Ex-presidente do Palmeiras, Mustafá Contursi foi condenado na acusação de cambismo. Membro nato do Conselho de Orientação e Fiscalização e também parte do Conselho Deliberativo, ele foi acusado de participação em venda ilegal de ingressos que recebia gratuitamente da Crefisa, patrocinadora do Verdão, em 2017, para distribuir a associados. Ainda cabe recurso.
Mustafá foi condenado a três anos e dez meses de reclusão. Como não tem antecedentes criminais, a pena foi transformada no depósito do equivalente a 25 salários mínimos a instituição social, além do pagamento de multa.
Outros dois envolvidos também foram condenados. Eliane de Souza Guimarães Fontana, associada do clube, teve pena de dois anos e oito meses de reclusão convertida em trabalhos sociais pelo mesmo período e doação de um salário mínimo para uma instituição, além do pagamento de multa. Anderson Munari, conhecido Dand ou Alemão, segundo o processo, foi punido com um ano e seis meses de reclusão, também teve a punição transformada em serviços sociais, doação de salário mínimo e multa.
O processo aponta irregularidades cometidas entre novembro de 2016 e setembro de 2017. A acusação é que Mustafá recebia da Crefisa 70 ingressos para distribuir entre sócios e conselheiros e que o próprio fez venda superior ao preço impresso no bilhete por seis vezes entre abril e setembro de 2017. O esquema, de acordo com o processo, envolvia ainda Eliane, que recebia os ingressos, e Anderson, que pegava os bilhetes e os vendia. Há testemunhas alegando que pagaram R$ 200 ou R$ 300 por cada ingressos.
A Crefisa foi classificada como assistente de acusação. Leila Pereira, proprietária da empresa e conselheira do clube, chegou a prestar depoimentos sobre o caso em 2017. Presidente do Palmeiras entre 1993 e 2005, Mustafá Contursi foi uma espécie de padrinho político de Leila no clube, mas a relação rompeu-se de vez com a acusação de cambismo.