O título do São Paulo na Copinha, conquistado com uma virada emocionante sobre o Corinthians, trouxe o foco para um dos maiores patrimônios do clube: a base em Cotia. O presidente Julio Casares esclareceu os planos para as categorias de base, negando categoricamente qualquer venda e destacando a visão de futuro.
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— Essa conversa que nós estamos tendo com o Marinakis é uma conversa longa e até para esclarecer, muita gente não entende, não é venda de base nenhuma. Nós estamos potencializando um acordo operacional que vai fazer de Cotia o maior centro revelador do mundo — afirmou Julio Casares em entrevista no Pacaembu.
O Tricolor negocia um acordo com o empresário grego Evangelos Marinakis, dono de clubes como Nottingham Forest (Inglaterra), Olympiacos (Grécia) e Rio Ave (Portugal). O projeto prevê um investimento inicial de US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 589 milhões) nas categorias de base.
Segundo o presidente, a proposta é transformar Cotia em um centro global de referência para formação de jogadores, utilizando uma parceria estratégica que abriria novas oportunidades de mercado.
— Hoje nós vendemos e podemos vender mais, podemos revelar mais. Hoje a base tem um novo mercado. Antigamente você captava, tinha um olheiro, hoje mudou tudo. Hoje você tem um Scout, mas existe uma negociação paralela que é um novo mercado na base — acrescentou.
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O São Paulo hoje prioriza formar atletas desde o início de suas trajetórias, evitando "roubar" talentos de outros clubes. Porém, com a parceria, o clube espera dobrar sua capacidade de contratar jovens antes que eles cheguem ao profissional. Além disso, o modelo em discussão prevê que Marinakis participe dos lucros com as vendas de jogadores formados em Cotia após o início da parceria. Essa estratégia daria ao clube maior flexibilidade financeira para investir no desenvolvimento de novos craques, fortalecendo ainda mais a base e o profissional.
Casares também projetou números ambiciosos para o futuro das vendas de atletas.
— Então o que eu quero? Eu quero uma musculatura financeira para que eu tenha um sócio que ganhe dinheiro comigo. Se o São Paulo hoje vende R$ 150 milhões em talentos, eu posso vender R$ 800 (milhões) e ele ganha um pedaço, natural, e com isso a base vai ficando cada vez mais forte. A cooperação esportiva, que ele tem uma plataforma de três times na Europa, vai nos ajudar também no profissional — explicou.
Atualmente, o orçamento do São Paulo para as categorias de base gira em torno de R$ 40 milhões anuais. Com o aporte de Marinakis, esse valor poderia ser triplicado, viabilizando maior investimento na captação de talentos.
Apesar do alto investimento, o São Paulo deixa claro que não está negociando o controle de sua base.
— O que está sendo discutido entre as partes é uma parceria para aumentar o poder de investimento de Cotia e promover intercâmbio de jogadores e outros profissionais que participam da formação de atletas — concluiu Casares.