Irlandês do COI preso por cambismo no Rio pede afastamento de cargos
Pat Hickey, presidente do Comitê Olímpico Irlandês e membro do COI, fica fora do poder até o fim das investigações. Ele sentiu-se mal ao ser detido e passará quarta no hospital
O irlandês Patrick Hickey pediu afastamento temporário da presidência do Comitê Olímpico da Irlanda e do cargo de membro Comitê Olímpico Internacional. O dirigente é o mesmo teve o pedido de prisão expedido pela juíza Mariana Shu, do Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos, ao lado de outros quatro britânicos por causa da investigação sobre venda ilegal de ingressos nos Jogos Olímpicos do Rio.
A alegação para a sua saída foi a sua saúde, comprometida com a repercussão do escândalo, já que Hickey é apontado como o principal articulador da revenda de ingressos que o comitê irlandês recebeu do COI da empresa oficial (PRO 10) para a THG, que fazia a venda ao público a preço superfaturado (um ingresso para a cerimônia de abertura chegou a custar R$ 30 mil). Um cambista irlandês, Kevin James Mallon, foi preso no dia 6, em um hotel na Barra da Tijuca, com mais de mil ingressos que contavam com o nome do comitê da Irlanda em seu canhoto.
- Em função do que ocorreu nesta manhã e por causa da sua má saúde, o Sr. Hickey tomou a decisão de se afastar temporariamente de todas as suas funções olímpicas até que o assunto esteja resolvido, disse a nota do Comitê da Irlanda.
Hickey, que tentou despistar a polícia que foi em sua busca em um hotel da Barra na manhã desta quarta feira, ficando num quarto de amigos e não o seu, para não seguir direto para a delegacia, alegou estar passando mal e foi levado para o hospital Samaritano, em Botafogo. Ele deverá permanecer internado pelo menos esta quinta-feira.
- Como ele sente dores no peito e possui um histórico de problemas cardíacos, permanecerá 24 horas no hospital - disse um comunicado do comitê irlandês no fim da tarde desta quarta-feira.
Além de Hickey, estão com a prisão preventiva decretada os irlandeses Ken Murray, Eamonn Collins e o inglês Michael Glynn. De acordo com o despacho da juiza Mariana Shu, a prisão se deu em razão de os investigados não possuírem residência fixa no Brasil e poderem sair do país durante a apuração dos fatos.