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Realidade distinta da do São Paulo não assusta o Madureira para duelo

Adversário do Tricolor na Copa do Brasil, o Madureira reconhece a grandeza de seu rival. Contudo, sabe que em apenas uma partida pode derrubar um gigante e fazer história 

Aos 37 anos e com passagens pelo futebol europeu, o atacante Júlio César espera desbancar o São Paulo na Copa do Brasil
imagem cameraAos 37 anos, Júlio César espera ajudar o Madureira a superar o gigante São Paulo na Copa do Brasil (André Soares/ Madureira EC)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 16/12/2017
03:57
Atualizado em 16/12/2017
06:40

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Adversário do São Paulo na estreia da Copa do Brasil, o Madureira vive uma realidade completamente diferente da vivida pelo clube paulista. Enquanto a modesta equipe carioca possui um elenco estimado em 4 milhões de euros (R$ 15,5 milhões), o valor dos tricolores está na casa dos 52 milhões de euros (R$ 202,2 milhões). Apesar da desigualdade, os cariocas, donos de uma das vagas na Série D do Brasileirão do ano que vem, enxergam com bons olhos a oportunidade de enfrentar um dos gigantes do futebol brasileiro.

Para o experiente Júlio César, atacante de 37 anos, e com passagens por Fluminense, Coritiba e pelos mercados europeu e asiático, o sorteio realizado pela CBF na última sexta-feira (15) não foi completamente injusto com o Madureira. Afinal, não é sempre que o clube homônimo ao bairro da Zona Norte da Cidade Maravilhosa tem como rival o São Paulo em um jogo de mata-mata.

- Por conta da visibilidade, principalmente para os jogadores mais jovens do nosso elenco, é uma grande oportunidade para o Madureira. É claro que enfrentar um clube grande, de massa, é sempre difícil. Nosso time vai se preparar muito bem para isso. Como é um jogo só, tudo pode acontecer. Espero que a gente surpreenda todo mundo, confidenciou o jogador ao LANCE!

Com a mudança do formato da Copa do Brasil, a primeira fase será disputada em partida única. O visitante, no entanto, possui a vantagem de jogar por um empate para conseguir a classificação à rodada seguinte do torneio nacional. A ideia é incentivar um jogo mais ofensivo e motivar os clubes de menor expressão a se abrirem e irem ao ataque, algo não tão habitual no antigo formato.

Por conta disto, a expectativa é de que se criam confrontos abertos e os times considerados menores possam praticar um jogo ofensivo, tal como seus adversários. Na opinião de Júlio César, o Madureira possui totais condições de mostrar sua força dentro de campo e, quem sabe, eliminar o São Paulo de Hernanes, Pratto, Cueva, Jucilei e companhia, para entrar na história.

- Vamos tentar fazer o melhor jogo possível. Temos que tentar fazer algo diferente. É uma equipe grande e repleta de bons jogadores. Mas nós também temos a nossa qualidade. Fácil não vai ser, mas também não é impossível, cravou o experiente atacante.

O confronto da primeira fase da segunda competição nacional mais importante do calendário ainda não tem data definida. Mesmo sem ter maiores informações sobre o jogo diante do Madureira, o Tricolor vê a Copa do Brasil como uma de suas prioridades. Haja visto que a CBF vai premiar o campeão com R$ 50 milhões. Soma-se a isto o fato do São Paulo nunca ter conquistado a competição.

Como foi a reação do elenco assim que saíram os confrontos?
- Quando saiu o sorteio, os caras mandaram no nosso grupo no WhatsApp. Os mais jovens ficaram eufóricos, doidos para jogar contra o São Paulo. Eu, por ser mais experiente, fico mais tranquilo. É sempre bom ter um jogo grande.

Vocês já iniciaram a pré-temporada?
- Os times menores do futebol brasileiro, que não tem calendário durante toda a temporada, acabam se reapresentando mais cedo. Nosso grupo está trabalhando há um mês. Estamos fazendo uma pré-temporada forte para conseguirmos bons resultados no Carioca, na Copa do Brasil e também na Série D do Brasileirão, que conseguimos a classificação e vamos jogar e 2018.

Vocês foram semifinalistas do primeiro turno do Campeonato Carioca deste ano e, por isso, conquistaram a vaga. Como foi a campanha no estadual?
- A campanha do começo do ano foi muito boa. O PC (treinador) conseguiu mesclar um time com veteranos e jogadores mais jovens que querem crescer no futebol e na vida. Fomos para a semifinal do Carioca no primeiro turno, contra o Fluminense, e fizemos uma excelente partida. Tanto que até o Abel Braga, técnico dos caras, disse isso depois do jogo.

Júlio, você tem passagens por algumas equipes expressivas do Brasil e também por times importantes da Europa e da Ásia. Hoje, defendendo as cores de um clube que não costuma estar na mídia e dono de uma vaga na Quarta Divisão do futebol brasileiro, como você vê essa diferença?
- É óbvio que o Madureira não tem a mesma estrutura do São Paulo ou de um grande clube do futebol brasileiro. Mas vou te confessar que o clube não deixa a desejar para muito time mais conhecido do país. Treinamos em um campo bom, temos acompanhamento médico, fazemos fisioterapia na Barra da Tijuca (bairro nobre do Rio de Janeiro), nos concentramos em um hotel da Barra. O clube tem um projeto bom e a diretoria trabalha bastante por isso.

O estádio de vocês, o Conselheiro Galvão, possui capacidade para pouco mais de 5 mil pessoas. Por isso, é provável que a partida seja disputada em um estádio maior para abrigar também a torcida do São Paulo. Qual sua opinião sobre isso e em qual campo vocês preferem atuar?
- Pessoalmente, prefiro jogar no nosso estádio. É pequeno, claro, mas é a nossa casa, onde conhecemos todos os cantos do campo. Se for para jogar em um outro, a gente joga também. Sem problemas.

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