Análise: Mesmo após a quarentena, Santos segue dependente de Soteldo
Em um Peixe sem criatividade contra o Santo André, o camisa dez foi responsável pelos principais momentos de perigo do Alvinegro Praiano no jogo, que terminou em 1 a 1
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Não houve criatividade, tampouco repertório no Santos pós-quarentena. Mas vale colocar: assim como era cedo para qualquer impressão geral do trabalho do técnico Jesualdo Ferreira nos primeiros jogos da temporada, apontar os dedos agora, após a realidade pandêmica ainda vivida, sem contar a tensão administrativa do Santos, seria muito leviano.
Então, analisando único e exclusivamente o empate em 1 a 1 do Peixe contra o Santo André, nesta quarta-feira, na Vila Belmiro, pela 11ª rodada do Campeonato Paulista, é valido afirmar que, bem como uma andorinha só não faz verão, um Soteldo sozinho também não faz.
Autor do único gol santista no confronto diante do Ramalhão, Soteldo foi ontem o que já vem sendo há tempos no Peixe: o principal nome da equipe. Ao pontuar os grandes momentos ofensivos do Santos no jogo, o pouco que encontraremos aconteceu no primeiro tempo e em jogadas individuais, de velocidade, do camisa dez.
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Diferentemente do que vinha fazendo antes da quarentena, quando prezava pela movimentação do trio de atacantes e a troca de lado deles durante o jogo, dessa vez o time de Jesualdo manteve um padrão mais definido do triângulo ofensivo. Soteldo, portanto, atuou praticamente a partida inteira pelo lado esquerdo do campo, salvo os momentos que trazia o jogo para o meio e acompanhava o curso da bola, mas logo retornava para o lado canhoto.
Na etapa inicial, usou e abusou das jogadas de linha de fundo e fez o lateral-direito adversário, Ricardo Luz, ter pesadelos. Já no segundo tempo, não conseguiu ter o mesmo êxito e o Peixe, que na etapa inicial não concluía as suas oportunidades em gol, mas tinha domínio territorial, nos 45 minutos finais não teve uma coisa, nem outra.
Ausência de Sánchez
É válido afirmar que boa parte do sucesso de Soteldo com a camisa do Alvinegro Praiano se deve a sua parceria com o meia uruguaio Carlos Sánchez. Contudo, ontem o baixinho teve que ser o “herói solitário” da noite santista.
Sánchez foi desfalque para o Peixe mesmo antes de ser expulso, aos 42 minutos do primeiro tempo. Disperso, o camisa sete atuou pela meia direita, aberto, formando um trio lateral com Pará e Arthur Gomes pela zona destra do campo e isso o escondeu do jogo.
No único momento em que se mexeu, o camisa sete criou uma boa chance, aparecendo como elemento surpresa, justamente em um setor onde naturalmente quem se encontraria era Soteldo, na linha de fundo pelo lado esquerdo. Porém, o chute de primeira, após boa esticada de Diego Pituca, passou por cima do gol de Ivan.
O meia uruguaio não foi o dono do meio campo santista, como estamos acostumados a ver. Sem ele, o Peixe ficou sem criatividade e abusou da “Soteldodependência” pela beirada. No segundo tempo, já com Pato Sánchez expulso, o buraco na zona central ficou ainda mais evidente.
* Sob supervisão de Vinícius Perazzini
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