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Leco não aceita demissão e Ataíde permanece diretor do São Paulo

Diretor de relações institucionais foi expulso do Conselho Deliberativo na última segunda-feira, mas segue bancado pelo presidente. Ataíde explica polêmica com advogado

Ataide Gil Guerrero
imagem cameraAtaide Gil Guerrero, diretor de relações institucionais do São Paulo (Foto: Divulgação)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 27/04/2016
18:30
Atualizado em 27/04/2016
19:06

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A expulsão do Conselho Deliberativo, consumada na última segunda-feira, não afastará Ataíde Gil Guerreiro da diretoria do São Paulo. Ele pediu demissão do cargo de diretor de relações institucionais tão logo a decisão do Conselho foi proferida, mas o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva não aceitou o pedido e fez o amigo reconsiderar.

- Eu não aceitei o pedido de demissão dele, ele continua diretor de relações institucionais do São Paulo. Recebi por e-mail a mensagem dele escrita, com o pedido de demissão anexo e eu nem sequer li, nem abri o anexo. Decidi no fim do dia de ontem e liguei para ele dizendo que minha decisão era de não aceitar a demissão. Falei que queria que ele prosseguisse, e ele se mostrou muito sensibilizado. Ele teve um momento de emoção e de alegria, e aceitou - afirmou o presidente Leco, em entrevista ao portal UOL.

Leco usa como um dos argumentos a favor de Ataíde o fato de o dirigente ter conseguido negociar um contrato de direito de transmissão com a TV Globo muito elogiado no clube - foram R$ 60 milhões de luvas.

- Ainda tem coisas que ele está cuidando que são muito importantes. A maior receita do São Paulo na sua história se deve a ele - disse Leco.

POLÊMICA COM ADVOGADO

Mais cedo, em contato com a reportagem do LANCE!, Ataíde se mostrou convicto de que deixaria a diretoria, mas ainda aguardava o parecer do presidente. Afirmou que sua vida no São Paulo, a partir de agora, se resumiria a acompanhar os jogos do time no Morumbi, em sua cadeira cativa. Apesar da expulsão, Ataíde pode exercer cargo na diretoria. O diretor de futebol Luiz Cunha e o de marketing Vinicius Pinotti, por exemplo, não são conselheiros.

O dirigente foi expulso do Conselho, assim como o ex-presidente Carlos Miguel Aidar, após parecer do Comitê de Ética presidido por José Roberto Ópice Blum. Ataíde respondeu pela briga com Aidar em um hotel de São Paulo no ano passado, pela divulgação de uma fita em que gravou o ex-presidente sugerindo dividir comissão por um jogador da Portuguesa, e teve seu nome relacionado à contratação de um advogado que teria de receber R$ 8 milhões do clube. Ataíde diz que a responsabilidade pela contratação de José Roberto Cortez é toda de Aidar.

Já o ex-presidente recebeu a punição pelas denúncias de irregularidades e desvios de dinheiro do clube, durante sua gestão, e pela contratação do advogado. Aidar disse que Cortez era um amigo e poderia tirar o São Paulo de uma possível dívida milionária por conta de pagamento de PIS e COFINS. Isso justificaria os valores pagos adiantados. O relatório também sugere que Ataíde teria dividido uma comissão com o advogado e Cinira Maturana, namorada de Aidar.

Aidar, presidente do São Paulo (Foto: Eduardo Viana/LANCE!Press)
Aidar, ex-presidente do São Paulo (Foto: Eduardo Viana/LANCE!Press)

Guerreiro, por sua vez, alega que sua participação no caso se resume a um pedido de Aidar para apresentar Cortez a outros clubes a fim de oferecer o mesmo serviço. Segundo Ataíde, porém, o valor cobrado era bem menor do que o cobrado do São Paulo. Isso gerou desconfiança.

- Quando o Leco me falou que o Aidar tinha adiantado R$ 8 milhões a um advogado e me falou o nome dele, eu lembrei que era o mesmo que recebi essa proposta, para oferecer a outros clubes. Eu não quis me envolver com outros clubes e arquivei isso. Só que aí percebi que os valores eram muito diferentes, o que sugere que houve rolo. A partir daí, encaminhei essa denúncia ao Leco e ao Comitê de Ética. Fui eu mesmo que levei o assunto - defende-se Ataíde.

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