Em reunião do Conselho, São Paulo tem orçamento de 2020 aprovado e reforça necessidade de vendas
Clube espera arrecadar 33 milhões de euros em vendas de jogadores na próxima temporada e prevê apenas R$ 21,5 milhões em compras; veja como ficam Volpi e Igor
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O Conselho Deliberativo do São Paulo reuniu-se na noite desta quinta-feira para votar o orçamento de 2020 (foi aprovado) e para que o presidente Leco fizesse explicações sobre o grande déficit registrado em 2019 - ele abandonou a última reunião, em novembro, antes do fim da discussão sobre o relatório que apontava R$ 76,5 milhões de déficit de janeiro a agosto.
O encontro desta quinta teve momentos de tensão. Os conselheiros foram informados que a situação financeira do São Paulo piorou: se não houver venda de jogadores até a virada do ano, o déficit de 2019 chegará a R$ 180 milhões. Isso se dá porque o clube gastou mais do que planejava e recebeu muito menos, fruto inclusive das eliminações precoces.
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No início do mês, um grupo de conselheiros protocolou um pedido de impeachment de Leco devido, entre outras questões, ao estouro do orçamento em mais de 5%. A diretoria classificou o documento como "insustentável", já que o ano ainda está em curso e é possível cobrir ao menos parte do rombo. A expectativa é fazê-lo com a venda de ao menos um jogador - o presidente não deu essa informação na reunião, mas Antony deve ir para o Borussia Dortmund.
O cenário para 2020 não é nada animador, já que o clube terá gastos maiores com alguns jogadores (casos de Daniel Alves e Alexandre Pato, que já foram contratados com aumentos previstos em contrato) e até com uma antiga dívida referente à contratação de Ricardinho: serão R$ 30 milhões pagos às empresas RES Empreendimentos e Participações e Time Traveller Turismo a partir do próximo ano - o valor será parcelado até 2023.
Para aliviar o caixa, a diretoria tem jogado alguns gastos para a frente, como os cerca de R$ 13 milhões que precisam ser devolvidos ao empresário André Cury pela contratação de Raniel. Na negociação que definiu a ida do jogador para o Santos, ficou acertado que esse pagamento será feito em 2021, quando Leco nem estará mais na presidência.
No orçamento de 2020, estão previstos apenas R$ 21,5 milhões de investimento em aquisição de reforços. O departamento de futebol pretende fazer ao menos duas compras neste fim de ano: Tiago Volpi, por cerca de R$ 20 milhões, e Igor Vinícius, por R$ 2 milhões. Só essas movimentações já estourariam a previsão, mas o pagamento ao Querétaro por Volpi será parcelado, com uma fatia a ser paga apenas em 2021.
O documento ainda prevê a arrecadação de 33 milhões de euros (cerca de R$ 150 milhões em vendas de jogadores).
O orçamento ainda prevê contenção de gastos em diversos departamentos e projeta um aumento de receitas com marketing, patrocínios e sócio-torcedor, por exemplo. Na previsão de receitas de TV e bilheteria, o clube colocou que chegará pelo menos à semifinal do Paulistão, nas quartas na Copa do Brasil, em quarto lugar no Brasileirão e nas oitavas de final da Libertadores. Se seguir tudo o que está estipulado na previsão, o clube fechará 2020 com superávit de R$ 68 milhões.
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