Santos aposta na volta, mas precisa aprender a superar o rival em campo
Jogadores santistas acreditam na virada com apoio da torcida no Pacaembu, porém antes disso Sampaoli precisa achar uma alternativa para vencer o Corinthians dentro de campo
Quem assistiu ao clássico do último domingo, notou que o Santos teve uma atuação muito abaixo do que já demonstrou nesta temporada e, pela terceira vez, não conseguiu superar o Corinthians na casa do rival. Jogadores e comissão técnica têm a consciência de que ganhou o melhor e confiam na virada na partida de volta, no Pacaembu, mas antes eles sabem que precisarão entender como superar os corintianos para garantir vaga na decisão estadual.
Atletas como Diego Pituca, Lucas Veríssimo e Victor Ferraz saíram de campo com a noção de que o grupo não fez um bom jogo na primeira partida da semifinal do Paulistão, mas os três foram uníssonos também em relação à certeza de virada diante do torcedor, no confronto de volta.
- Acho que tocamos bem a bola, pecamos no último passe, mas agora é em casa, vamos decidir em casa, com o apoio da nossa torcida, tenho certeza que vamos sair classificados - argumentou Pituca.
- Foi um jogo bem jogado, sabemos que podemos jogar mais. Agora, dentro de casa, é fazer o nosso papel, fazer o que a gente vem fazendo para sair com a vitória e com a classificação - afirmou Veríssimo.
- Eles fizeram sim um bom jogo, acho que a gente poderia ter atuado melhor, eles tiveram um encaixe tático melhor do que a gente. Agora é com a nossa torcida, Pacaembu lotado, onde a gente está acostumado e vem jogando. A gente vai tentar encurralar, e fazer outro grande jogo e buscar a virada - projetou Ferraz.
Esse discurso da confiança e da atuação ruim parece mesmo afinado entre os santistas, no entanto é preciso encontrar formas de aperfeiçoar a equipe após enfrentar o Corinthians pela terceira vez e não sair de campo com a vitória.
O primeiro passo para isso foi dado ainda na Arena em Itaquera, quando o técnico Jorge Sampaoli reconheceu a superioridade do Timão, principalmente na ideia de jogo, executada com louvor pelos comandados de Fábio Carille. Na visão do argentino, o Peixe foi neutralizado pelo adversário.
- Mérito do rival, que jogou como quis. O jogo do Corinthians prevaleceu, venceu muito bem, nos neutralizou, nos atacou, nos incomodou, mas não tivemos resposta. Então, diante dessa realidade, é mérito do rival e incapacidade nossa para poder gerar ataques, mesmo com mais posse de bola e com possibilidade ter mais jogadores no campo adversário. Isso é um indicativo de que poderíamos ser melhores, mas o rival se impôs com sua ideia - analisou o comandante santista.
De fato, os visitantes tiveram mais posse de bola: 61,1% x 38,9%, segundo os dados do Footstats. Contudo, só conseguiram finalizar em direção ao gol uma vez, o que corrobora com a visão de Sampaoli sobre a incapacidade de gerar ataques diante de um time que defende como poucos.
Segundo o argentino, o Santos ficou muito dependente de vitórias em duelos individuais durante a partida, já que não encontrava alternativas para marcar o segundo gol. Para ele, uma maneira de reverter a situação é fortalecer o coletivo para gerar variações de jogo e criatividade.
- Quando o individual não funciona, nosso coletivo precisa gerar argumentos que permitam surpreender uma equipe que se defende com muita gente. Eles se multiplicam para defender, então você precisa ter uma variação para poder atacar - concluiu o técnico estrangeiro.
Santos e Corinthians voltam a se enfrentar pelo Paulistão na segunda-feira, dia 8 de abril, às 20h, no Pacaembu. A partida é válida pela volta da semifinal do Paulistão-2019. Qualquer vitória do Peixe por um gol de diferença leva a decisão para os pênaltis. Já por dois ou mais tentos, Sampaoli e seus comandantes garantem no tempo normal a vaga na final.