Tropeço antes de dia D frustra planos do Santos, que precisa se arrumar
Empate com o Vasco 'obriga' elenco a olhar para a parte de baixo da tabela antes de votação do impeachment do presidente, algo que pode tumultuar ainda mais o ambiente
Faltando 12 rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, o Santos poderia já estar pensando em planejar a temporada de 2019. O problema é que o clube não sabe nem quem será seu presidente na próxima semana - afinal, os sócios votam o impeachment de José Carlos Peres, neste sábado, na Vila Belmiro. O empate com o Vasco deixou o Peixe a nove pontos do primeiro classificado à fase preliminar da Libertadores. Neste momento, o cenário é bastante desfavorável.
Bem como fez depois da derrota para o Cruzeiro, Cuca repetiu o discurso de "olhar para baixo" neste momento da temporada. Cinco pontos a menos tem a Chapecoense, primeiro time da zona de reixamento. Com uma política completamente caótica e jogos difíceis pela frente, é prudente se precaver para evitar uma tragédia nesta reta final. É como se o time, neste momento, estivesse em uma espécie de limbo: tudo pode terminar muito bem ou muito mal em 2018.
Contra o Vasco, Cuca afirmou ter buscado um homem para cadenciar o jogo. Entrar em campo e controlar a ansiedade dos garotos na construção das jogadas de ataque, tirar o time de trás e chegar à frente com consistência. Não encontrou. Bryan Ruiz, contratado com status de titular, ainda não conseguiu mostrar a que veio. Blindado por comissão e diretoria, não é quem a torcida esperava que fosse.
O treinador santista já identificou algumas lacunas no elenco e espera poder preenchê-las na temporada de 2019. Mas, neste momento, não sabe nem se continuará no clube definida a situação da presidência. Embora seja uma unanimidade no alto escalão do Peixe, a situação ainda é nebulosa.
- O dia D é sábado. Vamos ver domingo como a gente joga. A resposta tem de ser domingo, se influencia ou não (lado político). A gente blinda, faz o que pode. Não posso culpar um mau resultado hoje porque estamos com um problema político. Não vamos se apegar a subterfúgios, a álibi, para gente dizer o porque não jogou bem no segundo tempo. Temos de jogar melhor. Ter uma regularidade. Geralmente a gente tem tido - analisou o treinador.
O Atlético-PR, rival deste domingo, tem os mesmos 33 pontos do Peixe. Perder o duelo na Vila Belmiro significa deixar escapar mais um adversário na tabela. Ganhar, passada também a crise política, pode recolocar o time no eixo.