Falta um verdadeiro camisa 9: Diego Souza ainda não rendeu no São Paulo

Esquema montado pelo técnico Dorival Júnior dá liberdade para o jogador sair da área e flutuar entre os zagueiros ad. Consequência direta são as poucas finalizações do jogador 

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O São Paulo fez sete gols nos sete primeiros jogos da temporada. Desde o segundo tempo do jogo contra o Novorizontino (segunda rodada do Paulistão), o técnico Dorival Júnior aposta em Diego Souza para desempenhar a função de camisa 9 e ser o homem-gol do Tricolor. Até agora, no entanto, não deu certo. Em média, o jogador demora 56 minutos para dar um chute ao gol adversário. Números baixos para quem deve ser a referência do sistema ofensivo.

Meio-campista de origem, o jogador são-paulino ainda não conseguiu se encaixar no esquema proposto pela comissão técnica. Apesar de ser um bom finalizador e usar a força física para segurar os zagueiros adversários, Diego Souza não é um centroavante. Na atual formação do São Paulo, o camisa 9 é muito mais importante abrindo espaços para a chegada dos meio-campistas e atacantes abertos pelas beiradas do que como uma referência no sistema ofensivo.

A movimentação de Diego Souza nos jogos do São Paulo

Embora seja, ao lado de Brenner, o artilheiro do São Paulo na temporada com dois gols, Diego Souza tem finalizado pouco. No Paulistão, o jogador entrou em cinco oportunidades. Ao todo, foram 375 minutos em campo e deu seis chutes ao gol adversário. Pela Copa do Brasil, o São Paulo fez apenas uma partida até aqui. Vitória magra, por 1 a 0 , sobre o Madureira. Na ocasião, Diego Souza chutou duas vezes ao gol - uma delas de falta.

Na somatória, o camisa 9 fez seis partidas pelo São Paulo (447 minutos em campo) e deu apenas oito chutes a gol. Na média, Diego Souza leva 56 minutos para dar uma finalização ao gol adversário. Os dados podem ser utilizados para explicar os baixos números ofensivos do Tricolor até aqui nesta temporada.

Ciente disto, Dorival Júnior brincou dizendo que vai mudar a numeração da camisa do jogador. Em entrevista coletiva após a vitória sobre o Bragantino, por 1 a 0, o comandante são-paulino explicou a função de Diego no time e, apesar de ter dito no início da temporada que iria usar o atleta na atual posição, começa a dar mostras de que deve repensar a forma como utiliza o jogador na equipe.

- Não quero Diego atacante, vou até mudar camisa, para não acharem que é centroavante. Ele tem toda liberdade. Teve momentos com Cueva e Marcos Guilherme centralizados, ou Nenê. Quero mobilidade para ter penetração. Várias equipes na Europa jogam assim, meias como Messi já jogaram enfiados brilhantemente. O Diego, no Sport, fazia função. Ele não é centoravante de referência. se quiser sair para armar, tem liberdade, cravou.

A movimentação dos meias e atacantes com Diego Souza em campo 

O próprio Diego Souza sabe que a equipe ainda está em processo de formação e amadurecimento. O jogador, que desempenhou bem a função no Sport e está no radar do técnico Tite para a Copa do Mundo da Rússia, no meio do ano, espera que na fase eliminatória do Paulistão, o time esteja ajeitado e os gols possuem aparecer com maior frequência.

- O mais importante é depois que classifica. Não adianta nada chegar e atropelar na primeira fase. Os níveis vão estar bem parecidos (no mata-mata) e nós estaremos mais encaixados. Na hora que a onça bebe água é que precisamos estar bem. Vamos trabalhar muito para estar preparados na hora certa, disse o camisa 9 do Tricolor, disse o atleta.

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