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‘Jogador não manda, mas tem de ser ouvido’, diz Lugano, agora perto do futebol

Uruguaio fala sobre suas atribuições no São Paulo para 2020, admite que a opinião dos atletas pesou na hora da escolha por manter Diniz e faz rasgados elogios para Dani Alves

Juanfran, Lugano e Bruno Alves
imagem cameraLugano com Juanfran e Bruno Alves no CT do São Paulo (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 14/12/2019
19:10
Atualizado em 15/12/2019
08:00

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Diego Lugano, superintendente de relações institucionais do São Paulo, estará mais próximo do futebol do clube e participará ativamente das decisões do departamento para 2020. E, no que depender do uruguaio, a opinião dos jogadores continuará tendo um peso importante.

Já foi assim em pelo menos dois momentos nesta temporada, os dois envolvendo o técnico Fernando Diniz. Primeiro, a diretoria deixou de lado a ideia de efetivar o então coordenador-técnico Vagner Mancini como treinador depois que algumas lideranças do elenco sugeriram o nome de Diniz para a vaga de Cuca. Depois, o clube decidiu mantê-lo, muito em função das constantes e fortes manifestações dos atletas a favor dele.

- Ele tem apenas dois ou três meses de trabalho aqui, os jogadores estão satisfeitos com ele e a gente tem que ouvir. Isso não quer dizer que o jogador manda. Quer dizer que o jogador tem que ser ouvido, ainda mais porque o São Paulo fez o esforço de ter no elenco jogadores ganhadores, inteligentes e auto-críticos. Quando você faz um esforço para ter esses jogadores, não é só para jogar. É também para que sejam ouvidos em muitos âmbitos. Eu interpreto que esse relacionamento está sendo bem feito - declarou o uruguaio, em entrevista à Rádio Transamérica.

Um dos jogadores com o perfil citado pelo ídolo é Daniel Alves, a quem ele não poupa elogios:

-Dani Alves dispensa comentários. Ele preferiu perder dinheiro para vir ao São Paulo nesse desafio enorme que é nos tirar da fila. Ele sabia muito bem do risco que isso tinha para ele e aceitou, rejeitou propostas muito maiores, até do futebol brasileiro. Um cara com esse espírito, com essa vontade, dispensa comentários, é uma referência. Pelo menos enquanto eu estiver aqui ele vai ser respeitado e tratado como o atleta que é.

Embora sua função, até o início deste mês, fosse cuidar da imagem institucional do São Paulo, Lugano participou de algumas decisões do futebol nos últimos dois anos. Ele indicou as contratações dos uruguaios Diego Aguirre e Gonzalo Carneiro, além de ter atuado de forma efetiva nas negociações com Daniel Alves e Juanfran. Nos últimos dias, ainda que de maneira mais silenciosa, ele teve participação decisiva na renovação de contrato de Raí para o cargo de diretor de futebol. O uruguaio é um dos que não gostaram de saber que Leco pretendia substituir o ídolo por um conselheiro, caso de Carlos Belmonte, ideia que acabou abortada após se tornar pública em reportagem do LANCE!.

- Por todo o poder e todo o orçamento com que se lida, essa é uma posição em que você tem que ter gente mais idônea e honesta possível, com um perfil acima do bem e do mal, como é o do Raí. Acho que isso dá tranquilidade para todo são-paulino, por ter em uma posição assim um cara que torce para o clube, que teve por toda a vida o caráter acima de tudo. A partir daí se começa um projeto sério. Obviamente que todos têm uma curva de aprendizado, obviamente todo mundo erra, obviamente nós, como diretores, erramos e talvez continuemos errando. Mas os erros não serão os mesmos do ano passado. Essa é a vantagem da sequência, você não repete erro, você já aprendeu muito. Mas principalmente, falando do Raí, é a importância de ter uma figura tão acima do bem e do mal em uma função hoje tão procurada no futebol brasileiro - disse ele, antes de afirmar que está disponível para atuar em qualquer função no Tricolor.

- Todos sabem que essa (estar próximo do futebol) não era minha posição hierárquica quando eu fiquei no São Paulo como dirigente. Mas minha influência e meu conhecimento muitas vezes me aproximavam do futebol. Estamos em um ano complicado, é o último ano dessa diretoria, com o clube há muito tempo sem ganhar títulos. Eu sou são-paulino, devo minha vida ao São Paulo e vou estar onde o São Paulo precisar. Se precisar que eu fique na tribuna, vou estar na tribuna. Se precisar de mim no futebol, vou estar. Se precisar nas relações internacionais, vou estar. Vou estar onde o clube precisar e, neste caso, onde o Raí quiser.

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