Negócio entre Palmeiras e Blackstar já teve problemas no 2º dia; entenda
Enquanto o clube sempre tratou a Crefisa como plano A, quebra da confidencialidade no dia seguinte ao encontro já começou a atrapalhar a negociação frustrada com concorrente
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A negociação fracassada entre Palmeiras e Blackstar foi complicada desde o início. Após a primeira reunião, na terça passada, o clube já enxergou quebra de confiança no dia seguinte, quando Rubnei Quícoli, representante da empresa, violou um acordo de confidencialidade e deu detalhes na imprensa sobre os termos de um possível patrocínio de dez anos, que não sairá do papel.
Desde então, nenhum dos lados falou mais a mesma língua. Enquanto o Verdão evitou tratar publicamente da negociação e sempre teve Crefisa e FAM como as favoritas para seguir patrocinando o uniforme em 2019, Rubnei mostrava publicamente seu entusiasmo em pagar R$ 1 bilhão à vista para o clube que torce, por um contrato de dez anos. A Crefisa renovará por três, prazo do novo mandato de Maurício Galiotte.
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Alexandre Zanotta, diretor jurídico e agora vice-presidente, foi quem se reuniu com o funcionário da Blackstar, e quem na quinta pediu que fosse respondido um questionário com 19 perguntas sobre a interessada em 24 horas. Os questionamentos, segundo a gestão de Galiotte, são os mesmos feitos a qualquer empresa que deseja fazer parceria, mesmo que for para um simples licenciamento de produto, por ser uma potencial ligação da marca ao Verdão.
Mas a mensagem ofendeu Rubnei, que alegou ser difícil a obtenção de tantos documentos rapidamente porque a Blackstar é uma empresa recém-criada e com base em recursos que adquiriu para fazer investimentos, além da diferença de fuso horário, já que os escritórios estão na Ásia. O empresário, então, rebateu duramente, de uma forma que surpreendeu o clube. Em trocas de e-mail, sempre reclamou da forma como a empresa vinha sendo tratada e, em carta aberta, chegou a chamar Galiotte de patético e covarde.
Sem as respostas, e com um discurso cada vez mais irritado do representante da Blackstar, o Verdão passou a fazer uma investigação interna sobre a empresa. E descobriu que o documento apresentado como se fosse do HSBC de Hong Kong, com garantias financeiras, era falso. O presidente Maurício Galiotte tornou o caso público e decretou o fim das conversas.
Genaro Marino, candidato de oposição derrotado na eleição presidencial, foi o responsável por levar a proposta ao Palmeiras e se surpreendeu com o desenrolar. Segundo ele, foram apresentadas garantias e sua intenção era agir com a melhor das intenções. Torcedores, contudo, criticaram tanto ele quanto Paulo Nobre, quem também participou das primeiras conversas com o membro da Blackstar.
O caminho, portanto, está aberto para que Crefisa e FAM renovem o vínculo até o fim de 2021 com o Verdão. As partes já tinham tido conversas sobre a permanência, vista com otimismo pelos dois lados.
A tendência é de que o valor do contrato suba de R$ 78 milhões para mais de R$ 80 milhões, e as bonificações serão mantidas: R$ 4 milhões para uma vaga na Libertadores, R$ 6 milhões pelo título paulista, R$ 8 milhões pelo da Copa do Brasil, R$ 10 milhões pelo Brasileiro (o clube recebeu este valor após a recente conquista) e R$ 12 milhões caso vença a Libertadores.
Há a possibilidade, ainda, de a patrocinadora participar do pagamento de parte dos salários de Ricardo Goulart, que está próximo de acertar por um ano. Crefisa e FAM são comandadas pela conselheira Leila Pereira e já bancam fatias dos vencimentos de Lucas Lima e Borja, por exemplo.
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