Paulo Turra projeta Santos para resto da temporada e quer mudança no vestiário: ‘Vamos colocar em ebulição’

Treinador não mira luta contra rebaixamento no momento

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Treinador assume Peixe após saída da Odair Hellmann (Foto: Raul Baretta / Santos FC)

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Na apresentação de Paulo Turra, na Vila Belmiro, nesta terça-feira (27), o novo treinador, que possui o desafio de alterar a situação momentânea do Santos, contou sobre a necessidade de promover uma mudança moral no elenco do Peixe.

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- Vamos colocar o vestiário em ebulição. Nosso vestiário tem que comemorar um drible, um chute, um gol. Primeiro passo para virar a chave. Eles tem que ser entendedores que esse é o primeiro passo para virar a chave - relatou o comandante.

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Perto da briga contra o rebaixamento no Brasileirão, o comandante santista evita pensar na parte inferior da tabela e prioriza jogo a jogo.

- Temos a situação a dois pontos da zona, está próxima, mas eu chego agora e, lógico, entra o fator mental, pressão... Não passa pela nossa cabeça pensar na zona, pensamos em ganhar o primeiro jogo. Quando ganharmos o primeiro jogo e fazermos os três pontos, liquidando a sequência sem vitórias, vamos ver o que o Santos quer. O meu foco não é rebaixamento, Libertadores ou ser campeão, é ganhar o primeiro jogo: intensidade, competir e emergência - declarou o comandante.

VEJA OUTRAS RESPOSTAS DA APRESENTAÇÃO DE PAULO TURRA

Desafio pelo Santos

Gostaria de agradecer pela oportunidade de treinar um dos grandes clubes do futebol mundial. Fico grato a todos, presidente, Falcão, e todos que me recepcionaram muito bem: torcida do Santos, grupo, o Santos Futebol Clube. É uma oportunidade única. Em relação à pergunta, é um prêmio pelo trabalho que eu e o Athletico fizemos nesse tempo que estive lá. Encaro com naturalidade, responsabilidade, e estou preparado para esse grande desafio que é treinar o Santos

Expectativa do trabalho

Todos sabemos que precisamos, sim, de algum acréscimo de qualidade no plantel. Porém, com todo respeito, é uma situação que tratamos internamente. Temos um grupo com 38 jogadores no momento para disputar duas competições, uma que se encerra na quinta-feira. É um grupo inchado e vamos tomar decisões, mas eu não vou de um dia para o outro fazer revolução na parte técnica e tática, individualmente, mas algumas atitudes vão ser tomadas. Teremos que fazer algo diferente, que foi o que me foi pedido. Dentro de campo não estava dando certo, mas não inventaremos nada. Temos plantel para isso e podemos tomar outras atitudes.

Problemas táticos da equipe

O Santos tem uma equipe de qualidade, que através do meu trabalho e da comissão, será potencializada. Não tenho dúvida nenhuma em afirmar isso. Vamos potencializar com trabalhos específicos, minha ideia de jogo, podemos ser equilibrados no atacar e defender. Vamos conhecer mais a equipe no dia a dia e o Santos, na nossa metodologia de trabalho, vai ser agressivo e intenso. Caso contrário, não há caminho. Fui bem claro na apresentação aos jogadores: competir, intensidade e emergência. São essas as três palavras no vestiário. Sem competir, pode ter 10 Messi, 10 Cristiano Ronaldo, 10 Neymar. Sem intensidade, a mesma coisa. E pelo momento, a emergência. Sermos cirúrgicos".

O que esperar do Santos?

O nosso primeiro objetivo é estabilizar o Santos com vitórias, depois pensar em jogo a jogo. Dentro da evolução da equipe, no atacar e defender, podemos planejar algo a mais. Hoje é dar estabilidade à equipe após 10 jogos sem vitórias. E aí podemos pensar em algo a mais. Hoje estamos na 13ª posição, temos que brigar para chegar acima do 10, entendeu? É o objetivo principal. Não vamos fazer projeto para frente sem se preocupar com o presente que não é bom.

Vila Belmiro com torcida pode atrapalhar Santos?

Nunca é bom jogar sem torcida, especificamente falando do Santos, que é vibrante, tem caldeirão. Nunca é bom jogar sem a torcida. E quanto ao momento que o Santos está, temos que tirar conclusões e fazer de tudo e mais um pouco para sairmos disso, aprendendo para não voltar a ter uma situação dessa. Ninguém gosta disso, e somos sabedores que um time como o Santos, com enorme torcida, tem torcida. E quem não está acostumado a lidar com pressão... Jamais compactuarei com agressões e essas coisas, mas a pressão do torcedor, no estádio, de vaiar, pressionar... Ok, temos que pagar esse preço e, como eu falei, a partir da entrada do CT virar a chave, com novo ambiente, novo ânimo. Vamos em frente. O torcedor do Santos pode ter certeza que trabalho não vai faltar.

Mental do elenco

São ações durante os treinamentos, vídeos, ações no individual e no coletivo. É um processo, são desafios, e passa muito pelo ambiente que estamos. É um desafio tirar o Santos dessa situação, um grande desafio. Temos que ser homens fortes e suficientes para assumir a responsabilidade. Quem não conseguir, não está preparado para vestir a camisa do Santos. Viramos a chave quando chegamos, é outra história e motivação, com treinos específicos, cirúrgicos, é o dia a dia e abraçar na hora que tem que abraçar, chamar a atenção no coletivo ou individual quando necessário, dar moral, são detalhes. Chegaremos às 7h e saíremos 20h ou 21h se precisar. Vamos viver intensamente, dando exemplo aos jogadores para voltarem a ser jogadores de excelência.

Experiência com Felipão

Nesse tempo todo que estive... De 2008 a 2016 fui treinadores de times de menor expressão com orgulho, que me deram bagagem grande para trabalhar com o Felipão em outubro de 2016. Nesses oito anos, tive bagagem. Nesses cinco anos e meio com o Felipão, eu aprendi muito, muito, e acrescentei bastante para a carreira dele, história da sua comissão. Conquistamos títulos importantes. Ponto. A partir do dia 16 de dezembro de 2022, quando efetivado no Athletico, a minha identidade como treinador foi fincada. Os números mostram, e saí do Athletico pela porta da frente. Minha equipe teve equilíbrio entre atacar e defender, faz muitos gols e leva poucos. Os gols são na maioria preparados e ensaiados nos treinamentos, não só na bola parada. É uma metodologia de trabalho que tenho convicção. E com o que temos no Santos, conseguimos ajustar as características dos jogadores. Intensidade, competitividade... Não abro mão. Em todos os treinos precisa haver isso para termos resposta no jogo. A equipe com a bola saberá o que fazer, vai chegar ao fundo e por dentro sabendo o que fazer, mas não tiro a individualidade. Temos jogadores interessantes no individual que podem decidir em um jogo. Quando atacar, vamos de fato atacar, e sem bola vamos defender com 11, é muito importante. Eu sempre mostrava nos vídeos, acredito muito nisso, se o City tem todos atrás da linha da bola é um exemplo.

Futuro da utilização do 4-3-3

Passa muito pela percepção. Contra o Blooming, jogaremos no 4-3-3, mas passa muito por quem vai ocupar as vagas. Não sou adepto de uma formação tática. O futebol moderno evoluiu, é complexo, e dá para passar de 4-3-3 para 3-4-3 facilmente, por exemplo, e é importante na visão do treinador. Dentro do momento em que estamos, temos jogadores para variações táticas, pode ser de início ou durante o jogo. Temos uma equipe que, para esse momento, pode tirar o Santos dessa situação. Não tenho que inventar, tenho que tirar o Santos dessa situação, seja no 4-3-3 ou variando, e podemos melhorar muito o rendimento. Competir e ser intenso. Passa muito por isso aí a situação do Santos.

É possível ter DNA ofensivo com este elenco?

Essa questão do DNA Ofensivo muito orgulha o Santos, por todos os grandes craques que passaram, mas o que eu penso é que eu preciso equilibrar a equipe, atacar sem me preocupar em defender e defender sem me preocupar em atacar, com equilíbrio. E vamos equilibrar. Nossos jogadores com a bola precisam se concentrar nas ações ofensivas para, no lado mental, termos equilíbrio, e vai toda a questão de apenas dois treinos até agora. São comportamentos que nos treinamentos, perante à ideia de jogo, vamos aplicar. O Santos vai, sim, ser ofensivo, mas defensivamente será muito bem organizado. Para atacar, precisa ter a bola. E para ter a bola, precisa correr muito para recuperar. Muito e organizadamente. Com a bola, o Santos tem condições de ser ofensivo, sim. Porém, para ser ofensivo precisa ter equilíbrio, não é atacar que nem índio como se falava no passado.

Alternativas para melhorar momento

Não vou falar o que encontrei, tenho que falar o que eu vou fazer. Entrei no CT, junto com a minha comissão técnica, e existem os profissionais do Santos. É a comissão do Santos, não minha, e vamos colocar o vestiário em ebulição, viver o dia a dia, comemorar uma vitória, comemorar um drible, comemorar um chute, nosso vestiário tem que comemorar um gol. É o primeiro passo para virar a chave, é o primeiro passo. Ser organizado, disciplinado, com competição e intensidade.

Espaço para usar Marcos Leonardo e Deivid Washington

São dois jogadores bons, jovens e podem jogar juntos, sim. Vai depender muito do que nós enfrentaremos pela frente, com nosso momento e característica do adversário. Eu, nesse momento, estou conhecendo mais a fundo o Santos no coletivo e individual e não abro mão de nenhuma hipótese.

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