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Genaro diz que exigiu e teve garantia da Blackstar: ‘Sempre agi de boa-fé’

Responsável por levar a proposta de patrocínio, vetada por Maurício Galiotte por apresentar documentos falsos, assegura que fez tudo da maneira certa para o Palmeiras

Maurício Galiotte receberá representantes de empresa trazida pela chapa de Genaro Marino
imagem cameraGenaro Marino não gostou de ser chamado de irresponsável pelo presidente Maurício Galiotte (Divulgação)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 17/12/2018
20:04
Atualizado em 17/12/2018
20:18

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A confirmação do banco HSBC de que a Blackstar, que ofereceu patrocínio que poderia chegar a R$ 1,4 bilhão em dez anos ao Palmeiras, apresentou documentos falsos atingiu diretamente Genaro Marino, ex-vice-presidente e candidato derrotado na eleição presidencial do clube, no último dia 24. Foi ele quem levou a oferta da empresa ao Verdão. E garante que agiu de boa-fé.

Genaro Marino conversou com exclusividade com o LANCE! por quase meia hora. Assegurou que exigiu garantias da Blackstar antes de formalizar a proposta em carta protocolada no clube na véspera da eleição. E não gostou nada de ser chamado de irresponsável por Maurício Galiotte, de quem foi vice-presidente nos dois últimos anos.

Confira abaixo a entrevista exclusiva com Genaro Marino:

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Como o senhor viu essa informação de documentos falsos apresentados pela Blackstar?
Na verdade, recebemos uma empresa que nos mostrou documentação e certificado bancário e formalizamos essa oferta, mesmo sendo véspera de eleição e mesmo não sendo eleito, para passar para o clube em função dos volumes. Tínhamos a documentação da empresa e a carta de crédito e encaminhamos para o clube fazer Due Diligence (termo habitualmente em meios corporativos para a busca de informação sobre uma empresa). Ninguém procuraria um vice-presidente do clube oferecendo algo falso. Para mim, é uma surpresa. Vamos questionar a pessoa que nos apresentou a oferta para mostrar os documentos verdadeiros.

Como está o ambiente para o senhor no clube agora?
Falam de forma política do nosso lado, mas eles que estão sendo políticos. Somos técnicos. Eu era vice-presidente e candidato a presidente, veio uma empresa apresentando uma proposta fora do normal e encaminhei para análise. O problema está mais neles, que parecem ter mais preocupação de ter feito cosia errada do que nós. Uma forma de não ser atacado é atacar, e é o que parece que estão fazendo nessa gestão. Não sei se eles têm algo a esconder, porque, para nós, é uma surpresa ser atacado dessa forma.

O questionamento vem muito pelo fato de a carta com a oferta ter sido protocolada na véspera da eleição...
Recebemos a proposta para patrocínio uma semana, pedimos para a empresa disponibilizar documentos, nosso advogado analisou e só ficou algo para concluir, que era fazer Due Diligence para entender melhor toda a história, de qual produto a empresa fará propaganda ou o que ela quer, porque só oferece e não está exigindo nada. Exatamente para não parecer eleitoreiro, oferecemos para o clube, não para o candidato. com cópia do documento, encaminhamos para análise. Não participei de mais nada. Agora, vi declarações do presidente falando que tem documento falso e teríamos que ter mais cuidado. Parece que alguma coisa não está certa.

Na sua visão, então, foi feito o certo, que era enviar a proposta para o clube checar fazendo Due Diligence?
Isso faz parte da nossa função como vice-presidente e candidato à presidência. Pedi para o nosso advogado olhar antes e foi pedida a documentação da empresa. Disponibilizaram uma carta de crédito de banco e os documentos da empresa, que o nosso advogado considerou válidos. Já recebemos propostas absurdas antes dessa e não levamos. Faz parte. Fomos de boa-fé. Formalizamos a proposta no clube para não parecer eleitoreiro e concorremos ás eleições. Agora, está tudo meio estranho para o lado do atual presidente. Acabou de ser eleito e quer colocar esse caso como político e irresponsabilidade da minha parte. Não vejo assim e nem vou levantar coisas dele por causa disso. Ele tem a obrigação de fazer as coisas certas.

Foi o Rubnei Quícoli que te procurou?
Sim. Ele já teve contato conosco quando estávamos próximos de inaugurar a arena e manifestou o interesse de adquirir a arena. Na época, falou com o Paulo Nobre, comigo e, inclusive, com o Maurício (Galiotte). Estávamos juntos. Agora, me procurou através do Paulo Nobre. Eu não me lembrava dele, já que nos falamos só uma ou duas vezes na vida. Ele apresentou a carta de crédito e documentos da empresa. Os detalhes deveriam ser discutidos e não tivemos tempo para isso. Recebemos os documentos nos dias 21 ou 22 de novembro, com os certificados bancários. Não temos como entender que isso está errado. Agimos de boa-fé.

Acabou sendo um desfecho triste depois de seis anos como vice-presidente do clube?
Não vejo como triste. Se recebo uma proposta e passo para o clube, vejo com otimismo pelo reconhecimento de que o clube merece boas propostas. Em uma época de mercado com todos passando chapéu para pedir dinheiro, você tem um patrocinador e ainda recebe uma proposta ainda mais vantajosa... Eles (gestão de Galiotte) conviveram conosco e sabem nossa posição, queremos sempre o Palmeiras na vanguarda. Se isso é problema... Também estou achando meia estranha essa história, vou pedir para que nos apresentou a proposta se justifique, porque fizemos de boa-fé e nos apresentaram documentos que nos fizeram pensar que valeria a pena seguir em frente com análise. Na carta, ainda colocamos que era "para apresentar os documentos pertinentes, para que, eventualmente, a critério dos responsáveis, seja estudada a viabilidade da proposta e dada continuidade às negociações". Com certeza, agimos de boa-fé. Se tem má-fé, não é da nossa parte. É função do presidente analisar se está tudo correto. Que se faça a coisa certa. Sempre vamos exigir isso do presidente do Palmeiras, seja do atual, do passado ou do futuro.

Como o senhor já comentou, o Maurício Galiotte falou em irresponsabilidade apresentar uma proposta com documento falso. Pretende procurá-lo?
A princípio, não. Se ele não me procurou para falar antes, não vou procurar depois do que ele falou.

O senhor pretende oferecer novas propostas de patrocínio ao Palmeiras?
Recebi no final de semana passado outra empresa querendo patrocinar outros bens e outras áres do clubes, sem ser máster. Pedi para encaminhar para o marketing. Essas propostas sempre aparecem porque, como tenho vivência no clube, as pessoas lembram de mim. Sou conselheiro do clube e palmeirense, sempre estarei aberto a algo para o clube. Não sou um funcionário que saiu do cargo. Estão querendo tratar quem não concordou com a filosofia dessa gestão como opositor.

Teme sofrer punição no Conselho Deliberativo?
É lógico que não. Ouvir uma proposta e apresentar para análise do clube é ser contra o estatuto?! Contra o estatuto são algumas das ações feitas por essa gestão. Mas, como a maioria do Conselho é da situação, é complicado levar ao Conselho se terão vantagem.

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