Instalações com nova cara! Conheça as alterações para a Paralimpíada
Arenas utilizadas na Olimpíada passaram por reformulações e adaptações para receberem as competições. Mudanças foram feitas até na iluminação
O torcedor que for aos locais de competição dos Jogos Paralímpicos do Rio pode pensar que está vivendo um dejà vú, caso tenha prestigiado a Olimpíada no mês passado. Contudo, se ele tiver um olhar mais atento, perceberá que apesar de estar em uma mesma arena, o espaço passou por algumas mudanças importantes. É o famoso parece igual, mas não é.
Embora tenham sido planejadas para os dois eventos, alguns esportes, como basquete em cadeira de rodas, bocha e halterofilismo, demandam adaptações sutis, mas de extrema importância para os atletas envolvidos na disputa.
– Algumas arenas, como do basquete em cadeira de rodas, têm uma necessidade maior de cadeirantes. A área onde os atletas assistem também tem de ser maior, com plataformas maiores, voltadas ao esporte, como prioridades. Do levantamento de peso para o halterofilismo paralímpico, tem um ajuste de iluminação. O atleta compete no paralímpico como se estivesse em um banco de supino, então tem de ajustar a luz para não ofuscar nos olhos dele. Na bocha, tem uma preocupação com controle de temperatura na área de atendimento, porque os atletas são mais sensíveis – explicou o diretor de instalações do Comitê Rio-2016, Gustavo Nascimento, ao LANCE!.
A maior parte das instalações olímpicas será utilizada. No Parque Olímpico, apenas o Parque Aquático Maria Lenk não terá competições. Em Deodoro, a Arena da Juventude, que seria casa da esgrima em cadeira de rodas, foi fechada para conter despesas.
– A decisão de tirarmos a esgrima da Arena da Juventude foi para buscarmos fazer mais com menos. Na Arena Carioca 3, temos oportunidade de fazer duas competições – explicou Gustavo.
DIFERENÇAS
Arenas
A Paralimpíada vai utilizar grande parte das instalações da Olimpíada. Contudo, alguns locais precisaram de adaptações para receberem esportes, como o basquete em cadeira de rodas (Arena Carioca 1 e Arena Rio), a bocha (Arena Carioca 2) e o halterofilismo (Riocentro).
Categorias
Algumas modalidades são divididas em classes, de acordo com a deficiência do participante. No atletismo, quando são realizadas provas de campo a sigla é F. Já para eventos de pista, é a sigla T. Já a numeração diminui quanto maior for o grau de deficiência. Já na natação, as classes sempre começam com S. O atleta pode ter classificações diferentes para o nado peito (SB) e o medley (SM). Já em que classe ele vai competir, seguirá a mesma regra adotada pelo atletismo.
Período
A duração da Paralimpíada é um pouco menor em relação à Olimpíada, sobretudo por ter menos modalidades em disputa.
BATE-BOLA
Gustavo Nascimento Diretor da Rio-2016
Como funcionou a adaptação das arenas para a Paralimpíada?
São dois aspectos. O que fazemos de adaptação é basicamente nas áreas de competição, aquecimento e treinamento. O outro é a identidade visual. Saem os Aros Olímpicos e entram os Agitos Paralímpicos. Fazemos uma verificação de acessibilidade nas áreas temporárias, rampas, se algum material soltou, só para garantir que o acesso pelos pisos e toda a parte de mobilidade estejam ok para todos.
Onde vocês buscaram inspiração na hora de planejar as arenas de competições?
Na linguagem técnica, para nós sempre foi um planejamento de dois grandes eventos em um. Buscamos diminuir as adaptações, fazer de forma eficiente para ambos. Na parte mais intangível, ou poética, gosto da nossa marca, o triângulo, como se fosse um coração, que nos torna iguais a esses caras. Pessoas que já superaram deficiências, vêm para fazer o seu melhor. É muito emocionante. Para nós, os Jogos são para super-humanos e trabalhar com um público mais acessível, gente que não tinha condições de comprar ingressos para os Jogos Olímpicos e agora vem apreciar o Parque Olímpico. É uma turma até mais especial, com uma população maior da Zona Oeste e Zona Norte.
A logística da Vila dos Atletas também é diferente?
A ocupação é menor. A diferença é que temos árbitros e oficiais técnicos que não tínhamos nos Jogos, e limitação de numero de andares. Como são muio mais cadeirantes, para ter o mesmo nível de conforto, para não ter tempo de espera, usamos menos andares. Tem uma ou outra adaptação nos quartos, mas em geral eles já estão prontos para atender os atletas paralímpicos.