Após fingir morte da avó e sumir do clube, joia ganha recomeço no Santos
Diogo Vitor chegou a ser relacionado por Marcelo Fernandes em 2015, mas não jogou. Após corte na Copinha por indisciplina e recondicionamento no time B, ele tem nova chance
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Quem não sonhou em ser jogador de futebol? Inúmeras crianças crescem com esse sonho, mas apenas um seleto grupo consegue seu espaço no mundo da bola. Diogo Vitor é mais um desses meninos de família humilde e que batalhou por uma vaga nas categorias de base do Santos. Mas cometeu erros, pagou por eles e agora tenta recomeçar no sub-20.
Há seis anos nos juniores de um dos clubes que mais revela jogadores no país, o atacante recentemente esteve perto de se perder de vez de sua melhor companheira: a bola. Seguindo o caminho natural de uma das maiores apostas do clube nos últimos tempos, Diogo Vitor começou a despontar com sua habilidade e chegou, no final de 2015, a ser relacionado em alguns jogos da equipe profissional pelo técnico Marcelo Fernandes. Aos 18 anos, porém, não fez sua estreia.
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Ainda com idade para disputar a Copinha, principal campeonato das categorias de base no Brasil, Diogo era nome certo para a competição deste ano. Mas uma "dor de dente" o tirou do torneio. No início do ano, o atacante não se reapresentou ao Peixe na data estipulada se queixando de dores, mas recusou o tratamento oferecido pelo clube e simplesmente desapareceu por quase um mês, mesmo recebendo notificações e advertências do clube. O "sumiço" resultou em seu corte na lista final da Copinha.
Pouco tempo depois, contudo, os deslizes voltaram a acontecer. Diogo Vitor voltou a faltar aos treinos do Santos. Conforme o LANCE! apurou, o motivo alegado pela joia foi o falecimento de sua avó. Em gesto de solidariedade ao ocorrido, o Peixe tentou contato com a família do jogador. Surpreendentemente, porém, quem atendeu a ligação foi a própria avó de Diogo.
Irritado com a postura do atacante, o Alvinegro cogitou rescindir seu contrato e dispensá-lo de suas categorias de base. Balançado com sua notável qualidade técnica, o clube hesitou e decidiu realocar o atacante no time B, antigo sub-23. Lá, Diogo Vitor encontrou o técnico Kleiton Lima, com quem teve uma conversa franca e definitiva para os rumos que gostaria de dar em sua vida.
- Ele ficou fora um tempo grande, chegou inativo. Fizemos um planejamento, tivemos uma conversa muito séria com ele, muito produtiva, no sentido de querer ajudá-lo, resgatar ele como atleta e nos colocando à disposição também para a vida pessoal. Ajudou bastante. Ele passou por um período de entrega na parte física, ficou três semanas só com nosso preparador físico. Falei verdades para ele, abri as portas para ajudá-lo a ter oportunidade na carreira. Falei olho no olho coisas que ele precisa encarar para vencer na vida. Futebol está difícil, o espaço é pequeno, e é preciso saber aproveitar - disse o treinador da equipe B do Santos, ao LANCE!.
"No um contra um ele tem repertório grande. Tem o drible, improviso, quebra de linhas", Kleiton Lima
Antes mesmo de Kleiton poder observar melhor a parte tática da joia, já que Diogo passou por intenso processo de recondicionamento físico por conta da inatividade, o jogador recebeu excelente notícia. Por conta do mau momento que o time sub-20 do Peixe vem vivendo no Paulistão da categoria, a diretoria do clube se rendeu à qualidade de Diogo Vitor e, como voto de confiança à postura do "novo" Diogo, o reintegrou ao sub-20, comandado pelo técnico Marcos Soares. Na base, aliás, o jovem terá chance de finalmente voltar a jogar, já que o Santos B ainda se prepara para disputar a Copa Paulista, sua primeira competição oficial.
Entre erros e acertos e com uma boa dose de compreensão, mais uma joia surge na "fábrica de craques" do Santos. Resta agora saber se as experiências de vida de um jovem de apenas 19 anos servirão para levá-lo aonde o clube sempre projetou: o topo.
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