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Daniel Curi: ‘O nome do Santos é muito forte, muito grande’

O candidato a presidência do Peixe pela chapa número seis é o último entrevistado na série de sabatinas promovidas pelo L!

Daniel Curi
imagem cameraDaniel Curi foi o último dos candidatos à presidência do Santos a registrar a sua chapa (Foto: Reprodução/Twitter)
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Lance!
Santos (SP)
Dia 11/12/2020
13:00

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Neste sábado (12), o novo presidente do Santos, para os próximos três anos (2021 a 2023) será escolhido em Assembleia de Sócios. Durante os dias 30 de novembro e 05 de dezembro, o LANCE! promoveu uma série de entrevistas com os seis postulantes ao cargo máximo do Peixe, através do seu Instagram. 

As entrevistas em vídeo estão disponíveis no IGTV do L!, porém, confira a última nota dos bate-papos que tivemos com os presidenciáveis santistas, fechando, em ordem de registro de candidaturas, com Daniel Curi, que faz parte da chapa número seis, denominada "Santos da Virada". 

Confira a entrevista na íntegra: 

O que te impulsionou a se candidatar à presidência do Santos em 2020?

Eu tenho dito que o bom candidato não se candidata, ele é guindado ao posto por um grupo que confia nele e conhece o passado dele. Eu tenho 48 anos de idade e 42 anos de sócio do Santos. Sou advogado desde 1995. Uma das minhas especialidades é justamente a administração de passivos empresariais. Nessa situação, sempre nos estádios, eu fui convidado a fazer parte do conselho deliberativo, e mais especificamente, nos últimos seis anos, fui presidente da comissão de inquérito e sindicância de 2015 a 2017, que é um cargo complicadíssimo. É ela que recebe o parecer do conselho fiscal com contas rejeitadas. Ali a gente dá o enquadramento estatutário, apontamos as penalidades. Nessa condição, dei vários pareceres, penalizando conselheiros, alguns deles resultaram em expulsão. Eu digo tudo isso para enfatizar que eu não fui pro conselho deliberativo para fazer política ou criar amizade. Eu fui para cumprir a função. Em 2018, eu assumi a primeira secretaria da mesa do conselho, que é outro cargo que não traz simpatia nenhuma, pelo contrário. Uma das funções é controlar a fala dos conselheiros. É bastante trabalhoso ser conselheiro, principalmente linha de frente. Eu trabalhei muito lá dentro do conselho deliberativo.

O Santos hoje possui grandes dívidas financeiras e as mais recentes gestões em sua grande parte assumiram o clube afirmando que essas pendências foram herdades. Na sua opinião, em que ponto esse declínio administrativo iniciou e como solucionar esses problemas em um triênio?

Na realidade, a dívida expressiva será muito interessante ter essa expertise que eu tenho na administração de passivos para isso. Cito o case de sucesso que eu tive na Santa Casa de Santos em 2016. A situação do Santos não é muito diferente. Tudo isso passa por você chamar os credores. A partir do momento que isso acontece, você recupera a credibilidade. O nome do Santos é muito forte, muito grande. Não tem uma fórmula mágica, você tem que chamar os credores e pagar as dívidas. A dívida do Santos deixada pelo Marcelo Teixeira e Luís Álvaro de Oliveira era de 70 milhões de reais, em 2009. Hoje está em quase 700. Isso que naquela ocasião tinha uma estrutura pronta, com títulos e conquistas. Esse grupo, que assumiu em 2010 e ficou até 2014 é que está querendo retornar ao clube. Então, isso que o associado tem que estar atento. A situação que o Santos estava e a situação que está. A gente viu um caso da venda do Rodrygo Goes, com 50 milhões de euros, e a dívida só cresceu, não houve investimentos na base, contratações absurdas. É justamente isso que a gente quer eliminar em 2021.

Existe fórmula para solucionar ou estancar parte o integralmente os problemas financeiros do Santos sem onerar o desempenho esportivo?

Sem dúvida, não temos nenhuma extravagância em ações de impacto. A ideia é manter uma situação que priorize os jogadores de base e fazer contratações pontuais. É fazer mais com o menos. Quando resolvermos a situação externa, os investimentos vão aparecer. O Santos é muito grande. A prova de que é possível a gente observa hoje. O Santos, com um elenco enxuto, está bem em todas as competições que disputa.

Como o senhor enxerga e pretende lidar com as categorias de base do Santos, se eleito?

O nosso plano de gestão está bem elaborado e nele temos uma parte especial para a categoria de base. Damos prioridade de construir um centro de treinamento exclusivo para a base. Temos total prioridade. Não necessariamente na cidade de Santos, mas também em Praia Grande, Cubatão, etc. O Santos precisa valorizar e usar a imagem dos ex-jogadores. Agora só, no finalzinho da gestão do Orlando Rollo, que parece que isso começou a ser feito. Temos vários ídolos, como Clodoaldo, Nenê, João Paulo, etc. Ontem mesmo eu almocei com o Léo, o guerreiro da Vila, foi até um encontro emocionante, descompromissado, ele declarou apoio. Ele é a prova disso. É um ex-atleta totalmente identificado com o Santos, totalmente apaixonado, assim como os outros ex-jogadores que eu citei que não podem estar de fora do clube.

Como o senhor enxerga e pretende lidar com o futebol feminino do Santos, se eleito?

Também está no nosso plano de gestão, com um carinho especial. O Santos sempre foi vanguarda e referência no futebol feminino. E o que a nossa chapa tem, que nenhuma outra tem, é uma parceria com a Santa Casa de Santos para as meninas utilizarem o campo da Abrescas, bem ao lado do CT Rei Pelé, e fazer ali um centro de treinamento exclusivo para as Sereias da Vila. É inadmissível que as meninas tenham que dividir o vestiário com os garotos da base. Outra ação em andamento é que já estamos conversando com a equipe da Rainha Marta para que ela volte e que o Santos possa voltar a ser referência no futebol feminino.

Como o senhor enxerga a possibilidade de inclusão de outras práticas esportivas no Santos FC?

Importantíssimo. A nossa gestão vê com muitos bons olhos também. Eu vi o que o presidente Orlando Rollo conseguiu, do NBB, e é muito bom, porque o Santos sempre teve times fortes no basquete, no voleibol. São necessárias parcerias, com investimento externo e parceiro forte, devido à dificuldade financeira. Precisamos priorizar o futebol profissional, mas vejo com muitos bons olhos a questão da valorização dos esportes olímpicos, desde que tenham parcerias e investimentos externos.

Como o senhor avalia as prioridades de mando de campo de Santos Futebol Clube e o projeto de retrofit da Vila Belmiro?

Olha, na realidade, eu tenho um orgulho enorme de ver a massa que o Santos tem de torcedor na capital. Eu tive o privilégio de ir para clássicos em São Paulo, no Morumbi, no Canindé. Então, eu acho que o Santos tem que mandar alguns jogos em São Paulo sim. Eu vejo com muita tristeza essa rixa entre os mandos de Santos e São Paulo. Na minha opinião, a casa do Santos é na Vila Belmiro. Estatisticamente, ele é mais forte na Vila Belmiro. Os próprios jogadores adversários dizem isso. Não quer dizer que vamos jogar apenas na Vila, mas precisamos saber escolher quais jogos vamos jogar em outro lugar. É preciso terminar de uma vez por todas com essa rivalidade, atrair os torcedores de São Paulo para a Vila Belmiro e também jogar lá, jogar no ABC, jogar no interior, em Curitiba, etc., mas como eu disse, em jogos estratégicos. O que precisa é terminar essa rivalidade entre santista de Santos e santista de São Paulo. Isso nós vamos acabar. Somos todos irmãos, todos torcedores do Santos.

Quanto à retrofit, o projeto me agradou muito. Só temos que tomar cuidado para que não haja uma elitização do estádio, é preciso que o povo de baixa renda tenha acesso também. Nem que seja preciso fazer um acordo com a prefeitura, já que é função do estado fomentar cultura pra população, é um direito fundamental de todo cidadão brasileiro. Já vivemos em um país tão desigual, só faltava tirarem até o futebol da população de baixa renda. Em situação de pandemia, a melhor solução, enquanto a arena é construída na Vila, o ideal seria jogar no Ulrico Morsa, estádio da Portuguesa Santista. Quando o público retornar, podemos mandar jogos no Canindé, na Arena Barueri, ou até mesmo conversar com os rivais da capital, interior etc.

Recentemente o atual Comitê Gestor do Santos apontou algumas inconsistências no cadastro de sócios do clube, como você enxerga esse episódio? Você acredita que isso pode interferir no pleito do dia 12 de dezembro?

Sim, me preocupa muito. Isso foi até alvo de face news com os candidatos de Santos, dizendo que eles são contra o voto online. Eu sempre falei que sou a favor do voto online. As inconsistências apresentadas são muito preocupantes mesmo. Como eu tenho dito, só o que faltava para coroar um triênio desastroso fora de campo é uma eleição de um presidente que você não tem a certeza se foi eleito pela vontade maior ou não. O parecer da auditoria é de que não pode ser confirmado com certeza. O voto online é o melhor caminho, mas precisamos tomar cuidado.

Você acredita que a inconsistência nos dados dos sócios, bem como algumas contrariedades ao voto à distância, poderá dar brechas para que chapas derrotadas tentem a anulação do pleito?

Sem sombra de dúvidas, porque o que eu ouvi dizer é de que alguém que fez a inscrição para votar online, se posteriormente a secretaria não encontrar o comprovante, a inscrição será cancelada. Não me agrada muito o voto ser transferível. É muito preocupante. E volto a insistir que alguns candidatos se utilizam de fake news, volto a afirmar que sou sim a favor do voto online.

Como você avalia o atual Conselho Deliberativo do Santos e como pretende formar o seu, caso consiga o número necessário de votos para constituir cadeiras?

O conselho deliberativo é um órgão importantíssimo no Santos. Costumo dizer que o presidente do conselho tem uma importância maior que o próprio presidente do clube. Porque é o conselho que representa o associado, institucionalmente. É no conselho que o associado tem a sua voz. Infelizmente, o José Carlos Perez jogou a torcida contra o conselho na gestão, e era lamentável. Mas é importante que o associado se engaje. Não fui só primeiro secretário, mas presidi a comissão de inquérito e sindicância por três anos também. Eu não fui aquele conselheiro que ia lá, assinava a lista de presença e ia correndo pra casa. É isso que o associado tem que ver na hora de votar. A composição da nossa chapa é a melhor possível. Temos dois desembargadores, magistrados de carreira, um representante do Ministério Público de São Paulo, justamente por isso, porque eu vejo que o conselho é um órgão importantíssimo.

Comitê de Gestão: necessário, desnecessário ou mal necessário?

Como todo mundo sabe, a reclamação é recorrente, é muito difícil gerir o clube com mais sete pessoas. É uma dificuldade. Eu imagino que seja difícil. Mas eu também tenho dito que é hora da gente ter um olhar mais otimista para isso. Precisamos encarar a situação, resolver. Por um lado tem a falta de agilidade, mas também, por outro, você divide questões importantes com pessoas conceituadas. Então, me parece interessante, a gente tem que experimentar. As outras gestões sempre reclamaram, mas precisamos ver na prática. Tem situações negativas, mas também tem positivas. Vamos levar o Santos com uma visão otimista, parando de arrumar desculpas e parar de reclamar.

Como você analisa a “Gestão de Transição”, do presidente Orlando Rollo e o “Comitê de Transição” montado para esse período?

Começou melhor, mas agora não está me agradando tanto. O que eu tenho visto nos últimos dias é uma preferência da gestão por alguns candidatos. Isso me parece deplorável Teve a questão do pré-candidato que pagou uma dívida no exterior, que hoje na verdade já é candidato, fazendo de uma maneira escondida. Nunca vi gerir recursos de terceiros de forma escondida. Minha gestão é transparente. Para nossa surpresa, o próprio presidente está na chapa de conselho desse candidato. Então, essa transição começou relativamente bem, bonita na teoria, mas na prática parece uma preferência por candidatos.

Consideração final

Bom, na reta final, queria agradecer a todos os apoiadores, a toda a chapa, ontem almocei com o Guerreiro Léo, com um orgulho enorme. Eu vejo um diferencial que só a nossa chapa tem, com um case de sucesso público, reconstruindo o segundo maior orçamento de Santos. Com o choque de gestão, hoje a Santa Casa é superavitária, A situação do Santos não é diferente. Nosso maior gol será fora de campo, vamos recuperar a credibilidade do Santos e, assim, os investimentos vão aparecer. Chega de bandalheira no Santos Futebol Clube. No dia 12, vote na chapa Santos da Virada, Daniel Curi presidente, Ariovaldo Feliciano como vice.

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