Derrotas em clássicos demonstram problemas crônicos do São Paulo
Poder de reação perante situações adversas, capacidade de definição das partidas e dificuldade para se impôr perante rivais são alguns dos problemas do atual Tricolor
As três derrotas do São Paulo nos três primeiros clássicos deste ano dizem muito sobre os problemas da equipe do técnico Dorival Júnior nos dois primeiros meses da temporada. Contra o Corinthians (2 a 1), o elenco não teve poder de reação durante a partida, diante do Santos (1 a 0), o Tricolor não demonstrou poderio ofensivo e, por fim, no revés para o Palmeiras, na última quinta (8), o time não teve personalidade para se impôr na casa do adversário.
Curiosamente, os clássicos foram os únicos duelos que o São Paulo fez neste ano contra clubes que serão seus adversários na Série A do Brasileirão, que começa em pouco mais de um mês (14 de abril). Apesar do cansaço por conta da maratona (14 partidas no ano e média de um jogo a cada 3,6 dias), a equipe ainda não demonstra variação ofensiva e peca em momentos decisivos.
No primeiro clássico de 2018, diante do Corinthians, no Pacaembu, o Tricolor não fez partida ruim. O time de Fábio Carille abriu o placar no início do jogo, o São Paulo teve forças para empatar, levou outro gol e mesmo assim criou algumas jogadas interessantes no segundo tempo. A impressão, no entanto, era de que o Alvinegro de Parque São Jorge, mesmo sem a posse da bola, dominou o duelo quase por inteiro.
Na ocasião, a equipe do Morumbi demonstrava uma de suas principais fragilidades: a falta de um espírito combativo para superar situações adversas. Prova disto é que dos seis jogos que o time saiu atrás do marcador, conseguiu virar a partida em apenas uma oportunidade (contra o Linense). No mais, nem sequer o empate foi conquistado.
Diante do Santos, o São Paulo criou mais oportunidades (20 contra 5) e rondou o gol defendido por Vanderlei durante os noventa minutos de partida. Na sua única chance clara no duelo, o atacante Gabigol, do Peixe, acertou um chute de rara felicidade e deu a vitória para a equipe da Baixada. Mais uma vez, o Tricolor deixava claro suas falhas. Desta vez, demonstrava a dificuldade para concluir as jogadas e vencer confrontos importantes para a torcida.
Por fim, contra o Palmeiras, os comandados de Dorival Júnior seguiram a cartilha dos clássicos anteriores e, novamente, apresentaram uma fragilidade. No primeiro tempo da partida, o Verdão foi absoluto. Dominou todas as ações do jogo e fez o resultado no Allianz Parque. O Tricolor foi para o intervalo sem nem sequer ter acertado o gol defendido por Jailson.
Como já vem acontecendo há alguns anos, não é incomum o São Paulo encontrar dificuldades para se impôr perante adversários de mesma dimensão. Sem vencer nem um título sequer desde a Copa Sul-Americana de 2012, a impressão passada pelos seguidos elencos montados pela diretoria é de que o Tricolor tem dificuldade para impôr respeito aos seus adversários, algo que era comum na década passada.
Com um calendário apertado, cobrado incessantemente por bons resultados e lidando com a pressão de anos sem títulos, o técnico Dorival Júnior praticamente não tem tempo, e muito menos tranquilidade, para exercer seu trabalho e corrigir os defeitos apresentados pela equipe. Isso sem contar que o emprego do treinador está por um fio. Como resolver os problemas?