Entenda o acordo do São Paulo para pagar suas dívidas com os jogadores
O presidente Julio Casares explicou como foi pensado o modelo de pagamento da dívida, que será feito por meio de um esquema de 'sociedade' entre o clube e os atletas
Desde o começo da gestão de Julio Casares, a diretoria do São Paulo trabalha a todo vapor para quitar dívidas e fugir de dificuldades financeiras. O presidente do clube concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (30), na qual falou sobre as dívidas e preocupações atuais da diretoria, explicando como pretende equilibrar gastos.
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O presidente do Tricolor falou sobre o acordo de um esquema de pagamento para quitar o valor devido pelo clube aos atletas pelos cortes nos salários feitos durante a pandemia de Covid-19 no ano passado, na administração de Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco.
O acordo com os jogadores foi definido por Julio Casares como um tipo de ‘sociedade’ entre o clube e os atletas. Assim, o time destinaria parte de seus ganhos ao pagamento do montante que deve.
- Nós fizemos um planejamento, houve, sim, uma conversa com os atletas, capitaneada pelo Belmonte, pelo Rui, pelo Muricy, pelo Nelsinho e Fernando Bracalle, com todos os atletas, e eles sentiram a transparência. Nós temos uma dívida de um acordo, que a antiga gestão fez, em razão da pandemia, sobre o direito de imagem dos atletas. De janeiro para cá, está tudo em dia, CLT e imagem. Esse atrasado, nós fizemos uma proposta, nós abrimos para os atletas para que eles sejam nossos sócios em futuras receitas - disse o presidente.
Nesse esquema, os atletas passam a receber parte dos ganhos do clube.
- Quando voltar bilheteria, um percentual vai para esse bolsão de pendências, quando firmarmos um contrato com novos patrocínios, um percentual x também vai para ser liquidado esse bolsão de pendências. Quando vendermos um jogador para o exterior ou tivermos o benefício da solidariedade de jogador que está fora e, portanto, pode ser transferido e o São Paulo ter uma receita, esse percentual também vai para os atletas. Fizemos esse acordo com os atletas, e eles gostaram muito - explicou Julio Casares.
O presidente do clube comentou, ainda, sobre as dívidas que o clube tem a pagar e os trabalhos já realizados para quitá-las. O São Paulo possui, atualmente, uma dívida total de cerca de R$ 660 milhões e, buscando maior capital para pagar os débitos, conseguiu reduzir gastos em 10% no primeiro trimestre de 2021.
- O que assumimos de dívida está presente no balanço, principalmente de dívidas a curto prazo, algumas na Fifa, que nos preocupam mais. O São Paulo teve que trabalhar olhando para o campo e de forma técnica. Conversamos e propusemos algo aos credores. Algumas dívidas quitamos, até pelo caráter emergencial. Logo no primeiro trimestre, acertamos uma diminuição de custos de 10% das nossas despesas. Isso é importante, porque desafoga o produto fim, que é o futebol. Vamos aguardar o patrocínio para valorizar a marca. Para valorizar, você tem que recomeçar, zerar e reiniciar grandes negociações. Em paralelo, fizemos uma engenharia financeira para manter um time competitivo - comentou Casares.
O executivo do Tricolor fez questão de reafirmar, ainda, o compromisso do clube com seu quadro financeiro, com a transparência e o pagamento das dívidas.
- O São Paulo vai honrar cada parceiro. As dívidas do São Paulo serão pagas. Se amanhã eu tiver uma receita que extrapole o meu cotidiano, vamos resolver essa pendência - concluiu o presidente.
Após o registro de um déficit de R$ 126,9 milhões no balanço de 2020, o São Paulo busca melhorar seu quadro financeiro, diminuindo os gastos do clube e procurando quitar as dívidas.
No campo, porém, a situação do São Paulo é excelente. O time vem de oito vitórias consecutivas e acumula grandes atuações. O próximo jogo da equipe é contra o Corinthians, no próximo domingo (2), fora de casa, na Neo Química Arena, pelo Paulistão.