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Expectativa pequena, sonho grande: o retrato do badminton na Rio-2016

LANCE! ouve fãs, treinadores e primeira brasileira a se apresentar pela modalidade em Jogos Olímpicos para explicar trabalho exercido em busca do reconhecimento no país

Jovens se reuniram para assistir estreia do Brasil no badminton da Rio-2016
imagem camera(Foto: Arquivo Pessoal)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 13/08/2016
18:19
Atualizado em 15/08/2016
17:34

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A Olimpíada Rio-2016 proporciona oportunidades únicas na vida de um torcedor brasileiro. Assistir um grande ídolo, competição em alto nível e muito mais. Para muitos jovens, estes Jogos Olímpicos significaram a oportunidade de conhecer melhor um esporte não tão popular no país: o badminton. O LANCE! esteve no pavilhão dois do Riocentro, onde os jogos da modalidade acontecem, e conheceu histórias que explicam o momento do esporte no país. A competição é o que menos importa. Ver o Brasil na quadra em uma olimpíada já é um momento histórico, e nada melhor do que ser visto de perto por crianças que podem contribuir para a massificação e evolução da modalidade no país.


Lohaynny Vicente enfrentou a indiana Saina Nehwal no primeiro jogo do Brasil na história olímpica. Ela foi superada por dois "matchs" a zero (duplo 21 a 17), mas nada que tire o sorriso da brasileira. A tupiniquim e seu companheiro de seleção Ygor Coelho, perderam os dois jogos que fizeram na competição. 

- Acho que fui bem contra a Saina (IND), que é uma das melhores do mundo. Foi o melhor jogo que já fiz, estou satisfeita por ter feito esse jogo contra ela. Foi sensacional representar a modalidade. A torcida me ajudou muito, é uma responsabilidade, mas gostei, pois sou a primeira atleta brasileira a jogar na olimpíada. Eu, quando era de um projeto social, vim aqui no Pan-Americano de 2007 ver a competição. O Brasil ganhou medalha no Pan. Quando eu vi aquilo não imaginava que estaria aqui. O sonho se realizou muito melhor do que eu sonhava - refletiu, em conversa com o LANCE!.

Exatamente o que aconteceu com Lohaynny quando jovem é esperado que aconteça com crianças que foram convidadas a comparecer aos jogos da modalidade nesta olimpíada.

Professor de Educação Física, Mauricio Ramos Moreira, de 44 anos, conduz diversos projetos sociais onde dá aulas de badminton. Ele acompanhou um grupo de 30 alunos do Centro Educacional de Senador Camará. Com cortesias fornecidas pela BWF (Federação Mundial de Badminton) para incentivar a popularização da modalidade, o professor acompanhou crianças que viram de perto a primeira participação do país na história da olimpíada.

- Trabalhava com vôlei, mas me encantei com o badminton. Quando conheci o esporte logo levei para as comunidades que trabalho e agora estamos nesse trabalho de massificação com os jovens. A BWF proporcionou isso para nós e assim essas crianças tem a oportunidade de conhecer e gostar de algo novo. Sabemos que é muito difícil alcançar até o pódio nessa olimpíada, mas a questão é acompanhar algo histórico. Trabalhando essa massificação hoje, um dia chegamos lá - afirmou o professor, que dá aulas de badminton em escolas como Abeu Colégios, Recanto do Saber e Equipe Grau, além de comunidades como as do Jardim Iguaçu e do Zumbi, todas em Nova Iguaçu.

Para André Neves, de 37 anos, o badminton ainda enfrenta resistência quando ele tenta introduzi-lo em suas aulas de Educação Física. Segundo ele, os jovens se dividem em dois grupos: os fanáticos por futebol e aqueles que estão abertos a outras modalidades. E é exatamente o segundo grupo que pode ser trabalhado.

- Conheci o esporte na TV, depois levei para a escola e hoje é a minha paixão. Nossa visão é massificar esse esporte com a apresentação a crianças, gerar oportunidades e e depois buscar resultados - explicou.

Lohaynny Vicente fez a primeira apresentação de uma brasileiro na modalidade em olimpíadas. Apesar de não inspirar o sonho de uma medalha, ela conta com a alegria de fãs que estão satisfeitos apenas por ver a modalidade ser representada pelo país.

- Assisto badminton desde 2007, já joguei muito. Hoje, só assisto. Atualmente sabemos que o investimento ainda é baixo, mas é legal ver crianças marcando presença. Elas podem tornar o badminton uma potência um dia. Não vim para ver a vitória do Brasil na quadra. Vim acompanhar apenas essa estreia. A vitória é exatamente o país aproveitar essa participação para trabalhar a evolução do esporte. Se conseguir fazer isso já será muita coisa - avaliou Vinicius Soares, funcionário público de 33 anos.

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