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Em litígio com o Santos na Justiça, Damião vira alvo do Inter para 2016

Atacante de R$ 42 milhões ganhou a rescisão em primeira instância, mas enquanto recurso não for julgado ele precisa voltar ao Santos. Enquanto isso, Colorado deseja o empréstimo

Leandro Damião, do Cruzeiro
Damião tem números no Cruzeiro melhores do que no Santos. Para 2016, indefinição dá o tom (Foto: Divulgação)

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O atacante Leandro Damião, de 26 anos, faz parte do planejamento do Internacional para a próxima temporada. Jogador do próprio clube entre 2009 e o fim de 2013, quando foi comprado pelo Santos por R$ 42 milhões, ele está emprestado ao Cruzeiro até o fim do ano. O Colorado já demonstrou seu interesse e condições para a repatriação, mas ainda não oficializou a proposta de empréstimo por um ano com salários divididos com o Peixe, conforme apurou o LANCE!.

Contratado pelo Santos com aporte financeiro do fundo Doyen Sports, Damião marcou 11 gols em 44 jogos no ano passado e não caiu nas graças da torcida. Em janeiro de 2015, o atacante acionou o clube na Justiça em razão de salários atrasados e ganhou a causa em primeira instância. Porém, o contrato não é considerado rescindido até que o recurso do Santos seja julgado, o que ainda não tem data para ocorrer. Assim, teoricamente, a partir de 1º de janeiro de 2016, Damião volta a ser jogador do clube da Vila Belmiro, com contrato até 2018.

O Santos sabe que Damião dificilmente terá clima para vestir sua camisa outra vez, e nem deseja o retorno em razão dos altos salários e da boa fase de Ricardo Oliveira, que herdou a camisa 9 de Damião e marcou mais que o triplo de gols até o momento (36 contra 11). Porém, o clube paulista está de mãos atadas enquanto não há sentença. Na última janela de transferências, o Santos recebeu uma oferta formal de R$ 60 milhões do Olympique de Marselha (França) pelo atacante, mas não teve saída, já que os representantes do ex-camisa 9 disseram aos franceses que o valor tinha que ser pago a eles, não ao Peixe. A discordância a poucas horas do fechamento da janela atrapalhou os planos do Santos, que ainda sonha em recuperar parte de seu investimento.

A transferência mais cara da história do futebol brasileiro só foi possível porque o Santos fechou uma parceria de financiamento com o fundo maltês Doyen Sports, que parcelou ao Peixe quatro parcelas de 3 milhões de euros, com o último 1 milhão de euros sendo responsabilidade do próprio Santos. Os valores foram pagos ao Inter em quatro parcelas (duas em janeiro de 2014, uma em abril e a última em novembro). A dívida pode aumentar ainda mais porque, segundo o contrato de compra, "caso o atleta fique livre antes do término do prazo do contrato de trabalho, o Santos restituirá 18 milhões de euros para a Doyen".

Em valores atuais, o Santos pode passar a dever R$ 62 milhões à Doyen assim que a Justiça decidir pela rescisão do contrato de Damião com o clube. Isso sem contar mais R$ 13 milhões dos salários até o fim do contrato e R$ 1,8 milhão de salários atrasados não pagos. Além de tudo o que o Peixe já pagou (R$ 42 milhões), a "operação Damião" ainda pode chegar a mais R$ 80 milhões de novas dívidas pagáveis até 31 de janeiro de 2017. Ao todo, R$ 122 milhões, aproximadamente. Ou 35 milhões de euros.

Muito em razão da compra de Damião, o ex-presidente Odílio Rodrigues teve suas contas rejeitadas pelo Conselho Deliberativo do Santos, que atualmente analisa a forma de punição ao mandatário. Neste último ponto o clube decidirá se responsabiliza ou não dirigentes da última gestão, com punições internas ou a busca da Justiça comum para ressarcimento em último caso.

Pelo Cruzeiro, Leandro Damião teve números bem superiores aos que apresentou no Santos, com 18 gols marcados em 45 jogos. O atacante tem sido reserva com o técnico Mano Menezes e dificilmente permanece na próxima temporada, apesar do clube já ter feito sondagem por um novo empréstimo. 

Sobre o interesse do Internacional, o Santos alega não ter recebido qualquer sondagem. Vinicius Prates, o empresário do atacante, não foi encontrado para comentar o assunto. O estafe do jogador, por fim, diz desconhecer o interesse.

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