Corrida eleitoral do São Paulo tem críticas a Leco dos dois lados e fuga do rótulo de ‘situação’
Casares divulgou seu plano de gestão reforçando que a chapa 'Juntos pelo São Paulo' é uma coalizão de diferentes correntes, enquanto grupo de Marco Aurélio se define como oposição
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Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, ainda não se manifestou sobre as eleições que definirão seu sucessor na presidência do São Paulo em dezembro, mas já vê os dois grupos que disputarão o pleito negando o rótulo de "situação" e fazendo críticas à sua gestão.
Único candidato confirmado até o momento, Julio Casares reforçou durante a apresentação de seu plano de gestão, quinta-feira, que a chapa "Juntos pelo São Paulo" é uma coalizão de diferentes correntes políticas. Olten Ayres de Abreu Junior, seu candidato para a presidência do Conselho, é contrário a Leco há tempos, assim como o ex-presidente José Eduardo Mesquita Pimenta, derrotado por Leco nas últimas eleições e agora apoiador de Casares.
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O adversário dele nas eleições ainda não está definido, o que deve acontecer em uma convenção no mês que vem ou no próximo. Os postulantes são Sylvio de Barros, Roberto Natel (vice-presidente na atual gestão, mas rachado com Leco) e Marco Aurélio Cunha. Este último, que deixou o cargo de coordenador de seleções femininas na CBF para se dedicar ao processo eleitoral são-paulino, tem dito que o seu grupo representa a oposição, enquanto o de Casares é a situação.
- Quer ficar igual? Tem lá a situação. Quer mudança? Tem a gente de oposição. As pessoas não querem se definir como situação, o que é um pouco de covardia - disse ele, recentemente, ao jornalista Jorge Nicola.
Marco Aurélio reconhece que apoiou Leco na eleição passada, além de ter sido diretor de futebol na reta final de 2016, a convite do próprio. Hoje, no entanto, classifica a gestão como "infeliz" e se coloca como opositor. Casares também esteve ao lado de Leco na eleição passada e faz parte do Conselho de Administração, mas ressalta que não teve cargo executivo com o atual presidente e tem usado as palavras "transformação" e "choque de gestão" para divulgar suas ideias, deixando claro que não deseja ser um símbolo de continuidade do que está sendo feito.
- Os únicos que não apoiaram o Leco na última eleição são o Olten, o grupo dele e o Pimenta. Os pré-candidatos do lado de lá não só apoiaram o Leco como tiveram cargos, alguns remunerados, ou estão nos cargos ainda. O meu grupo definiu por grande maioria apoiar o Leco (na última eleição) e eu não sou de rachar grupo. Sempre fui crítico de algumas coisas e também reconheço alguns acertos. Nunca participei da gestão executiva do São Paulo, como alguns que estão do outro lado - disse.
A maior crítica feita a Leco, além da falta de títulos, diz respeito à situação financeira do São Paulo. Em 2019, o clube elevou de R$ 62 milhões para R$ 127 milhões a sua dívida de curto prazo com as instituições financeira - a ideia da diretoria era quitar a parcela da dívida contraída no ano passado até o fim de 2020, sem deixá-la para a próxima gestão, algo que deve ser atrapalhado pela pandemia. Além disso, o clube fechou o balanço de 2019 com déficit de R$ 156 milhões, embora haja explicações que amenizem o alto valor (leia aqui para entender todos os detalhes).
Diante do atual cenário, não está descartado que Leco não manifeste apoio a nenhuma das chapas para as eleições de dezembro. Ele também não pode concorrer a reeleição.
Serão 260 conselheiros aptos a votar, sendo que 100 serão eleitos em uma eleição prevista para novembro.
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