Um mês sem Santos em campo: como tem sido a quarentena do Peixe; veja
Temor quanto a receita, negociações por renovações contratuais e Marinho na Internet são os principais assuntos desses 30 dias sem o Alvinegro em campo
No dia em que completou 108 anos, nesta terça-feira, o Santos também atingiu a marca de um mês sem entrar em campo. A última partida disputada pelo clube aconteceu no dia 14 de março, derrota por 2 a 1, de virada, no clássico contra o São Paulo, pela décima rodada do Paulistão, no Morumbi.
Desde então, muitas incertezas referentes a pausa do futebol brasileiro, devido a pandemia do novo coronavírus, têm atingido diretamente o clube. Preocupações quanto aos compromissos salariais, perca de receita em bilheteria e direitos de transmissão, além de negociações de renovação contratuais de atletas estão ditando o ritmo da quarentena do Alvinegro Priano.
Departamentos funcionando
Embora tenha antecipado as férias dos jogadores, comissões técnicas e boa parte do corpo de funcionários, todos os departamentos santistas seguem ativos, a maioria com redução de colaboradores. O principal deles são os de futebol e marketing. Enquanto o primeiro tem trabalhado na manutenção de patrocinadores, com sucesso ate o momento, o segundo atua nas negociações de renovações de vínculos contratuais de atletas que estão próximos ao fim.
Dos 16 patrocinadores do clube, incluindo profissionais, base e futebol feminino, apenas um declinou. Já no quesito renovações, cada uma possui suas nuances diferentes. No momento, são três casos mais incisivos: Lucas Veríssimo, Evandro e Yuri Alberto.
No caso do zagueiro, embora ele tenha admitido publicamente a sua insatisfação com a forma que a diretoria santista tem conduzido o negócio, houve avanços pela extensão do vínculo nos últimos dias, conforme antecipado pelo “UOL” e confirmado pelo LANCE!. A pedido do técnico Jorge Sampaoli, o Atlético-MG monitora a situação do atleta, tendo feito, inclusive, proposta oficial, rejeitada pelo Alvinegro Praiano.
Quanto a Evandro, diretoria e estafe do jogador não tem se entendido. Segundo a “Gazeta Esportiva”, o clube deve o repasse da comissão aos empresários pela venda e, por isso, ainda não os procurou para falar sobre renovação. Enquanto isso, clubes como Athlético-PR, Vasco e Cruzeiro estão de olho no meia.
Por fim, Yuri Alberto tem a sua continuidade vista com otimismo pela cúpula alvinegra, já que ele tem ganho mais tempo de jogo com Jesualdo Ferreira. O entrave, no momento, está nas pedidas salariais do atleta, por meio dos seus agentes. No entanto, internamente há confiança em um bom acordo entre as partes, justamente devido ao relacionamento positivo da diretoria com os representantes, além do desejo do atacante em permanecer no clube.
Paralelamente a isso, ainda existe o desejo do Peixe em repatriar o atacante Robinho, atualmente no Istambul Basaksehir, da Turquia. Em reunião com a advogada e representante do atleta, Marisa Alija, no início de maio, foi apresentado a possibilidade de amortização da dívida de R$ 4 milhões em futuros salários do jogador, que está em fim de contrato com o clube turco e viria a custo zero. No entanto, a pandemia do novo coronavírus fez com que a Fifa solicitasse aos clubes que estendessem os vínculos de jogadores em fim de contrato para, pelo menos, até o encerramento da temporada local. Se isso acontecer com o Rei das Pedaladas, atrapalhará as pretensões santistas em tê-lo no segundo semestre.
O presidente José Carlos Peres e alguns integrantes da diretoria já manifestaram-se publicamente quanto ao desejo no retorno de Robinho.
Medidas
Assim que a Federação Paulista de Futebol anunciou a paralisação do Campeonato Paulista, no dia 16 de março (a Conmebol já havia suspendido a Copa Libertadores quatro dias antes), a diretoria santista optou pela suspensão das atividades no CT Rei Pelé, mantendo apenas o Departamento Médico, para os atletas em processo de recuperação física.
No próprio dia 16, os jogadores fizeram atividade regenerativa pós-clássico, já que folgaram na data anterior, mas foram comunicados que o dia seguinte seria de conversas com as autoridades médicas do clube e o presidente José Carlos Peres para esclarecimento das decisões tomadas e cuidados necessários durante o surto de COVID-19.
Em busca de não reduzir os salários, mas, também, preservar a economia do clube, a primeira medida da diretoria foi antecipar as férias de todos os atletas, comissões técnicas e boa parte do corpo de funcionários da instituição. A medida segue as recomendações da CBF e do Conselho Nacional dos Clubes. A princípio, foram dados 20 dias de férias, a partir do dia 1º, podendo ser ampliado por mais dez dias, o que tem tudo para acontecer.
No entanto, com as receitas comprometidas, a equipe não teve para onde correr e acordou, para maio, uma redução de 30% nos salários dos atletas.
Férias dos atletas
A pandemia do novo coronavírus trouxe aos jogadores de todos os clubes uma rotina atípica: férias em abril. Em um mês onde o futebol está rolando de vento em popa, com decisões de Estaduais, fase de grupos da Libertadores afunilando e etc, ficar parado, em casa, foge do trivial.
Com isso, o Departamento Físico santista precisou entrar em cena e formulou uma cartilha para que os atletas tomem cuidado em manter a forma durante o recesso. O Departamento Médico também seguiu aberto para que jogadores em processo de recuperação física continue fazendo os seus trabalhos.
No entanto, durante a quarentena, os personagens santistas têm usado e abusado das redes sociais, postando os seus cotidianos, tanto de treinamentos, quanto hobbys. Neste quesito, o atacante Marinho tem sido o destaque do clube nas web. Com o bom humor peculiar, o camisa 11 tem movimentado as suas páginas com vídeos, fotos e lives bastante divertidas.
Confira algumas delas: