A decisão da noite desta quarta-feira do desembargador federal Guilherme Couto de Castro, que suspendeu a liminar da juíza Márcia Nunes de Barros que proibia órgãos públicos de repassarem dinheiro para a Rio-2016 enquanto as contas não fossem transparentes, foi comemorada pelo comitê. Isso garantirá a injeção imediata de pelo menos R$ 150 milhões da prefeitura e viabilizará os custos com a Paralimpíada.
Embora ainda ocorra uma questão jurídica, pois o TRE também proibiu a prefeitura de repassar o dinheiro, já que a lei proíbe doação em ano eleitoral, o comitê espera contar o mais rapidamente possível com este dinheiro, pois ocorreram muitos contratempos que levaram a Rio-2016 a ficar com o caixa vazio.
- Realizamos a Olimpíada sem verba pública. E seria ótimo se a Paralimpíada também não tivesse essa ajuda. Mas ocorreram problemas. Tínhamos 10% dos ingressos vendidos para a prefeitura, mas como é ano eleitoral, isso foi proibido e o prefeito Eduardo Paes nos devolveu os ingressos. Além disso, a venda para os torcedores ainda está baixa, apenas 12% dos 2,3 milhões, isso dá 300 mil ingressos. E ainda buscamos patrocinadores. Este dinheiro entrará para ajudar nos custos da alimentação e das viagens de delegações - disse Mário Andrada, diretor de comunicação da Rio-2016.
O mais urgente será repassar o dinheiro para o Comitê Paralímpico Internacional, pois a data-limite é esta sexta-feira, ou algumas delegações de países com menos recursos não poderiam enviar atletas.
Ainda que receba os R$ 150 milhões, a Rio-2016 não tem a conta da Paralimpíada equilibrada, pois o recurso necessário para cobrir as últimas contas é de R$ 200 milhões. Estes R$ 50 milhões que faltam podem entrar de três formas: uma injeção financeira do governo federal (o ministério do Esporte acena com R$ 120 milhões); a entrada de patrocínio; e a venda de ingressos. O comitê mostra otimismo em relação às duas últimas.
- Estamos em conversa com a Pepsi, que já tem um relatório. E a venda de ingressos pode estar começando a acelerar. Nesta quarta-feira vendemos 9 mil ingressos para a Paralimpíada. Se continuarmos nessa forma, provavelmente precisaremos de menor ajuda pública, que era a nossa ideia original.