Daniel Alves, o ‘cara’ do São Paulo: 100 passes e dono do meio-campo
Camisa 10 vem mostrando jogo após jogo o quanto é um jogador diferenciado no futebol brasileiro. No Tricolor ele comanda as ações e é peça essencial na evolução do time de Diniz
Falar do passado de conquistas de Daniel Alves antes de chegar ao São Paulo é "chover no molhado", tudo até aqui já foi dito. Agora passou da hora de começar a contar a história de seu desempenho no Tricolor, que salta aos olhos principalmente neste início de temporada, momento em que ele, dentro de campo, mostrou que a lateral direita deve ficar apenas para a Seleção.
O nível das atuações do camisa 10 tricolor em 2020 fazem dele um dos melhores jogadores em atividade no país, sem contar histórico, apenas o momento. A facilidade com que toca na bola e aparece em diferentes lugares do campo sem "correr errado" chamam a atenção. Sua presença no funcionamento do "estilo Diniz" é essencial pela dinâmica de jogo.
Para usar um exemplo bem recente dessa importância, basta pegarmos as estatísticas fornecidas pelo Footstats após o clássico do último sábado, contra o Santos, no Morumbi. Dani foi único jogador em campo, somando os dois times, a bater a marca de 100 passes certos. Foram 113 acertos do meio-campista ao longo dos 90 minutos, além de sete passes errados. Números incomuns.
Mas não foi a primeira vez no Paulistão que ele passou dos três dígitos nesse quesito. Na derrota para o Santo André (101 passes certos) e na vitória contra a Ponte Preta (111 passes certos) esses dados acima da média estiveram a serviço do São Paulo de Fernando Diniz. Na goleada sobre o Oeste (97 passes certos), a marca centenária ficou bem próxima e sua atuação foi excelente.
Voltando ao clássico, outra estatística que mostra o domínio de Daniel Alves na dinâmica do Tricolor foi o número de assistências para finalizações dos companheiros. Foram 10 chances criadas e apesar de nenhuma delas ter terminado em gol, o volume de oportunidades oferecidas foi gigantesco, muitas vezes saindo de um setor em que normalmente se incia a jogada.
O Footstats também oferece um interessante gráfico de "construção ofensiva" das equipes. A do São Paulo no Campeonato Paulista mostra outro domínio significativo de Dani na equipe. É ele o líder do elenco em 4º passe (14), em 3º passe (12) e em assistências de finalização (31), ou seja, o camisa 10 coloca o seu toque em todas as etapas da constituição do lance, desde o início da jogada até o passe final, mostrando a facilidade que tem para atuar no setor.
Evidentemente que ele não participa de todos os momentos ao mesmo tempo, mas é versátil a ponto de estar nas três condições prévias ao chute para o gol, quesito no qual ele também se destaca. Com 28 finalizações (12 certas e 16 erradas), ele só fica atrás de Pablo (31) no ranking de arremates do time no Paulistão-2020. Vale lembrar que o camisa 10 é o artilheiro do elenco neste ano com cinco gols marcados (quatro no estadual e um na Libertadores).
Esse domínio no meio-campo tricolor afasta qualquer dúvida em relação ao posicionamento de Dani Alves no São Paulo. Vale lembra que desde sua chegada foi bastante debatido se ele deveria se manter na lateral direita, posição que o consagrou no futebol mundial, ou a migração para o meio, onde ele mesmo sempre falou que poderia oferecer algo melhor para o time, como no trecho abaixo de entrevista à SPFCTV recentemente.
- Jogar de meio-campo para muitos é algo difícil, para mim é simplesmente jogar de lateral no meio-campo. Eu sou amigo de todos igualmente, tento ajudar na construção do jogo, na criação e na finalização, a mesma coisa que eu faço de lateral. Infelizmente, quando eu jogo de lateral, eu tenho um campo mais reduzido, quando eu jogo no meio ele é conturbado, porque há um acúmulo maior de jogadores, mas ao mesmo tempo tem mais espaço, mais possibilidade de movimentos - explicou.
O São Paulo paralisou as atividades do futebol profissional durante o período de combate ao coronavírus no Brasil e no mundo. Durante esse período, Daniel e seus companheiros receberão recomendações da comissão técnica e do departamento médico do clube para manterem a forma e evitarem os riscos de contaminação. A parada nas atividades é por tempo indeterminado.