Ex-diretor de futebol diz que recusou convite para comissão fiscal de Leco
Kalef João Francisco, que esteve à frente do futebol do São Paulo nos anos 1990, informou que pouco acrescentaria entre os escolhidos para ver contratos e valores no departamento
A comissão fiscalizadora dos valores gastos na gestão de Carlos Augusto de Barros e Silva no futebol do São Paulo não terá um nome importante no clube. Kalef João Francisco, que liderou o departamento nos anos 1990, informou que recusou o convite do presidente.
Confira a publicação do conselheiro e ex-dirigente no Twitter:
Meus amigos , por entender que acrescentaria muito pouco ou quase nada à atual diretoria de futebol, recusei o honroso convite do presidente Leco .
— Kalef João Francisco (@kalef_spfc) 19 de março de 2019
O relatório periódico do Conselho Fiscal, lido em reunião da semana passada, questiona a diretoria de futebol. O parecer aponta que o clube gastou R$ 13,4 milhões para tirar Diego Souza do Sport, sendo que o valor divulgado na época foi de R$ 10 milhões - o jogador foi emprestado ao Botafogo em troca da prioridade de compra do atacante Luiz Fernando e de uma economia que o Tricolor calcula ser de R$ 8 milhões até dezembro.
A operação, na verdade, acabou ficando em R$ 12,4 milhões. Os R$ 10 milhões foram pagos ao Sport pela aquisição dos direitos econômicos do centroavante, enquanto R$ 1,4 milhão foi pago em comissões a serem divididas pelos agentes Fábio Mello (intermediário das negociações e que tem sido questionado por já ter sido sócio de Raí em negócios fora do futebol) e Eduardo Uram (representante de Diego Souza) e R$ 1 milhão em luvas para o jogador. Seriam R$ 2 milhões, mas ele abriu mão de metade ao se transferir para o Botafogo.
Leco tomou a palavra e defendeu o departamento de futebol, explicando que o pagamento de luvas e comissões é comum e sugerindo a criação de uma comissão fiscalizadora com três membros do Conselho Deliberativo, sendo dois de oposição, para não haver dúvidas sobre a idoneidade do próprio Leco, do diretor Raí e do gerente Alexandre Pássaro, todos alvos de críticas nos últimos tempos. A ideia é que eles tenham acesso aos contratos e a todos os valores das operações.
O presidente continua sem dar sinais de que pretenda renunciar ao seu mandato, que termina apenas no fim de 2020, e segue bancando Raí e Alexandre Pássaro apesar de sofrer pressão da oposição para demitir a dupla.