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Caçula na Copinha, André vence ‘pedrinhas’ no caminho por sonho

André Anderson é o mais novo entre os jogadores do Santos na Copa São Paulo de Juniores, e sofreu para ter oportunidades no sub-20. Da cidade de Pedrinhas à busca do sucesso

André Anderson, do Santos
imagem cameraNascido em setembro de 1999, atacante estará no Santos da Copinha (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 30/12/2015
17:32

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Devanir saiu da cidade de Pedrinhas Paulista, no interior de São Paulo, para realizar um serviço em Santos, a mais de 500 km de distância. De 2009, quando essa história começou, até hoje, muita coisa mudou para ele e sua família. Mas uma das poucas que seguem inalteradas é sua opção por não deixar a profissão de pedreiro. Hoje residindo na Baixada Santista e dividindo o tempo entre o mundo dos tijolos e da bola, Devanir dá conselhos e cuida do crescimento de seu filho de 16 anos. Com esforço e dedicação para superar o caminho repleto de "pedrinhas", André Anderson será o mais jovem jogador do Santos na Copa São Paulo de Juniores de 2016.

O técnico Marcos Soares ainda não divulgou a lista de 25 escolhidos para o principal torneio de base do país, mas André Anderson tem treinado como titular e não será cortado. Além dele, há mais dois jogadores nascidos em 1999: Nicolas, apadrinhado pelo ídolo santista Robinho, e Alexandre Tam, ambos atacantes. Um nasceu em fevereiro, o outro em março e André só em setembro do ano em que Rivaldo foi eleito melhor do mundo pela Fifa. Apesar da pouca idade, o caçula sabe das grandes responsabilidades.

- Eu e os outros dois nascidos em 1999 igualamos o nível do sub-20 (jogadores nascidos a partir de 1996) não pela força, mas pela técnica. Não são todos que têm essa oportunidade, então treinamos o máximo para aproveitar da melhor forma. Nunca pensei que jogaria a Copinha com 16 anos, mas consegui. E isso representa muito para mim. Só eu e minha família sabemos o que tivemos que passar para ter essa oportunidade - reflete André Anderson, ao LANCE!.

O Santos surgiu na vida de André Anderson totalmente por acaso. Lembra de quando o Seu Devanir veio fazer um serviço como pedreiro na cidade? Então, naqueles dias, longe de casa e da família, ele acabou passando em frente à Vila Belmiro, viu uma molecada jogando futebol de salão, um anúncio de avaliações e oportunidades e ligou para a Dona Andréa. De Pedrinhas, André veio a Santos e foi aprovado nos primeiros testes. Naquele momento, a distância não permitia que ele treinasse e se dedicasse ao futsal do Peixe. Azar do Peixe...

Decidida a mudar de vida e dar uma chance ao talento que Pedrinhas não conseguia mais comportar, a família se mudou para Santos, onde também não faltaria trabalho para o Seu Devanir. E nem sonhos para André Anderson. Novamente aprovado, o garoto realizou a transição para o campo em 2010 e ali começou a trajetória como atleta das divisões de base do Santos.

- No início foi muito complicado porque era muita molecada, eu treinava com 80, 90 garotos, e o técnico não tinha como olhar individualmente todos. Muitas vezes um jogador acabava não sendo utilizado por causa da estrutura, porque não tinha como mostrar. Eu era um dos que não jogavam, que não tinham oportunidades. Ficava no banco e muitas vezes nem ia para os jogos - relembra.

Sem perspectivas reais no Santos, o jovem atacante tentou uma chance no São Paulo, mas não teve sucesso em quatro testes. Até que em 2014, sem contrato de formação e batalhando a duras penas pelo sonho, ele recebeu chances do técnico André Alves na Copa Brasil-Japão. Foi bem. Outra chance na Copa Zico e pronto, o Santos notou que ali tinha um potencial a ser trabalhado e mais bem observado.

Em 2015, "mais solto", como ele mesmo define, André Anderson foi um dos goleadores do sub-17 do Santos ao lado de Arthur Gomes, assinou o primeiro contrato profissional, subiu para os juniores e está treinando como titular. Aos poucos, o caminho de "pedrinhas" vai sendo deixado de lado, e o caminho do sucesso se aproxima. Ou vai duvidar?

- Esse contrato que eu assinei recente demonstra que tudo o que os meus professores e pais fizeram deu retorno, porque sofremos bastante, e é bom ver que a chance na Copinha é fruto de tudo isso. Vou dar tudo de mim - promete o garoto, já chamado de André Pedrinhas e André Pomilio, e que agora quer adotar André Anderson para o resto da carreira.

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