Wallace dos Santos é ouro no arremesso de peso com recorde mundial. João Victor leva bronze
Brasileiro da classe F55 obteve a marca de 12,63m nesta sexta-feira
O brasileiro Wallace dos Santos conquistou a primeira medalha de ouro nas provas de campo do atletismo brasileiro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio nesta sexta-feira, ao vencer a disputa do arremesso de peso pela classe F55 (para atletas com deficiência no membros inferiores que competem em cadeiras de rodas), com a marca de 12,63m.
A marca, obtida na sexta tentativa de arremesso, também quebrou o antigo recorde mundial da prova, que era de 12,47m atingidos pelo búlgaro Ruzhdi Ruzhdi, principal adversário de Wallace na prova desta sexta e que ficou com a medalha de prata, com 12,23m. O polonês Lech Stoltman completou o pódio, com 12,15m.
Entre as principais conquistas da sua carreira, Wallace conquistou a medalha de ouro no arremesso de peso nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019.
Após um acidente de trabalho em 2007, o carioca fraturou uma vértebra da coluna lombar e ficou paraplégico. Ele conheceu o esporte paralímpico em 2013, numa associação que tinha um projeto em conjunto com a polícia militar do Rio. Lá, ele viu Jonas Licurgo treinando. O atleta, 1º do mundo em 2017 no lançamento de dardo, emprestou sua cadeira para Wallace treinar. Sua atual treinadora presenciou a cena e o convidou para treinar frequentemente. Sua primeira convocação pela Seleção Brasileira foi em 2016, para os Jogos Paralímpicos do Rio.
Com esta vitória de Wallace, o país chega agora a 93ª medalha de ouro na história dos Jogos Paralímpicos, faltando sete para a 100ª. Ainda são 116 de prata e 107 de bronze.
Também teve bronze para o Brasil!
O Brasil também foi ao pódio no arremesso de peso na classe T37, para pessoas com paralisia cerebral. João Victor Teixeira, na quinta de seis tentativas, cravou 14,45m, terceira melhor marca da prova, garantindo o bronze. O ouro ficou com Albert Khinchagov, do Comitê Paralímpico Russo, com 15,78m, e a prata com Ahmed Moslah, da Tunísia, com 14,50m.
João contou a saga que viveu nos últimos dias até ser coroado com a medalha. O atleta se recuperou recentemente de Covid-19 e não tinha a prova do arremesso de peso como principal foco.
- Eu estava focando no disco, que é a minha prova principal. Eu estava com o joelho machucado, e dei prioridade ao lançamento. Comecei a treinar quando cheguei aqui. Já era para estar aqui faz tempo, mas testei positivo para Covid no último dia antes de irmos para Hamamatsu. Fiquei duas semanas em casa treinando, triste. Isso sim foi superação. Fiquei ali combatendo a doença. Estou orgulhoso de mim. Sou terceiro do mundo numa prova que treinei duas semanas. É muito incrível. Fiz a melhor marca da minha vida. Agora já quero chegar no Brasil treinando o peso, se meu joelho aguentar - disse João.