Após vitória, Santos não descarta negociar Éverson com o Atlético-MG
Depois de triunfo do Santos na Justiça, reintegração do goleiro no Peixe também é possível. Poder da decisão está nas mãos do técnico Cuca
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Com vitória em primeira instância obtida nesta terça-feira (25) na Justiça do Trabalho, o Santos segue com o goleiro Éverson vinculado ao clube. Ele solicitava a rescisão unilateral do seu contrato com o Peixe, além do pagamento de R$ 7,3 milhões referentes a pendências financeiras. Alvo do Atlético-MG, a diretoria santista admite um possível negócio com o Galo envolvendo o goleiro, mas nega contato oficial.
O relacionamento entre as diretorias, abalado no início do ano após a investida dos mineiros pelo atacante Soteldo via Huachipato (CHI), melhorou desde a chegada de Alexandro Mattos na direção de futebol, mas em contato recente entre as partes, que culminou na ida do Eduardo Sasha ao Atlético, a diretoria do Galo demonstrou interesse apenas no atacante.
O principal interessado na ida de Éverson a Minas Gerais é o técnico Jorge Sampoli, que já havia indicado a contratação do goleiro ao Santos, em 2019. O treinador nega interferência na situação, mas teria acionado intermediários para consultas extraoficiais ao Peixe. Para que haja possibilidade de negócio, o argentino teria que convencer a direção atleticana a realizar um novo investimento, de forma que os atleticanos já começam a demonstrar insatisfação pelo excesso de pedidos que tem sido feito por Jorge. Desde a chegada do profissional ao Galo, oito atletas foram anunciados pelo clube.
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Possível retorno
O juiz responsável pelo caso envolvendo Éverson, Wildner Izzi Pancheri, alegou que no contrato entre as partes havia uma cláusula que elegia a Câmara Nacional de Resoluções e Disputadas, órgão extrajudicial vinculado à CBF, como o único responsável por julgar o mérito. Apesar de haver possibilidade de que o jogador recorra em segunda instância, através da justiça comum, o caso deve ser levado à CNRD, conforme o empresário de Éverson, Edson Neto, confirmou ao “UOL Esporte”.
Enquanto a situação trânsita em julgado, o goleiro segue vinculado ao Santos, que deixou nas mãos do técnico Cuca a possibilidade de reintegração do jogador. Embora internamente a opção não agrade parte da diretoria, ela não terá interferência na decisão final. Nas últimas semanas, Cuca conversou com Éverson que não se mostrou relutante sobre a possibilidade.
Detalhes do processo
Éverson acionou o Santos judicialmente no dia 19 de julho solicitando a rescisão unilateral do seu contrato, por conta do não pagamento do direito de imagem nos últimos cinco meses, além da ausência de recolhimento do FGTS durante o mesmo período, redução salarial de 70% sem o consentimento entre abril e junho, incluindo também multa e cláusula compensatória desportiva, referente a todos os salários até o fim do seu contrato, em dezembro de 2022, e honorários advocatícios que somando resultam em R$ 7,3 milhões.
No entanto, o cinco dias depois o goleiro teve o pedido de urgência em segunda instância negado. O profissional solicitava a rescisão do seu contrato com o Peixe antes do julgamento, alegando sondagem de outras equipes e a proximidade da retomada do futebol brasileiro à época. Contudo, o juiz responsável pelo caso, Wildner Izzi Pancheri, negou a solicitação, alegando que não havia comprovação de propostas ou negociações em andamento. O magistrado também derrubou o Segredo de Justiça do processo.
O Santos fez três depósitos de valores devidos a Éverson em juízo, referentes as quantias salariais retidas entre abril e junho, dos direitos de imagem não pagos neste período e uma parcela acordada pela ausência de pagamento do mesmo direito em fevereiro e março.
No dia 17 de agosto, o Santos protocolou uma contestação ao processo onde declara que o goleiro foi coagido pelo treinador Jorge Sampaoli, do Atlético-MG, clube que, embora negue, possui interesse no atleta. O clube também alega que o jogador aceitou a redução salarial solicitada pelo Peixe durante a paralisação do futebol brasileiro, devido a pandemia do novo coronavírus.
Seis dias depois, a defesa de Éverson respondeu às contestações, negando interferência de Sampaoli na decisão do goleiro e afirmando que o aceite do acordo de redução dispôs sobre um possível corte de 30% conversado entre diretoria e atletas, e não de 70% aplicado pelo Santos sem o consentimento do elenco.
Passagem pelo Santos
Éverson foi contratado pelo Santos junto ao Ceará por R$ 4 milhões, em janeiro de 2019. A aquisição atendeu a um pedido de Jorge Sampaoli, então treinador santista, que gostaria de contar com um goleiro de qualidade no jogo com os pés. À época, o Peixe também contava com Vanderlei, ídolo da torcida alvinegra, que hoje atua no Grêmio.
Com o tempo, Éverson assumiu a titularidade, mantida por Jesualdo Ferreira após a saída de Sampaoli no início da temporada. No total, o goleiro fez 52 partidas com a camisa santista.
* Sob supervisão de Vinícius Perazzini
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