Saída de Neilton marca primeiro erro de avaliação da era Ceni no São Paulo
Atacante deixa o clube após cinco meses, apenas 11 jogos disputados e nenhum gol. Indicado pelo treinador, passou a não agradar já na pré-temporada nos Estados Unidos
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Onze jogos, nenhum gol e muita decepção. Esse é o resumo da passagem do atacante Neilton pelo São Paulo, que durou apenas cinco meses. Nesta quarta-feira, ele se despediu dos companheiros no CT da Barra Funda. É esperado nesta quinta no Vitória. Sela, assim, o primeiro erro de avaliação da era Rogério Ceni como treinador do clube.
Neilton foi contratado por indicação de Rogério Ceni, após um Campeonato Brasileiro de destaque pelo Botafogo. No entanto, a boa expectativa pelo reforço transformou-se em preocupação logo no primeiro jogo. Na Florida Cup, torneio de pré-temporada nos Estados Unidos, Neilton debutou pelo São Paulo contra o River Plate (ARG) e assustou a comissão técnica pela ineficiência. Pegou pouco na bola, não chutou e nem incomodou os defensores na saída de bola.
Ceni trouxe o atleta pensando em mais uma opção para jogar pelos lados do campo, ou como segundo atacante, diante da perda de David Neres, vendido ao Ajax (HOL). Acreditava que o estilo de jogo que pretendia implantar no Tricolor, ousado e ofensivo, seria bom para Neilton, mas esbarrou na (des)obediência tática. Com Ceni, os atacantes têm papel fundamental na marcação, pressão alta, algo que não se viu no ex-botafoguense. Não era o jogador esperado. Esse aspecto acompanhou o garoto de 23 anos em sua passagem.
A boa fase do time no início do ano, com Luiz Araújo voando, também atrapalhou uma reação de Neilton. Ele foi titular em apenas dois jogos, vale frisar. Curiosamente, seu último jogo foi nesta condição, diante do Defensa y Justicia (ARG), no último dia 11, pela Copa Sul-Americana, no Morumbi. A situação deu ar ainda mais incomum a contrataçção: o jogo foi depois de 17 dias de treinamento no CT, após o time ser eliminado da Copa do Brasil e Paulista. E, após nova atuação abaixo em apenas 45 minutos, foi decidido que ele não jogava mais pelo clube. Aqui, um adendo: no domingo seguinte, contra o Cruzeiro, Ceni não o relacionou, mas disse que ele ainda fazia parte do grupo. Mas a decisão já estava tomada pela diretoria. Neilton não voltaria a vestir a camisa do São Paulo, como de fato não vestiu mais.
A diretoria do São Paulo projeta uma economia de quase R$ 1 milhão em salário (cerca de R$ 160 mil mensais) com a saída do atacante - valor que foi pago até o momento. Ele estava emprestado pelo Cruzeiro até o fim do ano. Em troca, o Tricolor emprestou o volante Hudson pelo mesmo período. Ou seja, ao mesmo tempo, perdeu um jogador para uma posição importante. Como João Schmidt jogará na Atalanta (ITA) a partir de 30 de junho, a diretoria já avisou o Cruzeiro que espera o retorno de seu jogador, mas os mineiros tem opção de compra. As partes ficaram de conversar mais para frente.
Além de Neilton, chegaram sob indicação de Ceni o goleiro Sidão, o lateral-esquerdo Edimar, o volante Cícero, o meia Thomaz, e os atacantes Morato e Marcinho. Esses ainda têm tempo de vingar. Já o primeiro se configurou um erro.
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