São Paulo tem projeto para descentralizar técnico; Bauza aprova
Diretoria traça estratégia para cada vez mais tirar funções do comandante e dividir tarefas. Argentino tem falado menos e foca no campo: 'Aqui, tenho tudo que preciso'
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O São Paulo apresentou na última segunda-feira o atacante Ytalo, de 28 anos. Com contrato até o fim do ano, o jogador é uma aposta da diretoria, mas seu modelo de contratação diz mais sobre o momento do clube do que se pensa. Entra na conta de uma ampla estratégia do departamento de futebol para descentralizar o comando do clube da figura do treinador. Hoje, no caso, Edgardo Bauza.
Ytalo foi contratado por sugestão do recém-criado departamento de análise de desempenho e aprovado pelo treinador argentino. A decisão foi tomada em conjunto, mas mostra que a ideia é se afastar do modelo comum de “técnico-mandachuva”.
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– Ele (Bauza) é parte do processo, e a decisão é nossa. Assim como no campo, nós somos parte do processo e a decisão é dele. Estamos esperançosos de capacitar e aperfeiçoar essa área de departamento de prospecção e encontro de características do perfil que se deseja, seja econômico, pessoal, ordem técnica, coletiva – analisou Gustavo Vieira de Oliveira, diretor-executivo do São Paulo.
Já faz tempo que o diretor caminha para esse estilo. A contratação de Maicon, no início do ano, foi semelhante. A diretoria o apresentou a Bauza como alternativa para um nome sugerido pelo técnico. Funcionou. Hoje, é um dos mais importantes do time, idolatrado pela torcida.
Gustavo já tinha decidido, com o departamento de comunicação, tirar o treinador das tradicionais entrevistas às sextas-feiras. O treinador fala bem menos do que de costume. A ideia é que ele não pode ser um porta-voz do clube, como acontece normalmente no Brasil.
Também está praticamente consolidada, na visão do dirigente, o que o São Paulo chama de “comissão técnica fixa 2.0”. O time comandado pelo coordenador Renê Weber, que tem o auxiliar Pintado, estará a serviço do treinador, mas com vida própria, autonomia e até independência.
A ideia é tirar poderes do técnico, então? Não necessariamente.
– A ideia é oferecer estrutura para que o treinador possa se concentrar ainda mais na sua missão, que é fazer o time jogar – definiu Gustavo.
O técnico Edgardo Bauza não parece incomodado com a situação. Ao contrário.
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- Aqui, tenho tudo que preciso - afirmou, ao ser perguntado sobre as condições de trabalho oferecidas pela diretoria.
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