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‘Perde-pressiona’ e saída de bola curta: Entenda como pode ser o time do São Paulo com Hernán Crespo

Técnico argentino está fazendo um bom trabalho no Defensa y Justicia, onde conquistou a Copa Sul-Americana. Jogo posicional e preenchimento do setor ofensivo são suas marcas

Crespo
imagem cameraCrespo é um dos nomes favoritos para dirigir o São Paulo (Foto: Divulgação/Defensa)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 06/02/2021
11:39
Atualizado em 07/02/2021
13:55

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O São Paulo iniciou conversas para contratar o técnico Hernán Crespo, que atualmente comanda o Defensa y Justicia-ARG. Atual campeão da Sul-Americana, o técnico é conhecido por gostar do famoso 'perde-pressiona' e costuma usar as saídas de bola desde os seus zagueiros. 

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Foi assim que ele comandou os italianos Parma Sub-19 e Modena, além dos argentinos Banfield e Defensa y Justicia. Abaixo, o LANCE! mostra alguns aspectos do estilo de jogo do ex-atacante de 45 anos, com base na análise da página 'SPFC Estatísticas'.

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Experiência na Itália foi regular 
Logo depois de sua aposentadoria, no Parma, Crespo começou sua trajetória como treinador da equipe Sub-19 do clube italiano. Ele ficou de julho de 2014 a junho de 2015, totalizando 31 jogos, com 14 vitórias, sete empates e dez derrotas. 

Logo após deixar a base do clube, Crespo chegou no Modena, equipe da segunda divisão do Campeonato Italiano. Nos 35 jogos ao comando do time, Crespo venceu 11 partidas, empatou cinco, e perdeu em 19 oportunidades. 

Banfield e Defensa: Crespo ofensividade marca estratégia 
Depois de ser demitido do Modena, Crespo foi contratado pelo Banfield, da Arrgentina. Logo em sua chegada, o ex-atacante disse a seguinte frase: 

- Sempre gostei da tática, da estratégia. Deus não me deu a elasticidade do Ibrahimovic, a força do Adriano ou a velocidade do Caniggia. Por isso, precisei desenvolver minha interpretação e leitura de jogo - afirmou. Era o presságio de uma passagem com  características ofensivas, mas que deixou a desejar na defesa. 

No Banfield, ficou de janeiro a setembro de 2019, com 18 jogos, sendo quatro vitórias, seis empates e oito derrotas. O último jogo foi justamente contra o Defensa y Justicia, no empate por 1 a 1.

Crespo costuma trabalhar suas equipes em dois sistemas: o 3-1-4-2 e o 3-2-4-1. Gosta de ofensividade e intensidade, seja com ou sem a bola. Tem ideias ousadas e corre certos riscos, o que arrepia a torcida do São Paulo, acostumada com os lances arriscados com Fernando Diniz. 

'Sempre gostei da tática, da estratégia. Deus não me deu a elasticidade do Ibrahimovic, a força do Adriano ou a velocidade do Caniggia. Por isso, precisei desenvolver minha interpretação e leitura de jogo'

É no tiro de meta que suas equipes começam a correr riscos. No Defensa, a saída de bola costumava ser curta, com os zagueiros vindo buscar a bola e começando a construção ofensiva, assim como o São Paulo atuava. Geralmente, o primeiro volante vem na entrada da área para buscar a bola, sem usar os lançamentos longos e a ligação direta para o ataque. 

Na construção ofensiva, aparece a amplitude. Assim que a bola passa do sistema defensivo, os times de Crespo costumam usar as inversões de jogo, buscando sempre os pontas nos lados do campo. Os alas costumam apoiar bastante o ataque, sem muitas preocupações defensivas. 

Porém, é na defesa que Crespo costuma falhar. Segundo o jornalista argentino Dino Villalba, setorista do Defensa no site “Defensa Pasión”, especializado na cobertura do dia a dia do time argentino, Crespo é um técnico muito intenso, mas que peca nas questões defensivas. 

- Crespo é um técnico muito ofensivo e ás vezes peca por não cuidar muito da defesa. Tem tudo para ser um bom treinador, aliás já é, mas para crescer ainda mais tem que ser mais equilibrado nos esquemas - afirmou o jornalista ao LANCE!

As equipes que Crespo dirigiu costumar ter bons ataques, mas defesas ruins. O Defensa y Justicia campeão da Sul-Americana deste ano terminou a competição com o segundo melhor ataque, com 16 gols e a sexta pior defesa, com sete gols sofridos. Na Libertadores, o time terminou em terceiro no Grupo G, o mesmo do Santos, com seis pontos, sendo oito gols marcados e fez sofridos. 

- Gosto de ter um volante que saia para o jogo e quebre as linhas da marcação. Ordem, disciplina e talento. Também gosto do drible , mas prefiro que o atacante o faça na direção da área do adversário - disse Crespo quando comandava o Defensa. 

Crespo está no Defensa desde janeiro de 2020, onde comandou a equipe em 32 jogos, com 13 vitórias, dez empates e nove derrotas. Foi campeão da última Sul-Americana vencendo o Lanús. 

'Gosto de ter um volante que saia para o jogo e quebre as linhas da marcação. Ordem, disciplina e talento. Também gosto do drible , mas prefiro que o atacante o faça na direção da área do adversário'

Caso Crespo venha, como o São Paulo pode jogar?
Com as informações descritas acima, dá para ter uma ideia que o estilo de jogo do ex-atacante é parecido com o de Fernando Diniz. Ambos priorizam a saída com os zagueiros e costumam fazer muitos gols, mas pecam na parte defensiva. 

Como construção de equipe, caso Crespo venha, ele deve pedir mais jogadores de beirada de campo. A amplitude é a maneira preferida de atacar do técnico argentino. Na defesa, Crespo ás vezes costuma jogar com três zagueiros, como fez na final da Sul-Americana diante do Lanús. Sendo assim, Arboleda, Bruno Alves e Diego Costa podem ser o trio defensivo. No seu 4-2-3-1, sempre há um volante mais marcador, como o caso de Fernandéz. Luan pode desempenhar esse papel. 

No ataque, Daniel Alves pode ser usado como um ala pela direita, assim como Reinaldo na esquerda. Igor Gomes e Gabriel Sara podem formar a linha de quatro no meio-campo. Crespo gosta de usar dois atacantes móveis. Chance para Luciano e quem sabe Toró, que dos jogadores de ataque do Tricolor é um dos que mais se mexem em campo. 

O São Paulo segue em busca do novo técnico. Crespo foi um dos entrevistados e surge como bom nome para comandar a equipe. Resta saber os próximos passos da negociação. 

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