Por torcida, Ceni pede que denúncias feitas contra Aidar sejam esclarecidas
Em entrevista ao LANCE!, goleiro-artilheiro evitou comentar a gestão do ex-presidente e falou sobre as chances de ingressar na política do clube: 'Há muito mais gente preparada'
Rogério Ceni quer ser técnico, e reconhece o quanto aprendeu com Juan Carlos Osorio neste ano. O Mito também trabalha a hipótese de entrar na política do São Paulo em um futuro distante. Então, o que teria aprendido o ídolo tricolor com a gestão de Carlos Miguel Aidar, que renunciou à presidência do clube em 13 de outubro após série de denúncias de corrupção?
– É uma pergunta muito capciosa, muito inteligente, mas não vou julgar, porque até hoje nunca foi 100% esclarecido tudo que aconteceu. Não farei análise individual, seria muito fácil bater depois de tudo. Foi uma pessoa que comandou o clube por 18 meses, e saiu de forma frustrada – opinou, ao L!.
O Mito, no entanto, promete não esquecer tudo o que aconteceu nos bastidores do Morumbi nesta temporada. Segundo o goleiro-artilheiro, todas as acusações precisam ser apuradas para dar satisfação à torcida e punir os responsáveis. Até hoje, a gravação feita pelo vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro que incriminaria Aidar nunca foi divulgada e nenhuma punição aplicada aos envolvidos pela diretoria.
– Foi um erro, uma infelicidade, mas o clube não pode ficar taxado por um erro de uma pessoa que momentaneamente o presidiu. Isso não reflete a história toda. Só acho que seria muito bom mostrar tudo aos torcedores – cobrou.
Embora tenha falado brevemente em algumas entrevistas sobre o desejo de ingressar na política do São Paulo, Rogério Ceni se mostra mais cauteloso no fim da carreira. Para ele, ser presidente de um clube exige conhecimentos que ele, como atleta, não tem condições de aplicar na administração.
– O básico é a formação em Direito, porque você tem muitos problemas (risos) jurídicos, e não tenho essa formação. Tenho o desejo, a forma como vivo e vejo o futebol. O que consigo ver é a capacidade técnica, como funciona a parte de futebol e o que seria bom no meu conceito ideal de clube. E acho que há muito mais gente preparada hoje, mais estudada. Toda essa coisa política é difícil. O bom é na Europa, onde o dono implementa o pensamento – justificou.
O primeiro requisito para chegar à presidência no São Paulo é ser conselheiro. Para isso, é preciso ter oito anos como associado do clube, algo que Ceni já tem. Para, já no Conselho, ocupar o posto de vitalício, é preciso estar no quadro de sócios há 20 anos. Depois, é preciso estar inscrito em uma chapa para participar da eleição de conselheiros. Usualmente, elas são divididas entre situação e oposição. Já no pleito presidencial, a maioria simples (50% + um) dos votos do Conselho define o vencedor. São 240 cadeiras e não há quórum mínimo para a votação ser realizada.