São Paulo mantém suspensão salarial do elenco e corta 25% dos salários de funcionários
Com receitas muito reduzidas, Tricolor trabalha para evitar demissões durante a pandemia. Clube ainda discute medidas quanto ao futebol feminino e ao basquete
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O São Paulo segue tomando medidas para minimizar o impacto financeiro da paralisação dos campeonatos devido à pandemia da COVID-19. Para os pagamentos referentes a abril, que serão depositados no quinto dia útil de maio, o clube manteve a suspensão de 50% dos salários dos jogadores e o congelamento dos direitos de imagem.
Funcionários de todas as áreas do clube terão 25% de corte nos salários e na jornada de trabalho com base em medida provisória do Governo Federal. Quanto aos atletas de futebol feminino e do basquete, ainda está em discussão. É possível que haja o mesmo corte de 25% ou outro percentual, a depender de negociações com sindicatos.
- Agora no mês de maio, em função da medida provisória, estamos fazendo a redução da jornada de trabalho e consequentemente do salário dos funcionários na ordem de 25% - disse o diretor financeiro do clube, Elias Albarello, ao LANCE!.
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- Vale não só para funcionários, mas para diretores, presidente... Inclusive conosco. É natural, sem problema nenhum. Vale para todos. Também tem um mínimo que vamos deixar, para não ter um impacto em cima dos menores salários, embora você possa contar com o auxílio do Governo em cima da medida provisória. A gente estudou bastante qual seria a melhor proposta a se fazer. Para não penalizar, não ter nenhum tipo de demissão, como alguns clubes têm feito. Estamos tentando evitar ao máximo e felizmente ainda não ocorreu - emendou o dirigente.
Além do percentual salarial descontado, há uma outra diferença entre o acordo com os jogadores do futebol profissional masculino e os demais funcionários: o São Paulo promete pagar todos os valores que ficarem pendentes com o elenco de forma parcelada quando as receitas voltarem a entrar, enquanto os funcionários não receberão os 25% de volta, já que terão a jornada de trabalho reduzida também. Parte deste corte é compensado pelo Governo Federal.
Os jogadores do São Paulo tiveram 30 dias de férias e retornam ao trabalho nesta segunda-feira, mas não haverá treinos coletivos no CT da Barra Funda. Eles foram orientados a treinarem em casa e serão monitorados à distância por profissionais do clube. Parte da remuneração referente às férias ficou para o fim do ano:
- Vão ser pagos 50% dos salários, neste caso das férias, agora no quinto dia útil de maio. Você tem um salário normal e um terço a mais por causa das férias. Esse um terço foi para dezembro - explicou Elias Albarello.
No início das discussões, parte do elenco se colocou contra a suspensão de 50% dos salários. Agora que praticamente todos os clubes tomaram medidas nesta linha, a maioria deles com corte salarial (e não suspensão), a diretoria acredita que o entendimento dos atletas será maior.
- Não há dúvida de que se acontecesse hoje, e essa discussão com os atletas deve continuar, eles entenderiam. A relação do São Paulo com os atletas é muito boa. Naquele momento era tudo muito novo. Agora se mostra que foi uma boa discussão. E tudo é discutido, se nós tivéssemos receita nesse mês de maio já voltaria. Essa redução de 50% eu chamo de redução financeira, não econômica. O pagamento será feito quando voltarmos a ter receita, na proporção da receita - disse o diretor financeiro.
Segundo ele, as receitas do clube praticamente zeraram com a paralisação dos campeonatos. Por isso, foi criado um comitê de gestão da crise para encontrar as melhores soluções. Ao mesmo tempo em que renegociou valores a receber de patrocinadores, o São Paulo entrou em acordo com credores (instituições financeiras e fornecedores, por exemplo) para reduzir as despesas neste momento sem futebol.
- Se você se lembrar bem, o primeiro impacto foi o jogo contra o Santos. Tínhamos vendido quase R$ 1,5 milhão antecipados e tivemos que fazer com portões fechados. Devolvemos esse recurso para os torcedores. Na terça-feira tínhamos o jogo contra o River Plate, que não houve, e eram quase R$ 5 milhões vendidos. A partir dali, começamos a trabalhar, criamos um comitê de gestão da crise liderado pelo presidente, com discussões ordinárias duas ou três vezes por semana - concluiu.
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