Hulk abre o jogo ao L! sobre ofertas e chance de ser do Palmeiras em 2021
Em entrevista exclusiva, na expectativa da estreia no Campeonato Chinês, nesta segunda-feira, o atacante citou propostas de oito países, mas garante: parte financeira não pesará
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Aconteceu nesta segunda-feira a estreia do Shanghai SIPG no Campeonato Chinês, contra o Tianjin Teda. Foi o primeiro jogo oficial do clube desde que Hulk comunicou que não renovará o contrato que acaba em dezembro. O anúncio, feito em reunião há duas semanas, fez com que equipes de todo o mundo procurassem o atacante, incluindo o Palmeiras. E o jogador falou abertamente sobre as propostas recebidas ao LANCE!.
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Hulk, que completou 34 anos no sábado, citou oito países diferentes de onde vieram ofertas. No Brasil, quem se anima é o Verdão, até porque ele visitou o Allianz Parque e a Academia de Futebol em fevereiro, convidado pelo amigo João Paulo Sampaio, hoje coordenador da base do clube. O atacante deixa claro seu desejo de voltar a jogar em seu país após 16 anos fora e não descarta fazer isso em 2021, mas evita prometer para não iludir nenhum fã palmeirense.
Confira abaixo a entrevista exclusiva do LANCE! com Hulk:
Como está sendo a preparação para o Campeonato Chinês?
A preparação foi intensa. Foco total. Tivemos muito tempo para nos preparar e vamos estrear bem, com pé direito, com fé em Deus, porque fizemos um ótimo trabalho para chegar com máxima força na competição.
É o seu último Campeonato Chinês?
Não posso dizer isso. Até porque não gosto de dar uma palavra e, depois, voltar atrás. Não renovarei com o Shanghai e estou ouvindo muitas propostas do Brasil e de muitos lugares mesmo da Europa: Turquia, Portugal, Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha... E tenho proposta da China também. Cada dia, chegam mais propostas novas. Graças a Deus, tenho o nome muito forte no mercado. Os clubes vêm me acompanhando e estou me mantendo bem fisicamente, isso ajuda muito. Mas estou deixando nas mãos dos meus empresários. Estou focado só no meu trabalho aqui, para dar o meu melhor.
Quanto vai pesar a questão financeira na sua decisão de onde jogar em 2021?
Não vai pesar tanto agora. Estou muito mais maduro, consciente do que quero, decidido e leve para tomar as melhores decisões. Por isso, deixo nas mãos de Deus, que sabe que amo, sou grato e dou minha vida pelo futebol. Sempre que eu estiver jogando, será com paixão, dando o meu melhor. Não vou colocar o financeiro na frente. Estou conversando com Deus para tomar a melhor decisão, ser muito feliz e dar continuidade à minha carreira, que, até hoje, é de muitas conquistas, no coletivo e no individual. Onde passei, fiz história. Peço a Deus que me abençoe e eu continue escrevendo essa história linda no futebol.
Você atuou apenas dois jogos como profissional no Brasil, em 2004, pelo Vitória. É hora de voltar?
Pois é, saí muito cedo. São muitos anos longe do Brasil. Praticamente, não senti o gostinho do futebol brasileiro. Não sei se volto agora em janeiro. Eu poderia falar "em janeiro, estarei jogando no futebol brasileiro", não ir e as pessoas me criticarem dizendo "poxa, falou que vinha e não veio". Tenho muita vontade, sim, de jogar um Brasileiro. Talvez seja agora, em janeiro, ou não. Estou recebendo muitas propostas e sou muito profissional. Onde estiver, darei o meu melhor. Isso está com meus empresários. Estou focado aqui. Com certeza, desejo jogar um Brasileiro, e estou me cuidando para, se voltar, ser em alto nível, jogando bem, competitivo, como sempre fiz em toda a minha carreira.
Suas redes sociais devem estar tomadas de gente te pedindo para jogar no Palmeiras. Você já assumiu ser torcedor do clube e conheceu a estrutura atual em fevereiro. Tem chance de você jogar no Palmeiras em 2021?
Recebo muitas mensagens mesmo de torcedores, principalmente do Palmeiras, e não é de agora. Faz muitos anos. Até aproveito para agradecer o carinho e o respeito de todos os torcedores que têm esse sonho de me ver vestindo a camisa do Palmeiras. Tenho um carinho especial pelo Palmeiras, mas não posso dizer que, em janeiro, estarei no Palmeiras ou não. Não quero iludir ninguém. Sou muito profissional, jogaria em qualquer clube. Se eu for para o Brasil, sendo o Palmeiras ou qualquer time, vou me cuidar para dar o meu melhor. Dentro de campo, vou deixar tudo lá e dar a minha vida para ajudar o time, independentemente de qual for. Faço isso por paixão mesmo. Mas não sei se volto ao Brasil em janeiro. Tenho recebido muitas propostas, estudado e conversado com Deus para tomar a melhor decisão.
O João Paulo Sampaio tem insistido muito para você jogar no Palmeiras?
O João Paulo é um grande parceiro, um cara que me ajudou muito na época do Vitória, quando comecei. A primeira bronca que recebi de um treinador foi dele. Em um jogo na base, abri o braço para ele e ele me perguntou se eu era Jesus Cristo. Chegou no intervalo, falou um monte para mim, me deu um sermão. Depois, vi que, realmente, eu não era ninguém, precisava correr mais e falar menos. E a minha vida foi assim. Aprendi muito com aquilo e com outras pessoas e conselhos que me ajudaram bastante a chegar onde cheguei. Falo de vez em quando com o João Paulo, não só de ir ao Palmeiras. Falamos entre a gente mesmo, somos amigos. Tenho muito carinho e respeito por ele.
Em 16 anos no exterior, com fuso horário sempre diferente, deu para manter aceso, ao menos, um pouco do lado palmeirense?
Com o fuso horário, é complicado assistir aos jogos. Quando estou em atividade, procuro descansar bem, dormir 8 horas direto toda noite. Tenho vontade de assistir não só a jogo do Palmeiras, mas do Campeonato Brasileiro, que é bonito. Até campeonato da Europa passa muito tarde aqui, não tem como assistir. Infelizmente, não tem como acompanhar 100%. Mas, sempre que tenho oportunidade, vou acompanhando, vendo os jogos. É até bom para ir aprendendo, né? Vendo novas coisas, competições diferentes... Para quem gosta de futebol, é bom acompanhar todos os campeonatos .
Como você tem sido utilizado na China?
Nos últimos tempos, estou jogando mais livre ali na frente. Às vezes, o treinador quer que eu jogue na direita, às vezes quer que eu jogue centralizado, outras como segundo atacante, meio que um 10 ali, para jogar entre as linhas dos zagueiros e dos volantes, onde ele fala que eu recebo a bola e que é meio gol para mim, porque pego e arranco para cima de dois, três. Estou sempre variando aqui. Já tenho muitos anos na Europa e na Ásia, em campeonatos diferentes, e acabei me adaptando ao futebol taticamente. Isso ajuda bastante.
Você costuma passar quatro anos em cada clube. Crê que o próximo ciclo de quatro anos pode ser o seu último como profissional?
Realmente, em cada país passei, no mínimo, três anos e meio, que foi no Japão. Depois, quatro temporadas em Portugal, quatro na Rússia e faz quatro anos e um mês que estou na China. O próximo pode ser meu último ciclo, sim. Mas pode ser que não. Não sei. Amo jogar futebol, mas vou jogar enquanto estiver competindo no mais alto nível, puder entrar em campo dando o meu melhor, dividindo todas as bolas, suando a camisa mesmo, de verdade. Quando eu ver que já não consigo acompanhar os adversários e estou ficando para trás, prefiro me retirar para, como costumo dizer, não passar vergonha. Estou me cuidando bastante. Hoje, em termos físicos, estou me sentindo muito bem. É engraçado que o nosso treinador aqui, o Vítor Pereira, chegou para mim outro dia e falou "poxa, amigo, você está com uma saúde, bem demais, me lembrando a sua época no Porto, voando, muito rápido". Baixei meu percentual, estou com 8%, 9% de gordura. Não sei se jogarei mais dois, três, quatro, cinco, seis anos. Só quem sabe é Deus. Procuro me cuidar e desfrutar ao máximo fazer o que amo: jogar futebol.
Só no Shanghai SIPG, desde 2016, são 86 gols e 47 assistências em 138 jogos...
Fico muito feliz quando vejo meus números altos assim. Em todos os clubes que passei, sempre procurei estar no mais alto nível, tanto fisicamente quanto tecnicamente. É claro que, às vezes, tem um jogo ou outro em que você não consegue se sobressair bem, mas procuro sempre focar em estar bem. E os números falam por si só. É procurar me cuidar ainda mais. Hoje, aos 34 anos, olho para trás e vejo que estou me sentindo muito bem, com a cabeça boa, me dedicando e descansando mais. Isso está me fortalecendo. Tenho certeza: vou aproveitar muito as competições e melhorar ainda mais meus números.
Você tem 17 títulos em 16 anos como profissional. Aos 34 anos, como você define a sua carreira, olhando para trás?
Fico muito feliz. É fazendo um ótimo trabalho individual e, principalmente, ganhando títulos coletivos que se marca história por onde passou. Graças a Deus, a minha vida foi assim: por onde passei, ganhei títulos. É sempre bom chegar valorizado aos clubes, com moral, e sair pela porta da frente, com moral e valorizado também. Sempre procurei seguir assim. Tenho 34 anos já, mas tenho certeza de que tenho muito chão pela frente ainda. Estou me cuidando bastante e ainda vou buscar muitos e muitos títulos ainda, com fé em Deus.
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