clube em uma situação delicadíssima e, quatro anos depois, entregou gerando frutos. É um grande estadista no aspecto relacionado com instituições, seria útil no relacionamento com CBF, FPF, Conmebol e Fifa porque é um desenvolvimentista de relações. Tem um perfil de buscar bons profissionais que ajudou em tudo no Palmeiras. Nosso sistema contábil e financeiro é dos mais modernos. (No futebol) Tentamos com Brunoro, depois com o Mattos, uma decisão nossa, diferente do Maurício, que preferia o Rodrigo Caetano. Pelo que fez no Cruzeiro, por ser um cara jovem e pelas referências que tínhamos, o Mattos seria importante ao Palmeiras. E já no primeiro ano ganhamos a Copa do Brasil. Isto vem de uma visão do Paulo de ter sempre o melhor em nível de controles, softwares. No último trimestre de 2016, ele pediu um estudo para internar o Avanti e a tiquetagem no clube, porque reclamavam muito da Futebol Card. Selecionamos duas empresas, uma portuguesa e outra alemã. Fui com o diretor de marketing e arena no Benfica e Sporting para ver o software português e fomos no Borussia Dortmund para ver o alemão. Constatamos que estão anos luz à nossa frente. Na hora de decidir, o Paulo saiu da gestão, e o Maurício quis um remédio caseiro para internar aqui e estamos perdendo sócio-torcedor e receita. É o exemplo da visão que o Paulo exigia. Saímos do -5 e estamos no 6. Hoje estamos em 6,5 ou 7. Não estamos crescendo no mesmo ritmo de antes e acredito que podemos ter uma dinâmica maior em algumas áreas.

WTORRE
Vou buscar um relacionamento mais próximo. Vou tentar melhorar o ganha-ganha. Eles não deram salão de festas, salão de troféus, a bocha e boliche, mas têm áreas que não usam. Está na área em comum acordo de ter nossa sala de troféus. Tudo que vimos na Europa já estamos atrasados dois anos para começar. Tem toda a sinergia. Nós e a WTorre temos muito a ganhar e estamos deixando de explorar. Com uma sala de troféus entre nós e eles no clube, eles ganhariam com visitantes, no tour deles, e, na loja, teríamos mais ganho. Se temos oportunidade, estamos desperdiçando. Vou tentar propor um trabalho em conjunto para recuperar áreas que possam recuperar receitas.

CAMPEONATO PAULISTA
Não critiquei o Maurício por diminuir o Paulista. Critiquei porque, se tiver um problema com a instituição, ou ajude a melhorar ou saia da instituição. Temos 104 anos e o Paulista, até os anos 70, era o principal campeonato. A importância é de cada época. Com a globalização, começaram a ver Libertadores e outros como principal. Eu daria valor ao Paulista, mas nunca teria uma ofensa contra a instituição. Tivemos um problema de arbitragem, precisa melhorar. Tem quem ajuda a melhorar e tem quem detona. Não tem VAR? Se é uma tecnologia que ajuda a melhorar, que se coloque.

CATEGORIAS DE BASE
O projeto que começou em 2013 falava que, na base, o foco era transformar o Palmeiras em formador, no que não tínhamos tradição. Buscamos o melhor na base, como fizemos com o Mattos e tudo na nossa gestão em 13, 14, 15 e 16. E o terceiro jogador (de cada posição no time principal) deveria ser necessariamente da base. Pode ter dois excelentes de cada posição, mas o terceiro seria formado aqui, para valorizar a base. Você não pode continuar formando, tampar a panela e eles não conseguirem sair. Agora, vendemos o Fernando, que seria um substituto como ídolo do Gabriel Jesus. Todos gostam de quem vem da base, mas vendemos precocemente. Eu fui contra, mas não tive influência.

EFICIÊNCIA DO FUTEBOL
Estamos no "me engana que eu gosto", e os conselheiros perto do presidente não enxergam. Veem o protagonismo, mas não podemos, em dois anos, gastar o que gastamos, não só com jogadores. Os gastos totais no clube vão atingir R$ 1 bilhão neste ano. Disputamos oito campeonatos e pode ganhar um agora, no fim da gestão, com o maior gasto do Brasil. Poderia ser mais. Que não ganhe 50%, mas ganhe dois, três. Se eu tiver um time que não é tão excelente, mas que terá gana, pode chegar. É o nosso jeito, nosso DNA. Não somos os soberbos, mas não somos os "maloqueiros". Estamos no meio dos dois, certo? E, entre os dois, temos sucesso.

CONTRATAÇÕES
Essa filosofia das categorias da base é muito boa, mas precisa ter um pouco mais de aproximação e oportunidade para o pessoal da base. Sei que são dadas oportunidades de treinamento, mas não de utilizar. Hoje, temos muitos jogadores, como o Artur, que foi para o Londrina, mostrou serviço, voltou e se machucou, o Papagaio, tinha o Fernando. De vez em quando, assisto aos jogos e vejo uns dois ou três que estão próximos. Mas, também, sempre olhar no mercado. O Palmeiras, por tradição, sempre buscou os melhores. Sou favorável que tenha o eixo: goleiro, zagueiro, volante, meia e centroavante como os mais fortes que pudermos, porque isso faz diferença em qualquer time do mundo. Os outros, podemos compor da base, como segundo ou terceiro jogador. Eu manteria a base.

MOVIMENTAÇÃO POLÍTICA DA CHAPA NA ÚLTIMA SEMANA
Ninguém de nós quis tumultuar, mas se não falarmos, eles vão caminhar na eleição como os mocinhos, o que não são. Já pensou se déssemos as informações em junho ou julho? Se sai de Copa do Brasil ou Libertadores, é culpa da nossa denúncia. Andaram divulgando informações que não foram de nós, mas creditaram a nós que o clube pagou R$ 7 milhões em comissões.Sabemos que não é este valor, é bem mais que isso. Se fosse para falar isso, diria algo de impacto. Vou dizer que é um terço do valor a troco de quê? Não é nosso jeito de fazer política.

ALEXANDRE MATTOS
Desde o início, fomos favoráveis à vinda dele. Estamos com um elenco que não precisa mais contratar tanto, são coisas mais pontuais, manter a filosofia e olhar para a base. Terminando o campeonato, e nós eleitos, conversarei com ele sobre o que quer, seu plano. Eu procuraria mantê-lo. Minha relação com ele hoje é normal, cordial. Não é tão próxima porque não temos mais o contato com a Academia de Futebol desde que me coloquei como candidato, até para preservá-los e não criar conflito. Só fui fazer uma visita a ele e ao Felipão, falando que estaria concorrendo à presidência do Palmeiras e que não se preocupassem, porque eu procuraria não tumultuar nada que afetasse o futebol. Tanto que não dei nenhuma declaração até esta semana, procurei ficar fechado até delinear tudo que podemos ganhar. Estou respeitando. Qualquer coisa que eu fizer, vão achar que é político. Como já acharam quando fui falar que ia me candidatar e não ia afetar na área deles. Não vou transgredir nada.

O QUE MANTER DA GESTÃO DE GALIOTTE
Não teria grandes mudanças, seria mais na filosofia política. Não faríamos as barganhas por cargo, pedindo apoio se fulano estiver conosco. E sempre acho que várias cabeças pensam mais do que uma. Por mais inteligente que você seja, sempre tem alguma coisa que você não leva em consideração. Sou a favor de gestão, o que não teve com o Maurício. Com o Paulo Nobre, a gente participava de tudo, discutíamos, brigávamos até, porque o Paulo Nobre é daqueles que vai esticando o elástico, mesmo quando falávamos que o elástico ia estourar. Nesse aspecto, às vezes, sofríamos um pouco. Mas, no geral, a linha dele de gestão é de fazer o que é certo. Porque você erra e, depois, tem de errar de novo para justificar aquele erro e, quando vê, saiu da linha em que estava indo. Essa será a principal diferença em relação à atual gestão: transparência, gestão com a participação das pessoas responsáveis e envolvidas, buscar ter os melhores profissionais possíveis sempre e atualizando o que for necessário, o que a dinâmica do mundo exige.

CLUBE SOCIAL
Quem vai eleger o presidente é o sócio do clube, não é só o torcedor. O sócio do clube não está tão contente quanto o torcedor. O conjunto aquático está sofrível, com guarda-sóis quebrados, dutos enferrujados, válvulas de bomba causando risco. Imagina se romper uma, com a quantidade de água que tem... É complicado, e isso não foi visto. Ficou sempre focado para o lado de cá (aponta em direção à Academia de Futebol, centro de treinamento do futebol profissional). O clube está dividido hoje. No prédio administrativo, todos querem tudo bonito, mas o conjunto aquático, que é seu quintal, está largado. Na sauna feminina, há um ano e meio, caiu o teto, inundou e está parada. Tiram uma vez por mês um dia da masculina para que as mulheres possam ter sauna. No inverno ou tempo frio, as pessoas saem da piscina aquecida e passam por um corredor em que venta frio, não tem uma proteção adequada, um túnel. Tem muita coisa simples, que estava dentro do nosso plano de governo, e não fizeram por olharem somente para uma coisa. Cadê a gestão?

RENOVAÇÕES DE PRASS, JAILSON E EDU DRACENA
Gosto de todos esses jogadores. Se não tiverem mais a performance técnica como atletas, podem participar do clube de outra forma. Se for ver, tem trabalho específico para cada um. Se a comissão técnica e os próprios atletas entenderem que eles ainda têm tempo para serem atletas... A não ser que tenham alguma oportunidade fora daqui melhor, aí é coisa de conversar. Mas o Prass representa os nossos sucessos aqui na arena, fomos campeões da Copa do Brasil com ele, inclusive, fazendo o gol do título, e ele, como pessoa, tem desenvolvimento para conversar, falar, pensar, se posicionar. O Edu Dracena foi campeão em todos os times, é um cara que vem com uma aura de sucesso. O Jailson, com toda a sua história, por pouco não quebrou recorde de invencibilidade, e fora a pessoa humilde e boa que é. Vejo os jogadores sempre pelo lado humano, não só pelo lado técnico, como o Felipão também faz. O Palmeiras deveria ter os atletas em formação mais estruturada, como vemos nos outros times. Demos oportunidade para o Zé Roberto porque ele tem talento e é uma pessoa impressionante. Talvez não tenha ainda esse traquejo de gerente ou diretor, pode ser mais boleiro do que diretor, mas fala alemão, espanhol, é bem quisto em todo lugar. Isso é importante.

POR QUE O SÓCIO DEVE VOTAR EM VOCÊ?
Pelos pilares de 2013, da gestão que começou com o Paulo Nobre, o Maurício, eu, o doutor Fruges e o Jesse: ética, transparência, auto-sustentabilidade, confiabilidade, lealdade com o clube. O novo presidente não pode assumir uma dívida para beneficiar o patrocinador e deixar a dívida para nós. Se você tem uma postura dessa, não tenho confiança, porque é um presidente que age contra a instituição. E sempre tem alternativa, menos para a morte. O nosso lema, como todos sabem, é "Palmeiras em primeiro lugar". Nesse caso, foi "patrocinador em primeiro lugar", tirei o risco dele e passei para mim. Temos de olhar para o clube, somos a Sociedade Esportiva Palmeiras. Cadê a nossa sala de troféu? Cadê o basquete? Cadê o salão? Com tanto dinheiro?! Com toda essa receita nossa, uma porcentagem que seja de 5%, que não afeta o futebol, seria significativa para o clube ter basquete, futebol de salão, instalações atualizadas para não ficar tão defasado quanto o conjunto aquático. Quando você não tem competitividade e tem coisas fáceis, não desenvolve porque estão te dando. Não quero nada dado, quero conquistado. É diferente. Minha proposta é conquistar mais coisas para o clube, transformar a Sociedade Esportiva Palmeiras de novo.

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