Scarpa nega má-fé e aponta situação ‘revoltante’ no Fluminense
Meia rescindiu com o clube carioca na Justiça por conta de valores atrasados - ação é de R$ 9,3 milhões. Dispensa de jogadores no fim do ano passado foi motivo de irritação
Gustavo Scarpa vive uma batalha jurídica com o Fluminense e cobra do clube R$ 9,3 milhões nos tribunais. Em sua apresentação no Palmeiras, o meia citou os problemas enfrentados no clube das Laranjeiras em 2017, incluindo o anúncio da dispensa de jogadores como Diego Cavalieri e Henrique, motivo de revolta para o meia.
- Desde que eles ficaram cientes da ação, eu não tive contato com nenhum deles (dirigentes do Flu). O Cavalieri acabou expondo bem o que vinha acontecendo no clube. É um cara de extremo caráter, o melhor profissional que tive a oportunidade de trabalhar, um irmão. Todo mundo ficou muito indignado com o que aconteceu com ele, por como conduziram a situação dele. Foi revoltante. A do Henrique também, porque foi nosso capitão lá o ano todo. Marquinho, que foi operado... Isso acaba refletindo como a situação lá está. A gente aguentou até onde deu. Espero que o Fluminense consiga se resolver e que meus amigos não saiam perdendo - afirmou o jogador.
Ele ainda disse que entende os palmeirenses que não quiseram entrar em uma troca quando a negociação com o Flu envolvia outros atletas. Nos documentos do processo, o clube carioca acusa o armador de ter agido por "má-fé", argumento rebatido pelo camisa 14 alviverde.
- Sobre (ter agido com) má-fe, eu não acredito nisso. Quem me conhece sabe do meu caráter, da pessoa que eu sou. E outra, a causa foi vencida, a princípio, na Justiça. Então quem estava agindo de má-fé não era eu, era o Fluminense comigo. Claro que a instituição é maior do que as pessoas que administram o clube, mas o que eles estavam fazendo comigo era injusto. Por mais que não tenha ganhado título de expressão, a minha história lá dentro era bonita. Praticamente eles escolheram pela minha saída, foi o que me restou. Lutei pelos meus direitos - justificou.
- O Paulo Autuori é um dos caras mais capacitados e inteligentes. Como ele tinha acabado de chegar, ele teve que se expor, talvez nem acreditasse no que falou. Se ele falasse hoje, talvez não repetisse o que ele disse. Eu não queria falar que ficar no Fluminense seria uma fria, porque hoje pegam uma frase fora de contexto e já viu... Mas quando estava acontecendo o negócio e aparecia que não sei quem não quis ir para o Fluminense, eu entendia o lado do jogador. Talvez eu mesmo não iria - completou.
O agora jogador do Verdão cobra na Justiça atrasos de salário, direito de imagem, férias e 13º. O atleta na ação pediu a rescisão contratual indireta e imediata e o pagamento de mais de R$ 9 milhões referentes aos atrasos e salários até o fim de seu vínculo em setembro de 2020. A Justiça deu uma liminar em favor de Scarpa, que ao ficar livre fechou com o Palmeiras.
Já houve uma tentativa do Flu de derrubar a liminar, mas o recurso foi negado nesta semana. No Palmeiras considera-se que o jogador tem argumentos suficientes para vencer a batalha jurídica. Mesmo se o time carioca ganhar, há uma cláusula no contrato com o Verdão que obriga o atleta a assumir os valores de uma possível multa.