‘Não adianta ter amor se não cumprir o meu papel’, diz Alexandre Pato em início de novo ciclo no São Paulo
Com a camisa 12, atacante quebrou protocolo e se colocou à disposição de Dorival Júnior 'até de zagueiro'
- Matéria
- Mais Notícias
Alexandre Pato está de volta ao São Paulo para sua terceira passagem. Depois de um furto de cabos na região ter adiado a apresentação oficial do atacante, ele enfim tornou a vestir a camisa tricolor na tarde desta terça-feira (30), no CT da Barra Funda. Desta vez a número 12, algorítmico inédito em sua carreira.
Pato claramente esbanjou alegria em sua chegada. Quebrou o protocolo e tratou de vestir logo a camisa antes da entrevista. Segundo ele, 'não via a hora de usar logo a camisa' tricolor', o que arrancou sorrisos de satisfação presidente Julio Casares, que festejou o seu 'são-paulinismo'.
Relacionadas
+ Marinho negocia com gigante paulista, Bruno Guimarães na mira do Barcelona… O Dia do Mercado!
- Minha volta é de muita responsabilidade. Não adianta ter amor e não cumprir seu papel. Minha dedicação e entrega vai existir. Saio do Corinthians de forma conturbada, o São Paulo me abraça e tudo dá certo, mas tinha o Cruzeiro (campeão Brasileiro de 2014). Sempre entendi que tudo o que eu precisava o São Paulo me deu. Eu devo algo a mais do que o São Paulo deu pra mim. Me sinto em casa aqui. O amor pelo São Paulo sempre vai existir.
Segundo o atacante, o momento é de empolgação. E a torcida não precisa temer pela sua forma física, pois a empolgação pela oportunidade é grande. E isso reflete até mesmo na posição.
- De tudo o que passei, as provações até agora, e chegar aqui com essa oportunidade. Me sinto como aos 18 anos. A parte física, mental, de campo, toda a entrega será feita ao São Paulo. Estou me preparando ao máximo para estar pronto ao ter a oportunidade.
- Eu sempre joguei de centroavante, meia atacante, mas se o professor precisar de volante, zagueiro, eu vou estar lá. A posição vou deixar para o professor decidir - completou Pato.
- Julgamento sempre vai existir. Nunca vai ser suficiente. Tem que seguir uma linha, agradar quem está ao meu lado, a minha família. Sempre fazer algo por eles. A crítica, a comparação sempre vai existir. Uma pena que muitas vezes o jogador não tem tempo de amadurecer e já tem comparações muito altas. Eu nunca fiquei preso a comparações. Com 17 anos tive uma das maiores lendas do mundo do meu lado, o Ronaldo. Minha volta pra cá é pra passar aquilo que passei para alguns jogadores novos. Não entendi o futebol, só fui entender aos 27 anos. Quando você leva que o futebol é sua casa, seu trabalho, sabe o que acontece no vestiário. Quando entende, a comparação fica lá fora - apontou o atacante, preparado para a pressão.
- A gente tem planos. Tive duas passagens, quase fui campeão na primeira. Na segunda, o time ganha logo depois que eu saio. O que mais quero é ser campeão. Dorival tem dado estabilidade ao elenco. Se eu trocasse o momento agora e todos os gols que fiz por um título no São Paulo, eu trocaria agora. Todo mundo soube, eu saí do São Paulo, mas não era justo fazer com o clube algo que me abriu as portas. Eu queria resolver coisas minhas, amadureci muito depois daquele tempo. A volta é de gratidão pelo trabalho que a direção fez, independente do que acontece nos bastidores, de contrato, não preciso explicar aqui. Só quero vestir a camisa e representar o carinho do torcedor e do clube.
- Joguei com 7, 10, 11.. é tudo novo. O número estava disponível, e vamos lá. É o 12, muitos jogadores usaram a 12. Meu trabalho é ir pra campo, fazer meu melhor, do que pensar no número. Se eu puder ir lá dentro e me sentir como 12º jogador, será incrível - justificou o atacante de 33 anos sobre a escolha do número, evitando projetar uma data para sua reestreia em campo.
- Minha conversa com o Dorival hoje foi rápida. "Pato, faz o gol". Eu falei: "beleza". Vamos dar tempo ao tempo, tenho que respeitar o processo. Hoje foi meu segundo dia. Eles vão me dando feedback, a data não é o principal agora, mas a adaptação.
Conforme o LANCE! revelou no dia 20 de abril, Pato e Tricolor encaminharam um contrato de produtividade para que o atacante de 33 anos defenda o Tricolor pelo menos até o final do ano. Há cláusula que permite a renovação por mais uma temporada.
Completamente ambientado, Pato, de 33 anos, já é tratado como um colega de grupo pelos jogadores. E segundo pessoas do dia-a-dia no CT, tem um papel de liderança e confiança, principalmente entre os mais jovens. O final feliz já se desenrolava para as partes. Isso porque Pato sempre deixou claro nos bastidores que seu objetivo é atuar pelo São Paulo. Fator esse que o fez recusar sondagens de diversos clubes, como Santos, Cuiabá, Coritiba, Fluminense e Fortaleza.
A reportagem apurou que o anúncio oficial do retorno do jogador ao Morumbi só não aconteceu ao término da última janela de transferências, no final do mês passado, por conta de dois empecilhos: questões burocráticas envolvendo as luvas a que Pato ganharia e também um período extra de 20 dias necessários para que ele se recupere por completo da cirurgia realizada no ano passado e que o levou a buscar o Reffis em fevereiro para readquirir a melhor forma física.
Importante ressaltar que por estar parado desde novembro do ano passado, quando rescindiu contrato com o Orlando City, dos EUA, Pato poderia ser contratado e inscrito normalmente pelo clube para as disputas do Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil. Na Sul-Americana, o jogador só poderia atuar a partir do mata-mata.
Ficou na cabeça dos dirigentes a imagem de um Pato cooperativo durante os episódios, que conversou com os atletas protagonistas das polêmicas, passou confiança aos mais jovens, mais participativo, enfim, mesmo sem nenhum vínculo formal com o clube. O atacante, por exemplo, teve papel fundamental em episódios como o caso Pedrinho e a briga entre o antigo técnico Rogério Ceni e o meia-atacante Marcos Paulo, quando conversou com os dois e procurou tranquilizar o restante do plantel.
Segundo o L! apurou, Pato e Dorival possuem um trato bem próximo. É normal que o técnico passe um tempo conversando com o jogador, mesmo durante os treinos. É um tipo de experiencia que o comandante são-paulino espera ter dentro do plantel.
O atacante teve passagens no clube do Morumbi entre 2013 e 2015, e retornou em 2019, deixando a equipe em agosto de 2020. Somando suas duas passagens pelo time, disputou 136 jogos, com 47 gols marcados e 18 assistências. É onde garante ter sido mais feliz no futebol, feito que o fez até mesmo abrir mão de quantia milionária devida pelo Tricolor. E que garante a terceira temporada de uma novela em que os personagens parecem, de fato, terem nascido um para o outro.
+ Todos os jogos do Brasileirão você encontra no Prime Video. Assine já e acompanhe o seu time do coração!
+ Clique aqui e veja como apostar no Brasileirão
+ Confira os jogos e classificação resultados da Copa do Brasil-23 na tabela do LANCE!
Mais lidas
Newsletter do Lance!
O melhor do esporte na sua manhã!- Matéria
- Mais Notícias