Snowboarder paralímpico André Cintra, que vai disputar os Jogos de Inverno, é voluntário no Rio-2016
Brasileiro foi o primeiro a representar o país no torneio, na Rússia em 2014, e no ano passado ficou com o bronze na Copa do Mundo de Aspen<br>
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Pioneiro. De acordo com o dicionário: aquele que vai adiante, que anuncia algo de novo ou se antecipa a alguém ou a algo; precursor. Assim também podemos definir André Cintra. O paratleta foi o primeiro brasileiro na história dos Jogos Paralímpicos de Inverno, em 2014, na Rússia. E também o primeiro paratleta brasileiro a conseguir um lugar no pódio em um torneio de esportes de inverno de relevância mundial, com o bronze na Copa do Mundo de Snowboard de Aspen, nos Estados Unidos, em 2015.
André Cintra, que teve a perna direita amputada após um acidente de moto aos 18 anos, escolheu competir profissionalmente em um esporte incomum para os brasileiros: o snowboarder. Ele vai encarar mais uma vez o frio dos Jogos de Inverno, em 2018, mas antes aprecia os Jogos Olímpicos de Verão no Rio de Janeiro. Para sentir o ambiente nos bastidores deste grande evento, o paratleta decidiu fazer parte do grupo de voluntários do torneio. Faltando apenas um dia para o fim dos Jogos Olímpicos, está satisfeito com a bagagem adquirida até então.
- Essa experiência está sendo maravilhosa, estou trabalhando no atletismo, e minha principal função na parte de corrida é colocar os blocos, aquelas placas onde os atletas colocam os pés, aquilo está ligado em um computador que mostra o tempo em que os atletas estão largando. Eu coloco também a identificação das raias de cada corredor" - conta ao LANCE!.
- Eu decidi ser voluntário há alguns meses, principalmente pelo que vi como atleta na Rússia. Os voluntários lá demonstravam ter uma ótima experiência, interagindo com os atletas e pessoas do mundo inteiro. Então foi por isso que decidi ser voluntário também - explica André.
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Acostumado a grandes emoções, André conta que teve ao lado do jamaicano Usain Bolt - dono de três ouros no Rio - o momento mais marcante nos bastidores do torneio. Ele estava bem pertinho da lenda antes da prova de 100 metros. E assim, pôde sentir a mesma vibração sentida pelo velocista com a euforia dos torcedores.
- O momento mais emocionante dos bastidores dos Jogos foi quando o Bolt estava na parte do aquecimento e entrou na pista, bem pertinho de onde eu estava. O estádio foi quase abaixo vibrando e comemorando a entrada dele para os 100 metros - relata.
Após o trabalho no Rio, André Cintra seguirá sua preparação para os Jogos Paralímpicos de Inverno 2018, na Coreia do Sul, depois de ter sido o primeiro paratleta a garantir uma vaga para o país na competição, em 2014, na Rússia.
- Conseguimos isso com muito trabalho, muito treino e dedicação de toda a equipe - faz questão de ressaltar.
- A preparação para 2018 nos últimos meses tem sido no Brasil, com outros esportes; stand up paddle, kitesurf e wakeboard. Vamos começar também as provas sul-americanas, para buscar a classificatória em novembro, na Holanda, indo até abril, com provas em vários países" - diz.
André Cintra demonstra muita vontade, seja representando o Brasil nas competições ou atuando no suporte deste evento histórico que estamos sediando. Com uma energia que parece ilimitada, é mais um nome a ser lembrado. Não só por ser um paratleta diferenciado ou multiatleta, pratica diversas modalidades, mas por ser mais um brasileiro a fazer história e a mostrar que o esporte vai muito além do que podemos ver. - O esporte hoje é uma das coisas mais importantes da minha vida, como uma válvula de escape, como um alimento diário - traduz ele perfeitamente.
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