O que esperar de Dorival Junior no São Paulo? Saiba como o Tricolor deve jogar com o técnico
A principal característica do técnico é saber se adaptar ao elenco
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Anunciado na tarde da última quinta-feira (20), o técnico Dorival Junior chega ao São Paulo para sua segunda passagem em situação bem parecida à encontrada em 2017: substituindo Rogério Ceni e com a missão de livrar o Tricolor de qualquer ameaça de rebaixamento no Brasileirão.
As semelhanças, no entanto, param por aí. Dorival tem como principal marca em seus trabalhos se adaptar às características do elenco, e isso sempre resulta em equipes que jogam de maneiras bem diferentes umas das outras. O LANCE! traz, a seguir, uma breve retrospectiva dos últimos trabalhos do técnico e, baseados neles, como o São Paulo deve jogar a partir de agora.
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OFENSIVIDADE E ATAQUE ORGANIZADO
Desde o início da carreira, no começo dos anos 2000, a ofensividade é a principal característica dos times de Dorival. Seu time controla a posse da bola e propõe o jogo, não importando a forma que ataca. Dois trabalhos recentes servem de exemplo nesse aspecto: o Santos de 2015/2016 e o Flamengo de 2022.
No primeiro caso, o Santos foi campeão Paulista (2016), e vice-campeão da Copa do Brasil (2015) e do Brasileiro (2016) praticando um ataque posicional, onde os jogadores são distribuídos em espaços pré-determinados do campo. Quem está próximo da bola, dá opção de passe; quem não está, aguarda a aproximação da bola para jogar.
Seu time construía com uma 'saída de três': Thiago Maia (1º volante) se enfiava entre os zagueiros e liberava os laterais Zeca e Victor Ferraz para jogar pelo meio, como armadores. Os responsáveis por abrir o campo eram os pontas (Gabigol, Copete, Vitor Bueno, Marquinhos Gabriel e etc).
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Já no Flamengo, outras ideias foram aplicadas. No início, o técnico bem que tentou reproduzir aquilo que deu certo no Santos, mas o elenco Rubro-Negro tinha características diferentes, com jogadores que gostam de se aproximar da bola, sem posição fixa. No fim das contas, Dorival acabou se adaptando para conquistar a Copa do Brasil e a Libertadores.
A primeira solução encontrada foi desenhar um losango no meio-campo, com João Gomes, Thiago Maia, Everton Ribeiro e Arrascaeta, e uma dupla de ataque com Pedro e Gabigol. O quarteto ofensivo tinha liberdade total para trocar posições, como os jogadores gostam. Essa forma de atacar é conhecida por 'ataque funcional' ou 'jogo de mobilidade'.
Na construção, Thiago Maia fazia a mesma saída em 3 do Santos. Mas, dessa vez, os laterais tinham liberdade para ultrapassar. Foi assim que Rodinei, por exemplo, teve sua redenção no clube carioca.
Essa 'liberdade' para os jogadores casava com um princípio que sempre norteou os trabalhos de Dorival: o técnico é responsável por levar o time até a intermediária ofensiva. As decisões, especialmente no 'terço final' do campo, ou seja, próximo à área de ataque, sempre são dos jogadores.
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O PROVÁVEL SÃO PAULO DE DORIVAL
Ainda não é possível saber se o técnico vai fazer um ataque posicional ou funcional. Mas podemos prever, pelas características dos jogadores, uma saída de três feita com Nestor, Pablo Maia ou Luan. Gabriel Neves também pode recuperar o espaço perdido nesta função.
Nas laterais, apenas Rafinha tem capacidade de jogar pelo meio. Os demais jogadores da posição costumam atacar pelo corredor. Assim, dificilmente Dorival utilizará os laterais como armadores.
A maior dificuldade deve estar mais à frente. Com os laterais jogando pelos lados, os atacantes devem ocupar mais o centro do campo. Wellington Rato, Pedrinho, David e Michel Araújo, que atuam na ponta, terão de se adaptar. Ou Dorival pode montar um time que aposte mais em triangulações pelas beiradas.
Repertório o técnico tem. Fica a expectativa por quais ideias Dorival Júnior vai utilizar a partir do próximo sábado (22), quando reestreia no comando do Tricolor diante do América-MG.
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